Ao participar, como representante do Ministério do Esporte, dos Jogos Xinguanos 2.015, realizados na Aldeia Kuikuro do Parque Indígena do Xingu, pude tomar consciência da urgente necessidade de organização de oficinas locais para aprimorar a GESTÃO DO ESPORTE INDÍGENA.

Pareceu-me oportuno montarmos uma bateria de prospecção de talentos esportivos entre jovens indígenas para provas de correr, saltar, arremessar, jogar bola e, com os resultados compilados, promover o apoio em oficinas, treinamento e construção de obras públicas que possam, transdisciplinarmente, aproveitar o talento e gerar oportunidades no celeiro psicomotor que pude vislumbrar.

A vida nas aldeias que mantém suas tradições corporais/culturais é uma grande escola de letramento motor.

A organização de jogos sem o devido cuidado pode gerar impactos ambientais, antropológicos, sociológicos, culturais deletérios que podem ser evitados com as oficinas que pretendo provocar a discussão aqui.

Comentários

Por Ivan Camargo Pinheiro
em 27 de Julho de 2015 às 08:16.

Boa idéia, é realmente uma cultura muito rica a ser explorada na busca de novos talentos para o esporte, sou estudante de educação física em Manaus -AM e com certeza existem vários talentos escondidos nas comunidades indíginas na região norte do nosso país. A idéia de se trabalhar as habilidades motoras básicas com orientação se torna eficaz não só pela necessidade da descoberta de novos talentos, mas também para o desenvolvimento humano integral.

Se faz necessário também o cuidado de não somente se monetizar o processo, afastando aqueles que apenas enxergam o lado capitalista do processo ou ainda achar um meio termo para que os dois possam coexistir.

Por Nicole Leon Bordest
em 30 de Novembro de 2015 às 10:47.

Nossa!! Nunca parei para pensar sobre isso. De fato precisamos debater mais sobre inumeros aspectos que envolve o povo indigena. Por ser uma cultura tão diferente, acredito que participar de oficinas com os nativos, pode ser tão legal e até divertido ensinar e aprender com eles. Além de ser uma soma vetores, ao tentar ajudar esses novos talentos que estão surgindo, entender melhor tradições hábitos diferentes é incrivel. Muito interessante, irei pesquisar mais sobre o assunto! 

Por Roberto Affonso Pimentel
em 1 de Dezembro de 2015 às 07:46.

Professores, 

Leiam no CEV dessa data... Em referendo finalizado neste domingo (29), os alemães disseram NÃO aos Jogos Olímpicos, forçando as autoridades a retirarem a candidatura de Hamburgo para ser sede do evento em 2024. 

A seguir, comentei citando um provérbio alemão que nos ensina: Você se torna mais inteligente a partir dos seus erros.

Um pouco de conhecimento histórico, sociológico, deveria nos levar a meditar nas condutas sobre a influência nefasta dos "brancos" sobre povos indígenas. Se queremos acabar com uma civilização que ainda tem muito a nos ensinar, deixemo-la manter-se autêntica e viçosa.

Creio que o grande perigo consiste em a história se repetir, haja vista a aculturação que sofreram a partir da intromissão do homem branco em suas aldeias. Acrecente-se o grande erro de, em nome de Deus, jesuítas e outros terem escravizado e esterilizado uma cultura que deveria ser preservada. Tomara que o pastor de plantão no Ministério do Esporte não queira arrebanhar talentos para o seu templo! Aos seus seguidores e aos mais jovens, revejam seu modo de pensar a vida. Afinal, não foi dito que o esporte educa?

Deixem de lado interesses mesquinhos de competições, e aprendam com os índios de como preservar-se para a Vida!  Têm muito a nos ensinar. 

Olimpíadas, já foi dito, é NEGÓCIO (business), e quem tem o dever de EDUCAR deve estar atento para não ser levado pelos corruptos e interesseiros que estão por todas as partes. O mito dos heróis há muito ficou para trás. Reciclem o modo de ver o mundo! Não tenham medo de mudar seus pensamento e atitudes: cuidem para que sejam autênticos. 

Ainda mais que estamos em momentos de crise generalizada, que se não estiivermos atentos, seremos mais um na multidão do "deixa a vida me levar...!

Aliás, vale tudo para sair dela, até oferecer livros sobre heróis de barro.    


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