Cevnautas da Lusofonia,

Segue nota sobre a atuação do o plano da Direção-Geral da Saúde. Vale a dúvida da jornalista? Laercio

Boas intenções
por MÓNICA BELLOHoje

Omais recente plano da Direção-Geral da Saúde para combater a obesidade e o sedentarismo dos portugueses inclui medidas propostas pelo Ministério da Educação para ajudar a prevenir a doença desde cedo, em crianças e jovens. Por outras palavras, o Estado quer incentivar, além da prática do desporto e de uma alimentação equilibrada, o exercício físico. Uma das medidas defendidas nesta "Estratégia Nacional para a Promoção da Atividade Física, da Saúde e do Bem-Estar", que está em discussão pública, é pôr os alunos dos ensinos básico e secundário a pedalar todos os dias entre casa e escola; outra passa pelo "desenvolvimento de programas educativos visando recreios mais ativos"; e outra ainda, "a eventual preparação de professores para a lecionação em salas de aula ativas" (seja lá isso o que for).

A palavra obesidade entrou definitivamente no vocabulário de todos os dias. Decretada "doença crónica" pela Direção-Geral da Saúde há onze anos, Portugal mantém--se entre os países da Europa onde há mais crianças afetadas por esta doença. Os números citados pela Associação Portuguesa contra a Obesidade Infantil são reveladores. A consequência de um elevado consumo de fast-food, doces e refrigerantes por uma esmagadora maioria das crianças portuguesas teve como consequência uma estatística que se tem mantido nos últimos anos: uma em cada três crianças portuguesas sofre de obesidade, o que significa que quando estas crianças chegarem à adolescência e à idade adulta terão muito mais probabilidades de desenvolver, entre outras, doenças cardiovasculares, diabetes e vários tipos de cancro. O risco de morte prematura será alto.

A boa notícia é que esta é uma doença que pode ser evitada. Se ir a pedalar todos os dias para a escola fizer parte do remédio preventivo, muitas crianças e adolescentes vão aplaudir - assim os pais os deixem passar a ir sozinhos para a escola. No papel, pelo menos, a receita parece virtuosa - é-o, de certeza, nas geografias planas holandesas e belgas. Nas ruas de Lisboa e do Porto, para só falar nas duas maiores cidade do país, o mais provável é não passar da teoria.

FONTE: http://www.dn.pt/inicio/opiniao/editorial.aspx?content_id=4649228

Comentários

Nenhum comentário realizado até o momento

Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.