ASSEMBLÉIA NACIONAL DE CLUBES E CONGRESSO DISTRITAL
ARROJADO PROJETO INÉDITO PROVOCA INCREDULIDADE E EUFORIA

Sebastião Alberto Corrêa de Carvalho (*)

   Os participantes da Assembléia Nacional de Clubes e do Congresso do Distrito Brasil realizados de 29 de abril a 1 de maio, em Santos (Universidade Santa Cecília) tiveram a atenção despertada pela apresentação do Panathlon Club Ribeirão Preto, relativa ao projeto desportivo que, segundo o anúncio dos relatores, estava sendo mostrado em público (de forma quase integral) pela primeira vez, causando no auditório preenchido por panathletas (desportistas associados ao Panathlon) desde incredulidade até  euforia.

De fato, habituados à escassez de meios e às notícias cada vez mais freqüentes de desvios de recursos que eventualmente são conseguidos, era natural que a perplexidade se instalasse entre os assembleistas, diante do ineditismo e da grandiosidade da ousada proposta.

Na medida em que os detalhes apareciam na tela, um sentimento de crescente entusiasmo ia tomando conta de jovens e veteranos, a ponto de vários terem manifestado sua emoção com expressões como: “Nunca em minha vida poderia imaginar que um dia iria ver acontecer esta maravilha no esporte do Brasil!”

Trata-se da idealização de um completo e exemplar centro de treinamento e pesquisa, como vanguarda de um complexo intermultimodal que lhe dará auto-sustentação, integrando meios que permitirão a prospecção de valores de todas as modalidades olímpicas, paraolímpicas e típicas regionais, envolvendo todos os municípios do País.

Verdadeiro “pente fino”, que lembra, em ponto maior, a “Operação Juventude” de “A Gazeta Esportiva”, competição para talentos de atletismo criada nos anos setenta pelo Professor Henrique Nicolini, fundador do Panathlon no Brasil, será aplicado a crianças e jovens que conhecerão as disciplinas e os implementos para desenvolvê-las, dando-lhes, assim, ampla e irrestrita oportunidade de escolha das que mais lhes pareçam atraentes.

Os talentos serão abrigados em estrutura especialmente destinada a prover-lhes integral formação desportiva, a completa escolaridade, todo o patrocínio necessário à carreira, formação profissional, o que constituirá verdadeira revolução no ambiente desportivo brasileiro.

Com tal empenho na ampliação máxima da base da nossa pirâmide desportiva estaremos certamente a caminho de colocar muito mais alto o seu vértice.

Às vésperas da concretização desse audacioso projeto, que reserva ao Panathlon a coordenação de toda a atividade desportiva, é necessário que os panathletas brasileiros, que se sintam capazes de compreender a responsabilidade de um tal desafio, se apresentem de mangas arregaçadas para ombrear-se na maior obra da nossa história.

É possível que estejamos falando de uma nova espécie desportiva, que enxerga mais amplo, que pensa grande, capaz, enfim, de construir uma obra de respeitável envergadura,  mundialmente inédita.

Estejam seguros de que a vanguarda do complexo é modelar centro de treinamento desportivo, mas a estrutura que lhe dará sustentação é imensamente maior, permitindo levar benefícios sociais, educacionais, culturais, de saúde, de segurança e econômicos a toda a sociedade brasileira.

Afinal, os investidores de visão mais aguçada já perceberam que o desporto é a maior força econômica mundial, capaz de gerar mais recursos que os próprios estados.

( * ) Conselheiro Delegado do Panathlon International
para as Américas

Comentários

Por Luís Panizo
em 16 de Maio de 2011 às 10:14.

Que coisa maravilhosa podem ser as palavras de discursos. Pena que as atitudes são as mais importantes e "mudanças" são idéias agressivas demais para metodologias já estabelecidas e autoridades autoritárias.

"nova espécie desportiva, que enxerga mais amplo, que pensa grande, capaz, enfim, de construir uma obra de respeitável envergadura, mundialmente inédita".

Acredito que o primeiro passo seria a democratização do esporte. Eleições "diretas já" para todos os cargos diretivos do esporte, em todas as estâncias. Os atletas filiados tem direito a voto e a escolher seus dirigentes, pois eles são os artistas principais deste espetáculo e se alguém disser que eles não tem condições de fazê-lo ou que é melhor da maneira que está. Então, podem mudar o discurso para mais realista. Não tentem jogar perfume sobre corpos, mentes e idéias de "puder" putrefadas.
Se os atletas escolherem errado, aí sim, eles sofrerão as consequências da escolha e não por reclamar do que está errado.

A democracia tem falhas, sim, mas ainda é a melhor forma de liderança-governança. Claro que existem exceções à regra, mas são muito raras. Claro que seria melhor se a justiça fosse justa e se percebermos que, se escolhemos errado, pudéssemos trocar imediatamente e não depois de anos de erros ampliados e camuflados pelo "puder".

Ter coragem de mudar não é só "enfeitar" o discurso, pois isto já acontece há muito tempo. Também sei que os mais corajosos serão perseguidos, alguns abandorarão a batalha e outros serão abatidos sem piedade. Mas também sei que se os líderes atuais forem realmente bons, provavelmente serão escolhidos também pela maioria e não precisam temer a mudança. Lamento se não houver mais do que uma chapa, alternativas (competitividade = esporte).

Esta é a minha sugestão para começar correto o processo de mudança, de possível melhoria.

Por Kátia Maria Riêra Machado
em 16 de Maio de 2011 às 11:24.

Estive presente em Santos, assisti a apresentação do Sr Ronaldo Franco sobre o Centro Intermultimodal. Foi realmente algo "grandioso"! Estamos aguardando o andamento das negociações e torcendo para que tudo seja concretizado. Certamente o desafio é grande. Breve teremos definições. Abraço a todos.


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