de    Glauco N. S. RAMOS
data    15 de junho de 2010 21:44
  
Estado de Minas, 15/06/2010 - Belo Horizonte MG
Carreira estimulada pela Copa
Estudantes e recém-formados encontram no Mundial de Futebol oportunidades para desenvolver talento e para se especializar numa área em crescimento e com demanda de mercado
Glória Tupinambás
A Copa do Mundo faz bater forte o coração dos amantes do futebol e dá ainda mais fôlego a uma pergunta crucial: como transformar a paixão pelo esporte em profissão? É nessa hora que universidades e escolas públicas entram em campo para oferecer aos jovens a chance de tabelar com o talento e marcar um gol de placa no mercado de trabalho. No dia em que o Brasil estreia no campeonato mundial, o D reúne oportunidades de pós-graduações e especializações na área esportiva e iniciativas que aliam educação básica ao treinamento de futuros atletas em Belo Horizonte. Nos câmpus universitários, não faltam opções para os que sonham em ser mais que simples torcedores. Uma das principais novidades do meio acadêmico é a pós-graduação em direito desportivo da Universidade Fumec, iniciado há dois meses, na capital. Voltado para alunos formados em direito e também em administração, educação física, medicina, fisioterapia e comunicação social, entre outros, terá sua primeira turma finalizada em março do ano que vem. A instituição, assim como a Universidade Gama Filho, também oferece curso de extensão na área de marketing esportivo.

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as oportunidades vão ainda mais além e portas são abertas até mesmo para quem não é estudante da instituição e não tem sequer um diploma de nível superior. Por meio de uma parceria entre a Escola de Educação Física e a Federação Mineira de Futebol (FMF), é oferecido o curso de arbitragem, voltado para a formação de juízes. A próxima turma está prevista para começar em agosto e a única exigência para participar da formação, com 240     horas de aulas teóricas e práticas, é ter ensino médio completo. Segundo o auditor do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol e do Basquete e presidente do Instituto Mineiro de Direito Desportivo (IMDD), Paulo Bracks, as especializações na área do esporte são uma chance de os profissionais fugirem de áreas mais tradicionais e saturadas do mercado. “A proposta é formar um profissional diferenciado para esse mercado de trabalho, que está em expansão. E o grande incentivo para o aluno é trabalhar com algo que lhe dá prazer e transformar a sua paixão pelo esporte num negócio rentável”, diz Bracks, que coordena o curso de direito desportivo da Fumec.

Aluna da primeira turma da especialização, Sabrina Pessoa Ferreira, de 27 anos, recebeu do pai a herança de ser fascinada pelo futebol. Filha de Luiz Carlos Ferreira, o Luizinho, zagueiro do Atlético Mineiro e da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, ela pensa em usar o direito desportivo para deslanchar na profissão. “Fui campeã de torneios infantis de tênis e sempre estive ligada ao esporte por influência do meu pai. Agora, descobri uma chance de trabalhar nessa área, mesmo tendo me formado em direito”, diz. Seu colega de turma, Rafael Dantas, de 29, sonha em transformar o que era apenas diversão numa carreira. “Sempre pensei que, para entrar no mundo dos esportes, era necessário ter dom. Mas agora descobri que não preciso ser um atleta para isso e posso usar meus conhecimentos jurídicos também nessa área.”

ESCOLAS PÚBLICAS O clima da Copa do Mundo contagia também escolas públicas de      BH, que apostam em projetos e iniciativas para incentivar a prática esportiva aliada à educação. Até o fim desta semana, mais de 1,5 mil participantes do programa Segundo Tempo/Esporte Esperança da prefeitura esbanjam talento num campeonato envolvendo 34 núcleos de comunidades carentes da capital. A Copa Coca-Cola Femsa Show de Bola promove partidas e ainda leva bons exemplos a estudantes, que participam de bate-papos com ex-atletas e profissionais de renome.

“Palestras com ex-jogadores motivaram ainda mais a garotada. Na oportunidade, craques como Jair Bala, Paulo Isidoro, Luizinho e Toninho Almeida trocaram experiências com a meninada e chamaram a atenção especialmente para a importância de respeitar os companheiros, os adversários e de ter uma conduta correta fora dos gramados. A nossa intenção é realizar esse torneio nos próximos anos, oferecendo esporte, diversão e integração de forma educativa para jovens entre 12 e 17 anos das nove regionais da cidade”, explica o coordenador da copa, Murilo Henrique. Os amigos Ademir Nunes Júnior, de 14, e André Vasconcelos Leão, de 17, entram em campo para honrar a camisa do Núcleo Grêmio Mineiro, do Bairro Santo André, na Região Noroeste de BH, e para alimentar o sonho de serem jogadores profissionais de futebol. “Meu maior ídolo é o Kaká. No ano que vem, vou começar a fazer testes em times de base e espero um dia vestir uma camisa da seleção. Para isso, tenho treinado muito. São pelo menos duas horas por dia, durante três vezes por semana, além de atividades físicas específicas”, conta Ademir, conhecido no time como Juca.

[ ]s,
Glauco.

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