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Erguer pouco peso até cansar é melhor maneira de ganhar músculo.... Será ?
Instrutores costumam aconselhar os frequentadores de academias de ginástica a levantar o máximo de peso por sessão, pois essa seria a melhor maneira de ganhar músculo. Um novo estudo, porém, sugere que a estratégia do "devagar e sempre" com pesos leves pode dar resultado mais rápido.
Uma equipe da Universidade McMaster, em Ontário, no Canadá, liderada por Stuart Philips, observou um grupo de homens jovens (com menos de 25 anos) enquanto levantavam peso nas pernas (movimento extensor) durante vários períodos.
Os pesos foram definidos para cada participante. Foram comparadas as condições em que o peso correspondia a 30% do máximo que o participante podia levantar com a condição em que o peso correspondia a 90% do máximo suportado pelo participante.
Amostras de tecido muscular foram obtidas dos participantes antes e depois de cada sessão de treinamento por meio de biópsia.
Os cientistas descobriram que a produção de novas proteínas musculares - responsáveis pela hipertrofia do músculo - era maior quando os participantes levantavam pouco peso (30% do máximo) até o esgotamento (quando não conseguiam mais levantá-lo).
Segundo Phillips, a ideia de que as pessoas deveriam exercitar-se com materiais cada vez mais pesados é "totalmente falsa". Em vez disso, ele recomenda que a melhor maneira de aumentar a musculatura é levantar pesos menores até cansar.
O estudo foi publicado no periódico "Plos ONE".
Segue a seguir o link do estudo: http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0012033
Comentem, por favor.....
Comentários
Por
Marco Machado
em 10 de Setembro de 2010 às 20:17.
Caro Professor Luiz Antonio
Na antiga lista de divulgação científica sempre se discutia da importância da divulgação científica de qualidade pelos meios de comunicação, o que quase nunca acontece por vários motivos. No presente caso precisamos analisar com calma algumas questões.
O estudo citado descreve os efeitos de uma única sessão de exercícios (4 séries de cadeira extensora) na síntese de proteínas musculares e numa das vias de sinalização da síntese de proteínas em um período de 24h. Os resultados mostram que essas variáveis estão mais acentuadas em resposta a uma intensidade de 30% de 1RM com repetições executadas até a exaustão quando comparadas a 90% de 1RM.
Bem, o estudo não verifica (e não foi objetivo dele) se: (a) esta situação perdura por períodos maiores que 24h, (b) qual é o efeito cumulativo do treinamento sobre estas variáveis e (c) como se comportam essas variáveis em grupos musculares de características diferentes.
Além disso, o estudo utilizou o intervalo de descanso entre as séries de 3 minutos, que é um intervalo descrito como longo quando o objetivo é a hipertrofia muscular.
Enfim, acho ainda cedo para afirmar que os resultados do estudo citado tragam uma mudança no paradigma vigente, porém ele contribui para que futuros estudos possam refutar esse paradigma.
Aguardo discussão sobre o assunto.
Algumas referência interessantes sobre o assunto
Buresh R, Berg K, French J. The Effect of Resistive Exercise Rest Interval on Hormonal Response, Strength, and Hypertrophy With Training. J Strength Cond Res. 2009;23:62-71.
PETERSON, M. D.; RHEA, M. R.; ALVAR, B. A. (2004) Maximizing strength development in athletes: A meta-analysis to determine the dose-response relationship. J. Strength Cond. Res. 18, 377-382.
PETERSON, M. D.; RHEA, M. R.; ALVAR, B. A. (2005) Applications of the dose-response for muscular strength development: a review of meta-analytic efficacy and reliability for designing training prescription. Journal of Strength and Conditioning Research, 19(4), 950–958
RHEA, M. R. (2004) Synthesizing strength and conditioning research: The meta-analysis. J. Strength Cond. Res. 18:921-923.
Por
Juliana Alves
em 22 de Dezembro de 2010 às 12:50.
Muito bem tb acho que o mais importante e a periodização ,nada ainda mudou rs
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