Cevnautas do Paraná, a APEF está em campo nessa questão?  A defesa dos professores de Educação Física de Cascavel no vídeo da reportagem está consistente? Convencerá às Autoridades, Associações de Pais e Mestres e aos Conselhos das Escolas? Laércio

Professores de Educação Física estão descontentes
A questão precisa ser melhor discutida no próximo ano

Professores de Educação Física da Rede Estadual de Cascavel se reuniram nesta manhã (21) na APP Sindicato para debater a alteração na matriz curricular.

A classe está descontente com a mudança que reduz a quantidade de aula de algumas disciplinas para acrescentar tempo á português e matemática. A disciplina de Educação Física é uma das afetadas.

O indicado pela nova grade é que os alunos só tenham uma aula de Educação Física por semana. Os professores protestam e acreditam que a medida gera uma série de prejuízos para os alunos.

Os educadores consideram, por exemplo, que com a redução ficam impossibilitados de treinar os alunos para os jogos escolares, também defendem que a redução de aulas de Educação Física gera um dano a qualidade de vida dos estudantes.

A posição da APP Sindicato é que a matriz curricular foi decidida sem a devida discussão com os professores e por isso considera que a questão precisa ser amplamente abordada no próximo ano.

FONTE (com vídeo da reportagem): http://catve.tv/noticia/6/47713/professores-de-educacao-fisica-estao-descontentes

Comentários

Por Edison Yamazaki
em 27 de Dezembro de 2012 às 07:51.

Não dá para acreditar que esse tipo de discussão ainda esteja acontecendo. A burrice desses burocratas é maior do que eu pensava. Por essas e outras é que, as vezes, tenho vergonha de ser brasileiro. Definitivamente esse não é um país sério.

E pensar que os dois maiores eventos esportivos do mundo será realizado no Brasil. A comunidade internancional não sabe que o "intelectuais" querem diminuir as aulas de EF e consequentemente diminuindo as chances de fazer o esporte um hábito da vida. Se soubessem, acho que os eventos iriam para um país mais inteligentes.

Nesse ponto, mérito para o Ricardo Teixeira e para o Nuzman que conseguiram enganar direitinho o pessoal da FIFA e do COI. Viu como brasileiro é esperto?

Por András Vörös
em 26 de Dezembro de 2012 às 11:33.

Caros Amigos:

toda ação tem uma reação em sentido contrário e de igual intensidade !

Vejamos:

1. se não houver tempo para treinamentos dos escolares, faremos economia na máquina pública pois não será necessário realizar os Jogos Escolares, e a verba poderá ser canalizada (desviada) para a reforma de estádios particulares, ou até  para o esporte de alto rendimento !!!!

2. A falta de se desenvolver a prática regular de atividades físicas e habilidades motoras, só terá seus efeitos na verba que se terá que usar a mais para a saúde, daqui uns 20/25 anos...

3. Os pais e os adolescentes que sentirem falta das atividades fisico esportivas, estarão se inscrevendo em Academias, que por sua vez pagarão mais anuidades!

4. Só para constar, conforme e-mail recebido, o CREF-PR está de férias coletivas !!!!  ou seja não há necessidade de se atuar nesta época !!!!  kkkk

Por Roberto Affonso Pimentel
em 26 de Dezembro de 2012 às 15:25.

Alguns diretores de colégios na região do Grande Rio, público ou particular, compreenderam que aulas consistentes de educação física e desportos contribuem para a auto-estima dos alunos e, estes, tornam-se os maiores propagandistas da própria escola. Observaram, também, que não é necessário promover a transferência de alunos/atletas através de bolsas para "reforçarem" suas equipes. Ao contrário, elas são construídas com a própria "prata da casa", além de alavancar um sentimento de orgulho por pertencerem àquela instituição. Estas ações promovem muito mais emoções, uma vez que TODA a comunidade escolar participa (e não compete entre si). Assim, os colegas torcem por seus amigos que momentaneamente estejam competindo, aliados a professores, diretores e demais agentes educacionais - funcionários, pais e amigos. Será difícil construir algo similar? Como conquistar esse espaço?

No dia que soubermos seremos muito mais felizes. Cabe a cada um, ou ao grupo de professores, descortinar um futuro muito melhor para TODOS. Eu acredito que possam fazê-lo. E vocês? Será que a luta se resume a um ou mais tempos de aula, ou seria por uma melhor QUALIDADE no ensino?

Construi um fórum de discussões também em www.procrie.com.br , Descortinem alguns tópicos em "Novo Sumário".  

Por András Vörös
em 27 de Dezembro de 2012 às 10:33.

Caro Roberto Affonso, creio que uma boa jornada é a dos Jogos Cooperativos que durante um bom tempo se tentou ampliar, mas, infelizmente a pressão da sociedade de consumo e egoísta conseguiu empurrar para o lado.

Meu amigo Edison: os eventos vieram para no Brasil porque todos (FIFA, COI, Governo e sua congêneres) tem certeza do quanto poderão lucrar com isso, com seus sócios brasileiros, independentemente do sucesso, do êxito ou do fracasso. Tudo está centrado no poder econômico !!!  É a grande indu´stria do circo do lazer passivo e bestificante ! 

Hoje a melhor atividade é caminhar , pois não requer prática nem maiores habilidades .....Tá na hora de acabar com essa máquina de fazer malucos que é o esporte olímpico.....antes disso deverião liberar o dopping, pois com as experiências em seres humanos ( atletas sequiosos de ganhar) as novas drogas servirão para tratar doentes crônicos !!!

Feliz Ano Novo !

 

Por Edison Yamazaki
em 28 de Dezembro de 2012 às 03:29.

András e Roberto,

O que me deixa estupefado é que discussões sobre a importância da prática esportiva e da EF é importante ou não. Por tudo o que se vê no mundo, está na cara que aulas de EF são tão importantes como qualquer outra matéria. É inimaginável que os burocratas pensem que as crianças aprenderão mais matemática ou português reduzindo os esportes. É de uma burrice que dói na alma.

O que me intriga é que o Brasil é um país que valoriza à exposição dos corpos, seja pelo tamanho dos biquinis, a altura da mini-saia ou nos BBBs da vida.  Assistindo a TV dá até a impressão de que o país é a capital do abdomem "tanquinho", dos bumbuns perfeitos. Toda essa exposição tem a ver com academia, halteres, exercícios localizados, e consequentemente com os professores de EF.

Nas escolas estaduais e municipais, onde os pobres frequentam, é ainda mais necessário as atividades físicas, pois somente lá que as crianças terão contato com as regras, os jogos lúdicos, o basquete, o futsal, a iniciação esportiva, etc. Mesmo que o objetivo principal de uma aula de educação física na escola não seja essa, é assim que acontece.

Os burocratas de Cascavel devem estar de brincadeira com a educação e a formação geral de um indivíduo.

Concondo que a Copa e as Olimpíadas, atualmente, são movidos por dinheiro, e é onde está a possibilidade de grandes lucros é que eles irão. O Brasil foi "contemplado" e as construtoras, as empreiteiras e outras empresas de serviços adoraram, pois o dinheiro correrá mais solto e abundante. Se o governo não fosse megalomaníaco e tivessem os pés no chão, acho que nem o Pan seria realizado no Brasil.

Feliz Ano Novo!

Por Luciano de Lacerda Gurski
em 20 de Fevereiro de 2013 às 10:57.

Acho descepcionante...

Não apenas a redução das aulas, mas a vergonha de ver alguns dos argumentos para tentar mantê-las.

Penso que primeiro não deveríamos discutir à partir de nosso umbigo, mas sim de toda a educação. O que significa esta matriz para as escolas, o que se pretende com elas, pois quem perde não é apenas a EF, mas a escola, a sociedade... Principalmente quando o objetivo é aumentar o número de aulas de matemática e português por conta de índices e testes nacionais...

Quanto à EF, sem dúvida tem sua importância, porém, infelizmente, os próprios professores apresentam argumentos muito próximos de senso comum e que são facilmente refutados. Boa parte deles foram exaustivamente debatidos e criticados em meados dos anos 80, porém continuam mais forte que nunca nos discursos de alguns professores.

O papel da EF na escola não deveria ser o esporte. Quando muito este deveria ser um dos 5 conteúdos que se tornaram clássicos, e mesmo assim sba  perspectiva de compreendê-lo e não apenas praticá-lo, ou, sobre outras concepções e abordagens, um meio, não o único. A outra linha de defesa se baseia na atividade física e saúde, porém em uma abordagem acrítica, desconsiderando as pesquisas e estudos desde o papel da EF escolar aos que demonstram que as aulas, mesmo sendo 3 por semana, não são suficientes para promover uma melhora na aptidão física relacionada à saúde, e, de outro lado, que pouquíssimas pessoas que praticam atividade física desenvolveram este gosto na escola ou em função desta. Descarta-se, por exemplo, aqueles que aprendem a não gostar de atividade física justamente pelas experiências negativas que tiveram em aulas de educação física.

A defesa à partir dos jogos escolares acredito ser ainda mais fallha, pois os jogos deveriam ser no máximo uma consequência, não o objetivo, até porque privilegiam alguns alunos e não todos, como deveria ser a escola - para todos - , e ainda mais, sob o modelo hegemônico de rendimento e exclusão, estimulando também aprendizagens "não esperadas", como estímulo a individualismo, à violência, à burlar regras...

Penso que se queremos defender a necessidade de mais aulas de educação física na escola devemos fazê-lo com base em todo o projeto educacional da escola e explicando a importância desta sob o ponto de vista de acesso ao conhecimento e a formação humana.

Abraço a todos!.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 20 de Fevereiro de 2013 às 15:27.

Luciano,

Parabéns por sua visão. Para ajudá-lo e a seus colegas paranaenses, veja o que se contem em www.procrie.com.br/procrienoprezi/. Trata-se de um "Contributo ao Desenvolvimento do Voleibol" que pode ser implantado em qualquer escola ou comuinidade. Só depende do Professor. 

Sinta-se à vontade para discuti-lo com seus colegas e, se puder, gostaria de ter a sua opinião no próprio Procrie.

Boas leituras. 

Por Edison Yamazaki
em 21 de Fevereiro de 2013 às 02:51.

Luciano,

As aulas de Educação Física é a única em que o aluno "sai do lugar comum". Lá, ele não precisa ficar sentado numa carteira, olhando para a frente e mantendo silêncio. O espaço é outro. Se não servir para que aprenda ou se interesse por algum esporte, pelo menos, servirá para relacionar-se de maneira diferente com os seus colegas.

Professores desinteressados e mal formados temos em todos os lugares, assim como profissionais de outras áreas. Não podemos nos basear por eles, senão as coisas não andam. Precisamos mirar os que de alguma forma nos fizeram interessar pelo esporte e consequentemente estudarmos Educação Física.

Os campeonatos estudantis são necessários e extremamente saudáveis, pois quem não joga pode torcer e participar de outra maneira, sem dizer que a integração social é única.

Temos que esquecer os acomodados que cumprem apenas os horários e as programações, e focarmos em quem realmente entende que esporte é cultura e uma maneira diferente de educar. Nenhum professor de Educação Física quer formar atletas numa escola, e todos sabemos que 3 vezes por semana não são suficientes para gerar saúde ou formar campeões. Todos sabemos disso. Mas, apesar da pobreza do país e talvez até por isso, temos que nos desdobrar para fazer com que os envolvidos (alunos) saibam que esporte é uma maneira diferente de entender a vida. uma maneira ímpar de sociabilização. Depois de entendido isso tudo, podemos até nos interessar pela matéria e virarmos professor também, mas com interesse no aprendizado e não na política. Muitos não se interessam pelas aulas de educação física, mas muitos seguiram a área por causa dela.

Por Luciano de Lacerda Gurski
em 27 de Fevereiro de 2013 às 13:45.

Olá Edison,

penso que seu diagnóstico é procedente, uma vez que a maioria das disciplinas ainda se baseiam em sistemas tradicionais de ensino e a imobildiade dos alunos. Contudo os espaços da escola e o uso do corpo não são exclusividades da EF. Assim a EF assume esta "responsabilidade", mas se é uma necessidade que os alunos interajam e se relacionem isto deve estar previsto no PPP da escola e deve ser uma incumbência de todos, não só da EF.

A EF garante sua importância na medida em que consegue ensinar aquilo que nenhuma outra disciplina ensina, ou seja, seu objeto de estudo. Se não soubermos defender qual é este objeto, que na minha opinião e de outros (veja o texto do Fensteiseifer sobre a difícil e incontornável relação teoria e prática) vai além de valores gerais como formar cidadão e socializar, até porque nestes termos cabe muita coisa, mas sim garantir o acesso à cultura produzida pela humanidade quanto ao corpo (cultura corporal ou cultura corporal do movimento para alguns autores). Neste sentido os jogos escolares, na media que atendem a uma minoria dos alunos, e prejudica a maioria, pois muitas vezes ficam sem aulas e vêm o professor se dedicar mais aos jogos que as aulas, não condiz com este objetivo. Caso defenda-se que atividades como as dos jogos sejam realizadas em contraturno então que se remunere os professores e garanta-se horários específicos, que não prejudiquem as aulas, que devem ser sempre para todos. Ainda assim acho que seria mais interessantes festivais não competitivos onde todos os alunos pudessem participar, com atividades não só esportivas, mas de dança, ginástica, lutas... Sem o objetivo de classificar, premiar...

Importante lembrar também que nem toda forma de socialização é positiva. Nos jogos se aprende a roubar, machucar o adversário, ser competitivo e individualista, ou seja, apenas reproduz o que se pratica na sociedade, sem necessáriamente compreender melhor este processo.

Se as aulas não são suficientes para melhorar a saúde e formar atletas, serviriam para quê então? Para alguns autores seria o acesso ao conhecimento científico, filosófico e artístico sistematizado, os quais os alunos provavelmente não teriam acesso em outro lugar que não a escola.

Abraço!


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