Cevnautas da Nutrição, boa oportunidade para juntar mais um argumento sobre a importância da atividade física na adolescência e, tambem, para fazer um passeio na Revista FAPESP.  Laercio

Grandes ganhos com pequena perda de peso
15/07/2013
Por Carlos Fioravanti

Revista Pesquisa FAPESP – Em adolescentes, perder apenas 8% do excesso de peso, o equivalente a uma redução de 6 a 11 quilogramas (kg) da massa corporal, pode ser o bastante para desfazer as alterações metabólicas causadas pela obesidade, manter a fome sob controle e sair da faixa de risco para diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, que normalmente acompanham a obesidade. “Não é preciso perder 20 kg em pouco tempo, como normalmente se procura fazer, para evitar os problemas de saúde que se agravam com o excesso de peso”, diz Ana Dâmaso, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do estudo interdisciplinar que levou a essas conclusões.

Durante um ano, médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e fisioterapeutas acompanharam 77 adolescentes de 14 a 19 anos e peso entre 101 e 120 kg, motivando-os a perderem peso gradativamente, por meio de exercícios físicos e da incorporação de uma dieta mais rica em verduras e frutas e de hábitos de vida mais saudáveis, como dormir mais cedo e pelo menos oito horas, em vez de passar a noite na internet comendo batatinhas fritas.

Outros estudos já haviam associado a obesidade a riscos crescentes de diabetes tipo 2, hipertensão, câncer, problemas nos rins, no pâncreas e no fígado, além de dificuldade para dormir, e detectado que uma perda de 5 kg de peso reduzia à metade o risco de diabetes. Agora, com esses novos estudos, começa a ser definido um valor de redução de peso – a ser confirmado ou ajustado por outros estudos – necessário para recolocar o organismo em ordem. Os avanços são relevantes porque os adolescentes representam um grupo de risco para problemas de saúde: estima-se que a prevalência de sobrepeso entre adolescentes no Brasil tenha triplicado – passou de 4% para 13% – na última década.

De acordo com o Ministério da Saúde, 20% dos adolescentes e 48% da população estão acima do peso recomendado para a idade e a altura. “Quanto mais cedo trabalharmos com adolescentes obesos e propusermos mudanças no estilo de vida, menor será a carga de doenças crônicas entre adultos e menores os gastos do sistema público de saúde”, diz Danielle Caranti, que durante o doutorado trabalhou com adolescentes obesos em um hospital de doenças metabólicas da Itália antes de começar com adultos na Unifesp em Santos em 2010.

Adultos obesos provavelmente terão de perder mais peso do que os adolescentes para desfazer as alterações metabólicas causadas pela obesidade. De acordo com um estudo em andamento com 43 pessoas com idade entre 21 e 60 anos na Unifesp de Santos, os níveis de hormônios que controlam o apetite e os processos inflamatórios decorrentes do excesso de peso podem estar até três vezes acima do normal, desse modo exigindo mais esforço e tempo para voltarem aos níveis considerados saudáveis.

Segundo Danielle Caranti, coordenadora dessa pesquisa, os resultados preliminares indicaram que, em adultos, a redução mínima de massa corporal necessária para normalizar os níveis dos principais hormônios ligados à obesidade parece ser da ordem de 10% a 20% – e só se chega a esse valor após pelo menos um ano de exercícios físicos e ajustes na dieta e no estilo de vida.

Um estudo recente do grupo de Mario Saad na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indicou que, em camundongos, a prática de exercícios físicos, além de queimar calorias, como já se sabia, ajuda a reduzir a inflamação nos neurônios do hipotálamo, a região do cérebro que regula a fome, e a restabelecer a saciedade (ver Pesquisa FAPESP nº 173).

Esses trabalhos indicam que é importante perder peso gradativamente, para dar tempo para o organismo restabelecer o equilíbrio perdido, em vez de emagrecer muito de um fôlego só. “Quando se emagrece muito rapidamente, a gordura do abdômen tende a ir para o fígado e para o coração”, diz Ana Dâmaso. Para evitar a euforia de perder peso rapidamente e recuperar tudo em seguida, os pesquisadores propunham aos adolescentes a meta de perder 0,5 a 1,5 kg por semana – alguns, após um ano de tratamento, perderam até 22 kg.

Outra conclusão, já adotada por outros grupos de pesquisa, é que a obesidade deve ser vista como uma doença crônica multicausal e, portanto, precisa ser tratada de modo integrado. Tanto os adolescentes quanto os adultos submeteram-se a uma terapia interdisciplinar de redução de peso que Ana Dâmaso conheceu na Alemanha em 2002 e implantou na Unifesp dois anos depois.

Nos últimos anos, essa abordagem tem sido aplicada e avaliada por outros grupos de pesquisa do Paraná, Pernambuco e São Paulo, com duração variável de 3 a 12 meses. Por meio dessa estratégia, médicos, educadores físicos, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas adotam os mesmos objetivos e propõem mudanças no estilo de vida para adolescentes e adultos.

“Temos de atacar a obesidade em várias frentes, ao mesmo tempo”, diz Danielle Caranti. Em princípio, é mais fácil emagrecer quando adolescente, embora adultos obesos também consigam mudar de hábitos. Joana Ferreira, do grupo da Unifesp, verificou que o consumo médio diário de calorias em um grupo de 49 adultos obesos passou de 2.195 quilocalorias (kcal) para 1.603 kcal, e a compulsão alimentar caiu de 23,8% para 4,8% entre os obesos moderados e de 9,5% para 0% entre os obesos severos, do início ao fim de um tratamento de seis meses.

Leia a reportagem completa em http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/07/12/grandes-ganhos-com-pequena-perda-de-peso/

Comentários

Por Gabriela Vieira Quirino
em 9 de Março de 2016 às 10:18.

Enquanto adolescentes, o metabolismo é mais rápido e a facilidade de perder peso é maior. Não podemos associar apenas a perda de peso para um indivíduo sair do quadro da obesidade. Por exemplo, uma boa alimentação com baixa ingestão calórica aliada à exercícios físicos, irá fazer com que a pessoa perca gordura e ganhe massa magra, o que irá diminuir o seu percentual de gordura mas na balança os números não serão muito expressivos. Porém, diminuir o percentual de gordura é realmente um "grande ganho com pequena perda de peso". 

Perder peso gradativamente é mais eficiente. Uma pessoa obesa se encontra com uma grande reserva energética e com muita gordura, se rapidamente ela reduzir drasticamente a sua ingestão calórica diária e aumentar drasticamente o seu gasto energético, ela irá perder muito peso num curto intervalo de tempo, mas seria como um "choque" para o organismo, que tentaria voltar ao seu "estado normal", ao quadro anterior, fazendo com que qualquer escapada da pessoa, qualquer exagero seja determinante na sua busca pela perda de peso. Por este motivo, é melhor que o corpo vá se adaptando, se acostumando aos poucos que os hábitos da pessoa vão mudar e dali pra frente ele terá uma mudança, dando tempo para o organismo reestabelecer o equilíbrio perdido.

É importante que pessoas obesas busquem uma melhora dos hábitos enquanto forem mais jovens, porque adultos obesos terão que perder mais peso do que os adolescentes para desfazer as alterações metabólicas causadas pela obesidade.

Por Thaís Estevão Bernardes
em 9 de Março de 2016 às 10:29.

Por Thaís Estevão Bernardes
em 9 de Março de 2016 às 10:33.

Por Thaís Estevão Bernardes
em 9 de Março de 2016 às 10:37.

Por Thaís Estevão Bernardes
em 9 de Março de 2016 às 10:38.

Por Thaís Estevão Bernardes
em 9 de Março de 2016 às 10:48.

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado mais comumente é o do índice de massa corporal. O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado. É o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que identifica o peso normal quando o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9. Para ser considerado obeso, o IMC deve estar acima de 30. O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas.A obesidade é fator de risco para uma série de doenças, como a hipertensão, as cardiovasculares e diabetes tipo 2. São muitas as causas da obesidade, tais como o patrimônio genético da pessoa, os maus hábitos alimentares, o sedentarismo ou, por exemplo, algumas disfunções endócrinas. Por isso, estes indivíduos precisam de acompanhamento de profissionais adequados: educador físico, nutricionistas, endocrinologistas, dentre outros, para conseguirem reverter tal quadro e prevenirem maiores complicações

Por Mariane Mariana de Azevedo Silva
em 9 de Março de 2016 às 11:03.

Como dito perder peso de uma só vez, ou seja , rápido não é saudável pois, nesse processo não se perde somente gordura mas também massa magra que é de grande importância pois regula alguns hormônios . O sobrepeso não é refletido apenas no peso da balança mas em outros fatores. Antes o IMC levava  em conta somente a altura e o peso do indivíduo para a sua contagem, hoje utiliza-se a medida da cintura devido a preocupação da gordura abdominal que em excesso gera doenças.

Quando o indivíduo faz uma dieta hipocalórica, ou seja muito restrita o seu metabolismo fica menos acelerado, dificultando assim que trabalhe na manutenção dessa massa magra. Como também foi aordado perde-se peso na balança mas as dobras adiposas continuam .Reduzir o acúmulo de gordura que gera a obesidade e pode gerar as doenças crônicas não transmissiveis, que muitas vezes são irreversíveis são mais importantes do que perder peso.

Outra questão é que um metabolismo mais lento terá dificuldade de trabalhar quando o indivíduo voltar a comer alimentos não saudáveis,demorando na degradação destes e o estocando como gordura,fazendo assim com que o peso perdido de maneira rápida também volte de maneira rápida.

Então uma solução para esse problema é ensinar crianças e adolescentes a importância de uma alimentação saudável, adquirir certos hábitos na vida adulta é muito mais difícil . Portanto,hábitos que são adquiridos quando mais novos continuam a vida toda. Desta forma, reduzimos a quantidade de jovens obesos que provavelmente serão adultos obesos.


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