Artigo publicado hoje no blog do José Cruz. Convoco os cevnautas para refletirem sobre este tema.

Profissionais do esporte: ação ou omissão?

Prof.  Ms Aldemir Teles

As mudanças nas gestões estaduais e no comando nacional do esporte nos faz lembrar a frase pessimista de que “nada está tão ruim que não possa piorar''. Ou aquela, muito repetida no nordeste: “Chorar de barriga cheia''. Lembramos isso pelo fato de que as coisas andavam mal sob o comando do ex-ministro Aldo Rebelo e 12 anos de PCdoB, mas parece que vamos sentir saudades, apesar dos pesares.

Histórias contadas nos bastidores, dizem que um dos critérios para indicação de gestores esportivos para secretarias estaduais e até municipais é o alinhamento partidário com o titular do ministério,George Hilton (PRB). hhhiiiiAssim, os indicados aos cargos prometem maior poder de barganha junto ao ministério, seduzindo governadores e prefeitos.

Essa é uma das explicações para o PCdoB ter conquistado secretarias estaduais e municipais em todo o país, independentemente do partido do governador ou do prefeito. Parece que a história se repete neste momento com a indicação de pastores ligados à Igreja Universal.

Os governantes não nomeariam pessoas com formação diferente da área médica ou policial para ministérios e secretarias de Saúde ou Segurança Pública, por exemplo. Mas, para comandar a gestão do esporte, não há critérios com o menor grau de razoabilidade. Por quê?

O esporte se tornou uma questão menor para os governantes. Tornou-se um espaço privilegiado para abrigar correligionários sem competência para outras funções. Estão aí, Brasil afora, os vários exemplos. A população e os esportistas “pagam o pato”. Desprezam-se a Constituição e as leis que estabelecem os deveres do Estado e os direitos dos cidadãos, relativos à prática esportiva.

Diante de tais ocorrências, uma questão que já me incomodava há algum tempo agora me assusta, mas me inspira a reagir, a tomar alguma providência na busca da solução. É a perda de espaço de poder e decisão nos órgãos e instituições públicas do esporte, de profissionais e especialistas do esporte. Parece-me que somos meros coadjuvantes, quando não estamos sendo usados apenas para justificar o caráter “técnico'' das gestões.

O sentimento é de que estamos sendo omissos em não reivindicarmos mais espaços, seja para participar  efetivamente dos órgãos de gestão e definição das políticas públicas, seja para opinar sobre o perfil dos indicados aos cargos.

Afinal, os interesses públicos deveriam se sobrepor a quaisquer outros. Será que o meu sentimento é exceção? Será que é possível provocarmos uma reação nesse sentido? Se nós, que temos a formação na área esportiva, não conseguirmos justificar a necessidade de desenvolver uma política de esporte consistente, se não soubermos como isso poderá ser feito e se não descobrirmos a forma de intervir para mudar, quem fará isso por nós?

O grupo Atletas pelo Brasil tem atuado nesse sentido. E nós, especialistas do esporte?

O autor é professor de Treinamento Esportivo da Escola Superior de Educação Física da Universidade de Pernambuco

 http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2015/01/profissionais-do-esporte-acao-ou-omissao/

Comentários

Por Tom Silva
em 8 de Janeiro de 2015 às 12:39.

Bom dia,

Acredito que a formação inicial e permanente na área abordada se apresenta como fator primordial para um significativo processo de planejamento, execução e avaliação das ações a serem implementadas pela pasta em questão. Todavia, a necessidade de manutenção dos partidos politicos na maquina do poder público brasileiro faz com que medalhões da politica nacional consigam entrar em contradição acerca dos seus respectivos discursos históricos. Desta forma, só nos resta reivindicar, através dos meios possiveis, a mudança do cenário vigente, pois se dependermos do quadro politico, tal fator não mudará tão cedo.

Att,

Tom Silva

 


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