Henrique Nicolini, "Membro de Honra do Panathlon International e "Pai do Panathlon do Brasil" defende a memória de Padilha.          http://www.gazetaesportiva.net/blogs/henriquenicolini/

 

Recebemos nesta semana um e-mail do advogado Alberto Murray Jr manifestando a sua revolta contra a atual administração da Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo. Ele passou pelo Conjunto Esportivo do Ibirapuera e verificou que as placas de inauguração do ginásio de esportes e da pista de atletismo com o nome de seu avô, Major Sylvio de Magalhães Padilha, haviam sido removidas. Ele considerou isso uma afronta e uma desconsideração a Sylvio de Magalhães Padilha, bem como à memória desportiva de São Paulo.

Pessoalmente, achamos que jamais o titular da pasta estadual deixaria, após as reformas, de restituir aqueles marcos aos seus devidos lugares, numa ação de respeito a um dos mais importante de seus antecessores.

Com 67 anos de crônica esportiva, acompanhei cada etapa da luta para que o Conjunto tivesse a configuração atual.

O Conjunto foi construído aos poucos, com cada unidade respondendo a uma luta específica, tentando solucionar problemas também específicos do nosso esporte que vinham acontecendo no decurso de sua longa gestão.

A primeira obra foi a do ginásio, que permitiu a São Paulo receber os grandes eventos internacionais, solvendo uma das grandes carências de nossa cidade. Depois foi construída a pista, que em sua primeira edição era conjugada com o Velódromo. Depois ganhamos uma piscina olímpica e o edifício dos alojamentos permanentes do Projeto Futuro da Rua Manoel da Nóbrega, onde tiveram abrigo durante o período de treinamento atletas que se transformaram em campeões olímpicos.

O Conjunto foi implementado com outras instalações, como o ginásio poliesportivo da Rua Abílio Soares, quadras descobertas e restaurantes.

Cada melhoramento marcou cada época, todos com verbas de orçamento e nenhuma negociata. O arquiteto Ícaro de Castro Mello era funcionário do DEFE e fez todos os projetos. Nos primeiros tempos, não havia nem a Secretaria de Esportes, tudo era feito pelo DEFE (Departamento de Educação Física e Esportes do Estado de São Paulo).

Padilha começou a lutar pelo Conjunto desde a conquista da extensa área em que ele se encontra. Foi uma longa e vitoriosa negociação com o II Exército e a Prefeitura.

Tudo que existe no Conjunto é obra de Padilha, que também acrescentou ao seu currículo o Conjunto da Água Branca: um ginásio poliesportivo, a primeira piscina coberta do país e um edifício para a sede das federações estaduais que ocupavam o espaço gratuitamente e estão sendo expulsos pela atual administração. Não havia este foco argentário que, infelizmente, hoje restringe a ocupação destas instalações construídas com o dinheiro do povo e o progresso da própria prática esportiva.

Ainda antes de sermos jornalista, há mais de setenta anos, vimos Padilha levando governadores de Estado (no fim da década de 30 e início da de 40) para lá assistir a competições de atletismo.

Padilha merece mais do que a recolocação de duas placas (deveriam ser muito mais!). Se houver uma verdadeira justiça, quando terminar esta prolongada reforma, precisaria ser erguido um busto para ele.

 

Comentários

Por Eduardo de Castro Mello
em 30 de Abril de 2013 às 12:04.

Concordo totalmente com o texto do Henrique Nicolini. Sou como ele, testemunha de tudo que envolve a historia do Conjunto Esportivo "Constancio Vaz Guimarães" e o "Baby Barioni" na Agua Branca, dois importantes projetos elaborados por meu pai arquiteto Icaro de Castro Mello a pedido de seu amigo e companheiro de atletismo Sylvio de Magalhães Padilha.

As placas com o nome do Major tem que voltar para onde estavam.

Respeito acima de tudo !

Por Laercio Elias Pereira
em 20 de Dezembro de 2014 às 12:06.

Professores, Panathletas,

Essa questão andou? 

Laércio

Por Curso
em 21 de Agosto de 2018 às 01:38.

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