AGRADECEMOS  MESTRE

ÂNGELO GIACOMINI  RIBAS, http://cev.org.br/qq/angelo-giacomini-ribas/ por sua atitude mecenas para o bem do direito e esporte segue texto para inserção bibliotecacev citar a fonte   alberto puga,moderador  

COMITÊ INTERNACIONAL PARA O “FAIR PLAY”




 

MANIFESTO




 

O esporte se tornou hoje uma parte integral na vida de todo os tipos de sociedades ao redor do globo. Ele está evoluindo constantemente e se tornando cada vez mais popular, trazendo não apenas prazer a todos envolvidos, mas também dificuldades graves e crescentes, bem como levantando questionamentos. Seria uma ilusão presumir que essa intensa e passional atividade humana está intrinsecamente dotada com todas as virtudes.


 

Desde 1963, convencido de que “fair play” é uma dimensão vital para o esporte, o Comitê Internacional para o “Fair Play” tem lutado para promover essa convicção profunda por vários meios para garantir que ela seja noticiada, entendida e compartilhada. É, em 2010, esse tipo de visão ingênua, hipócrita, ultrapassada ou antiquada? É a insubstituível expressão britânica  - “fair play” - , cujo significado e nuances alguém apenas espera ou imagina compreender, enquanto nenhuma outra língua é capaz de expressar a sua exata e completa equivalência em duas palavras, apenas uma relíquia de uma era passada?

            Ao contrário, nós acreditamos que “Fair Play”, essa noção positiva de tolerância, é necessária no esporte hoje mais do que nunca; é uma prioridade.


 

            É nossa tarefa, honra e responsabilidade lutar implacavelmente e corajosamente enquanto mantemos nosso olhos na meta de modo que o “Fair Play” seja cada vez mais reconhecido, recompensado e estimulado. O propósito desse manifesto é propor, de forma clara e aberta, princípios para se pensar e agir juntos enquanto afirmando a absoluta auto-determinação e livre escolha de todos aqueles que praticam o esporte.


 

1. Nós acreditamos que o esporte é essencialmente um jogo no qual pessoas escolhem participar voluntariamente pelo prazer que ele proporciona. Mais do que isso, em qualquer forma que ele se apresente - seja ele esporte para todos, esporte de lazer, esporte para deficientes, ou esporte de elite - , e mesmo que ele envolva competição e confrontamento, seja com outros, consigo mesmo ou com as forças da natureza, ele tem significado por causa de sua capacidade de unir pessoas, e não dividí-las. Não deveria então cada partida e cada encontro ser uma celebração compartilhada por todos?


 

2. Nós acreditamos que nas arenas desportivas, o “Fair Play”, sendo o guardião da lealdade e elegância de comportamento, é a transposição do espírito de justiça, capaz de incitar um jogador até mesmo a recusar a decisão do árbitro que iria favorecê-lo em detrimento da verdade. Até mesmo se todas as atividades desportivas fossem reguladas por um código comum reconhecido e aceito por todos participantes no mundo todo, um código que obviamente incorporasse o “Fair Play”, este último operaria em um nível completamente distinto. Nós devemos declarar isso sem hesitação: “Fair Play se comunica com a nossa consciência. Ele é o resultado de uma escolha moral. Portanto, não constitui ele um dos marcos e fundações do esporte?


 

3. Nós acreditamos que o esporte deveria categoricamente recusar violência, mentiras e artimanhas. Pode a trapaça ser tolerada como mera esperteza por cega e permissiva frouxidão? Você não está persuadido que isso deve ser rejeitado de forma consistente?


 

4. Nós acreditamos que oponentes não são inimigos. Agressão, que deveria ser estritamente distinguida do espírito de luta, não pode ser tolerada. Na realidade, adversários são parceiros numa mesma comunidade e por definição, o jogo do esporte não poderia existir sem eles. Quando a festa acaba, os perdedores são exatamente tão importantes quanto os vencedores: Não merecem eles igual consideração?


 

5. Nós essencialmente acreditamos que o esporte não pode ser reduzido a uma obsessão por ganhar ou ao acumulo de troféus e medalhas. “Fair Play” é caracterizado por essa recusa a buscar a vitória por qualquer preço. Esse tipo de “Fair Play” precisa ser adaptado continuamente para as condições efetivas da prática. Não é preferível focar bem mais na atividade esportiva do que no resultado?


 

6. Nós acreditamos, oara que estejamos cientes do fato que o “Fair Play” é um rico recurso que não é adquido forma natural ou imutável, que ele requer um contínuo e incansável esforço de ação, persuasão e, mais do que tudo, educação, em todos os níveis e alcançando todos os componentes da comunidade desportiva: atletas, treinadores cujo papel deve ser quintessencial, técnicos, líderes, oficiais, clubes e federações, equipe médica,  espectadores e telespectadores. Todos somos afetados. Portanto, o trabalho a ser feito é enorme e demanda um zelo resistente: na forma de demonstrações, publicações, todos os tipos de comunicações em todos os níveis, e por exemplo, a premiação de troféis e distinções destacando os atos de “Fair Play” e seus iniciadores. O valor de tais exemplos, tanto instantaneamente quanto a longo prazo, não pode ser subestimado. Não é a mídia, com sua enorme influência direta, idealmente posicionada para disseminar o conceito e as ações de “Fair Play”? Mas não é essa a mais difícil batalha a ser vencida?


 

7. Nós acreditamos que crianças em idade escolar e jovens atletas estão no coração da luta por “Fair Play”. Tem que estar entre as principais preocupações de seus educadores e treinadores instilar essa dimenão do esporte nos jovens levando sua sensibilidade em conta. Pesquisadores e universidades tem mostrado recentemente um crescente interesse nessa matéria. “Fair Play” poderia se visto como um potencial educacional especial com respeito humano e relações sociais para os jovens ajudando-os a construir uma vida na qual eles podem transpor esse conhecimento.


 

8. Nós acreditamos, em toda modéstia, que não é utópico extender nossa visão para considerar construir uma existência ao redor da realidade experimentada do “Fair Play” no esporte. De fato, quando o atleta de compromete num esporte, ele existe simultaneamente no jogo e na realidade da vida. “Fair Play” poderia então se tornar um modo de vida, uma regra de conduta para todos, jovens, adultos e idosos, influenciando suas ações dentro e fora do campo de jogo.  Esporte poderia então providenciar pontos de referência, e “Fair Play” poderia se tornar uma luz guia, uma filosofia.


 

9. Finalmente, nós acreditamos, que é uma tarefa da comunidade desportiva e em particular, do Comitê Internacional para o “Fair Play”, em completa harmonia com a UNESCO e com o Movimento Olímpico, compartilhar sua experiência com os representantes de todas outras comunudades e culturas. Isto é, de fato, uma deliberada escolha moral originada de uma filosofia ética de acordo com os valores comuns da humanidade.




 

CHAMADO PARA AÇÃO



 

Caso este novo Manifesto, que tem o objetivo de revigorar o verdadeiro espírito desportivo, e fazer ele mais presente e vibrante pela prática genuína do “Fair Play”, tenha tocado você, e se você compartilha de nossa visão, nossa abordagem e nossa determinação em encarar o futuro, nós necessitamos da sua ajuda.


 

Nós lhe convidamos calorosamente a se unir em nossos esforços para manter e desenvolver o “Fair Play”, uma grande e inseparável dimensão do Esporte - para você e para aqueles como nós.



 

Não ao esporte sem ‘Fair Play’

Sem Fair Play, não há esporte


 

(*) Manifesto 2010; (**) Trad. livre Ângelo Giacomini Ribas;

(***) fonte http://www.fairplayinternational.org/

 

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