Muito se fala sobre a secreção hormonal, principalmente de testosterona (anabólico) e cortisol (catabólico). Tão importante quanto as concentrações de testosterona (total e livre) é o conteúdo (quantidade) de receptores androgênicos para que a testosterona possa se ligar e desencadear reações específicas. O estudo de Ratamess e colaboradores (2005) analisou a influencia do volume do treinamento resistido na secreção de testosterona e cortisol, bem como no conteúdo de receptor androgênico em homens. Nove sujeitos experientes em exercício resistido realizaram o exercício de agachamento. De maneira contra-balançada foi feita 1 série ou 6 séries de 10 repetições com carga entre 80-85% da 1RM. Biópsia do músculo vasto lateral foi realizada antes do exercício e uma hora após. Coleta sanguínea antes, imediatamente após, 15, 30, 45 minutos e 1 hora após a finalização do exercício. Para série simples não foi observada elevação de testosterona em nenhum dos momentos. Já para séries múltiplas foi encontrado elevação significativa nos momentos imediatamente após, 15 e 30 minutos. Para série simples não foi observado aumento de cortisol em nenhum momento. Para séries múltiplas foi observado aumento significativo nos momentos logo após, 15 e 30 minutos. O conteúdo de receptor androgênico não mudou 1 hora após o termino do exercício para série simples, porém diminuiu 46% da séries múltiplas. Os autores concluíram que o down-regulation dos receptores androgênicos ocorreu devido ao elevado estresse causado pelo elevado volume de treino e consequente aumento na concentração de cortisol que induziu ao catabolismo proteico. Interessante notar que o ELEVADO VOLUME são apenas 6 séries durante uma sessão de treino. Este valor fica bem abaixo do que frequentemente observamos nas salas de musculação para cada grupamento muscular. Portanto, não adianta apenas elevar as concentrações séricas de hormônios anabólicos se o volume não estiver adequado aos objetivos!
Ratamess, N.A. et. al. Androgen receptor content following heavy resistance exercise in men. Journal of Steroid Biochemistry & Molecular Biology 93 (2005) 35–42.

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