Para pedagogizar os sonhos possíveis... Com Paulo Freire podemos dizer:

"Sonhar não é apenas um ato político necessário, mas também uma conotação da forma histórico-social de estar sendo mulheres e homens. Faz parte da natureza humana que, dentro da história, se acha em permanente processo de tornar-se. [...] Não há mudança sem sonho como não há sonho sem esperança”.

Podemos nos inspirar na Pedagogia dos Sonhos Possíveis de Paulo Freire para buscarmos o nosso reencantamento com a Educação Física na escola. Não há limites para os nossos sonhos... Muitas são as possibilidades para um novo amanhã para a Educação Física...

Comentários

Por Ricardo a F S Braz
em 11 de Outubro de 2009 às 11:08.

A Educação Física é uma das ciências que relaciona o corpo e a mente das pessoas, podemos destacar que os atletas vencedores precisam de boa concentração para emergir. Dessa forma, podemos usar este tipo de atitude nas ações em sala de aula. Nossos alunos vencedores necessitam desafiar a concentração.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Outubro de 2009 às 11:17.

Ana Lúcia, Roberto e demais participantes,

Quando vejo a Educação Física transcendendo as ditas aulas de Educação Física ministradas por um professor de Educação Física é porque penso em algo bem maior que inclui também aulas de Educação Física bem planejadas, em espaços adequados e bem conduzidas por um educador suficientemente preparado sobre a condição humana do ser.

Um recreio encantador é responsabilidade da escola, dos professores de Educação Física, de Artes, de Filosofia, de Sociologia, de Religião e de todos os outros. Um playground, uma brinquedoteca, uma sala de vídeo, uma quadra esportiva, um jardim, tudo isso e muito mais deveriam ser ambientes estimulantes não só para o recreio, mas para dar mais vida a escola. Se não há espaço na própria escola, a praça do lado, o centro comunitário, um clube, uma área livre, a casa de cultura mais próxima, tudo isso pode ser incluindo como ambiente pedagógico para que vivências curriculares possam ser realizadas durante um turno escolar.

Como destacou Roberto no seu esforço para mudar a realidade escolar no Rio de Janeiro, o sentido do trabalho na escola ainda é muito mal compreendido pelos educadores. Quando se reconhecer que a alegria na tarefa educativa é mais recompensadora que a sua remuneração imediata, as mudanças de estratégias poderão começar a ocorrer com maior frequência e intensidade. Não quero dizer com isso que os trabalhadores da educação não devam lutar por melhores condições de trabalho e de salário. No entanto, é preciso mostrar outros resultados do trabalho educativo que não se restringem a operações cognitivas e até irão ter recercussões positivas a médio e longo prazo sobre elas. Se pensarmos na própria saúde dos educadores, é muito mais vantajoso trabalhar com alegria, vivenciando estados de fluxo por dedicar uma carga horária maior da sua força de trabalho preparando ambientes humanescentes que trarão retorno emocional para uma vida saudável, do que prosseguir num ambiente institucional em que predomina um mal estar generalizado contaminando as relações de trabalho e gerando violência que se expressa de diversas formas. Com o passar do tempo, é natural que esses educadores adoeçam, somatizando tal insatisfação, comprometendo assim a sua saúde.

Outro aspecto necessário para que mudanças significativas ocorram na Educação Física dentro da escola exige mudança das representações sociais da Educação Física entre os gestores da educação e os demais educadores. Lamentavelmente, a nossa história recente na escola não traz boas lembranças aos atuais gestores e educadores. Precisamos mostrar que somos capazes de construir uma outra realidade. Sobretudo, precisamos trazer mais emoção, mais encantamento para a escola. Começar por onde? Pelos prórios professores de Educação Física. A alegria de viver deve partir de dentro de cada um. Com isso, teremos mais energia e mais argumentos para continuar a lutar por um mundo melhor.

Nossa tarefa na pós-graduação em educação tem conseguido sensibilizar muitos educadores e acreditamos que estes possam acolher propostas mais amplas para uma Educação Física Transdisciplinar e Transcultural. Vamos prosseguir com os nossos sonhos!

Por Maristela de Oliveira Mosca
em 11 de Outubro de 2009 às 08:57.

Complementando Paulo Freire - se é que ele deixou de dizer algo:

Não há mudança sem sonho, mas não há mudança também sem muito esforço e trabalho.

Que possamos nos inspirar no Mestre, sempre!

Por Maria Augusta da Cunha Pimentel
em 11 de Outubro de 2009 às 10:37.

A educação física não é só educação do corpo, do físico, mas é também uma educação inclusiva, pois, a partir da educação física a socialização e a interação são elementos de inclusão de pessoas, principalmente aquelas que apresentam necessidades educativas especiais, por que não um professor de sala de aula  utilizar as práticas da educação física para incluir aquele aluno com deficiência em sua prática de inclusão? Essa clientela tão especial necessita de pequenas ações para que sua permanência na escola seja algo comum, o Educador físico em conjunto com o Educador podem sim, se unir para a união, a inclusão de todos em um ambiente escolar.

Por Irapuan Medeiros de Lucena
em 11 de Outubro de 2009 às 12:09.

Esse tópico Para pedagogizar os sonhos possíveis me encantou...Kátia sempre com suas palavras sábias e com seus conhecimentos humanescentes suficientes para transformar mais uma vez os caminhos da Educação Física. Realmente temos que sonhar para fazer brotar essa flor nessa nossa tão conturbada Educação Física. Não existe fórmulas mágicas, mas com amor, dedicação, muitos estudos e o fazer acontecer humanescente aliado aos sonhos conseguiremos reencantar essa Educação Física desse novos tempos. Tiramos aqui um exemplo de um pássaro que constrói seu ninho com tanto esforço e carinho, para ali colocar seus preciosos ovos e por crueldade da ação do homem ou das inclemências do tempo destroem seu ninho e, em muitos casos, seus ovos. Mas, ainda assim, o pássaro jamais emudece, nem retrocede, nem desiste...segue cantando e construindo... Construindo e cantando sempre. “Não só para os Pássaros, mas para nós, pobres mortais, a vida é um desafio constante mas vale a pena aceitá-lo e sobretudo nunca deixarmos de cantar, pois, a Vida é construída nos sonhos e concretizada no Amor”.

 

Por Irapuan Medeiros de Lucena
em 11 de Outubro de 2009 às 12:17.

Este tópico Para pedagogizar os sonhos possíveis me encantou...Kátia sempre com suas palavras sábias e com seus conhecimentos humanescentes suficientes para transformar mais uma vez os caminhos da Educação Física. Realmente temos que sonhar para fazer brotar essa flor nesta tão conturbada Educação Física. Não existe fórmulas mágicas, mas com amor, dedicação, muitos estudos e o fazer acontecer humanescente, aliado aos sonhos, conseguiremos reencantar a Educação Física desse novos tempos. Tiramos aqui um exemplo de um pássaro que constrói seu ninho com tanto esforço e carinho, para ali colocar seus preciosos ovos e por crueldade da ação do homem ou das inclemências do tempo destroem seu ninho e, em muitos casos, seus ovos. Mas, ainda assim, o pássaro jamais emudece, nem retrocede, nem desiste...segue cantando e construindo... Construindo e cantando sempre. “Não só para os Pássaros, mas para nós, humanos e educadores a vida é um desafio constante, mas vale a pena aceitá-lo e sobretudo nunca deixarmos de cantar, pois, a Vida é construída nos sonhos e concretizada no Amor”.

Por Irapuan Medeiros de Lucena
em 11 de Outubro de 2009 às 12:23.

Por Márcia Fontoura
em 11 de Outubro de 2009 às 22:43.

A Educação Física dos nossos sonhos.

 

Olá! Professora Kátia é com muita alegria, que opino para a melhora da disciplina em Educação Física no espaço escolar. Pensando em transmitir boas vibrações energéticas para o profissional que se encontra desacreditado, devido a vários fatores que os impedem de trabalhar com prazer. Aqui vão algumas dicas humanescente:

 

·         Fazer um trabalho de conscientização na escola sobre a importância da Educação Física.

·         Elaborar um bom planejamento.

·         Trabalhar com a transversalidade e interdisciplinaridade.

·         Sensibilizar o aluno despertando os sentidos do corpo, no pulsar do universo em  nós. Sentir o prazer do cheiro, o sabor dos alimentos, o prazer de ver a luz, cores do mundo (a cor da pele, dos cabelos, dos olhos, as cores da natureza), o toque dos objetos. Ouvir o som da natureza, o próprio som. Enfim, todo o ser em sintonia que envolva a terra.

·         Desenvolver atividades sobre posturas: saber sentar, a vez de falar, reaprender a fazer uma fila.

·         Elaborar um mapa mental: caminho de casa, da escola ao trabalho, ponto de referência, posição do sol.

·         Jogo para ativar a memória quer seja virtual ou não, situação problema, brincadeiras de faz-de-conta (para dar ênfase a imaginação).

·         Vídeos educativos com discussões.

      Fábulas que ensinem valores, como : respeito mútuo, cidadania etc

            Aulas de boas maneiras com dinâmicas.

·         Direitos e deveres no espaço escolar, na sociedade.

       Criar condições para que o aluno participe quer através de gestos, palavras, músicas, danças, teatros, contos, relatos sobre animais de estimação; respeitando o desempenho de cada um. O importante é vivenciar uma metodologia humanescente

 

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Outubro de 2009 às 00:43.

Maristela, Augusta, Ricardo, Irapuan e Márcia,

Penso que o grande desafio para todos os educadores que estão na escola é reconhecer a necessidade da interculturalidade e transculturalidade. Para este olhar mais ampliado, a obra do Paulo Roberto Padilha, do Instituto Paulo Freire, poderá nos orientar bastante sobre como vivenciar a ludopoiese na escola. Festa deve combinar sempre com escola. A Educação Física como disciplina deveria ser sempre uma festa no sentido pleno da alegria de viver. No entanto, as vivências de Educação Física como de Matemática não deveriam se restringir às aulas das respectivas disciplinas com seus professores. Do ponto de vista epistemológico, a etnomatemática já avançou bastante, embora na prática escolar muitos professores continuam aterrorizando os alunos com métodos tradicionais... A Educação Física faz o mesmo quando cobra desempenho motor.

Entendo Educação Física na escola vivenciada de diversas maneiras, não somente nas aulas ministradas pelo professor de Educação Física. Os saberes da Educação Física na escola podem e deveriam ser vivenciados em diferentes contextos disciplinares, interdisciplinares e transdisciplinares. Todos os saberes disciplinares presentes no currículo escolar deveriam ser corporalizados, ou seja, vivenciados corporalmente através de estratégias ludopoiéticas. A Educação Física deveria fazer parceria com as demais disciplinas do currículo. Vejo uma Educação Física Transdisciplinar no centro de todo o processo educativo na escola. Para tanto, o esforço seria para trazer as vivências corporais transdisciplinares para o centro da estrutura curricular e não deixá-las na periferia como ocorre hoje. Evidentemente, isto exigiria um outro tipo de formação para um outro tipo de atuação docente na escola, além da autoformação humana permanente. Mas, é possível!

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Outubro de 2009 às 01:43.

Educação Física nos anos 60

Em plena ditadura militar, a minha experiência com a Educação Física na escola foi maravilhosa... Não tive aulas com professor de Educação Física porque não existia naquela época. Quem participava de grupos de dança ou de equipes esportivas era dispensado da preparação calistênica para realização de um teste de habilidade específica ao final do ano.

Vivi uma escola de tempo integral: das 7 da manhã às 5 da tarde. Só que chegava na escola às 5:30 da manhã para brincar no playground, caminhar até a casa de campo, subir nas árvores para colher frutas, fazer ginástica, jogar volei e basquete. No recreio, na hora do almoço e no final da tarde sempre inventávamos algo novo para brincar. A direção da escola apoiava as nossas iniciativas.

Dois anos depois do golpe militar, a nossa escola já possuia ginásio esportivo, pista de atletismo e piscina. Então, as possibilidades de práticas corporais se diversificaram e passamos a ficar na escola até às 22 horas da noite quando não estávamos treinando basquete na AABB. Com todo este intenso envolvimento esportivo, não descuidávamos das tarefas escolares, puxando sempre para cima o desempenho em todas as atividades do currículo escolar.

Embora não tivesse aulas de Educação Física com um professor, todas essas vivências corporais proporcionadas pela escola constituem saberes da cultura corporal. No entanto, a presença do educador especializado é fundamental para abordar temáticas da corporeidade. Com relação a colegas que não participaram de grupos de dança, de equipes esportivas ou da autoformação ludopoiética, a vivência calistênica era muito limitada, tendo fortes repercussões nos estilos de vida dessas pessoas. Com base nesse vivido, penso a Educação Física de uma forma ampliada, participando de todo o conjunto do currículo escolar. Esta é a perspectiva que pretendemos dedicar nosso esforço reflexivo.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Outubro de 2009 às 02:35.

Para superar a monocultura conteudista na Educação Física. A obra do Paulo Roberto Padilha sobre "Educar em Todos os Cantos" nos apresenta algumas pistas desta superação e como podemos ser mais felizes na escola.

 

"Se pensarmos na educação e na cultura, estaremos, então, procurando

superar o trabalho monocultural muitas vezes realizados pelos trabalhadores

em educação, entre os quais me incluo, que deixa de lado a riqueza e a

diversidade cultural e multicultural  presente em nossas vidas e nas nossas

salas de aula, em todos os níveis e modalidades educacionais.

 

Enquanto profissional já tive a oportunidade de trabalhar com “crianças”

de 0 a 80 anos e pude aprender muito  bem como havia sido formado,

originalmente, para ser um professor  conteudista, monocultural e incapaz de

perceber os alunos com quem trabalhava. Eu sentia ao mesmo tempo a

obrigação e a ânsia de ensinar e transmitir os conhecimentos das ciências para

as quais, supostamente, eu estava habilitado e ensinar. Aos poucos fui

aprendendo que seria possível trabalhar numa outra perspectiva, mais cultural

ou intertransculturalmente contextualizada. Passei a ser mais feliz na escola e

na sala de aula e percebi que o mesmo acontecia com os meus alunos e com

as minhas alunas, pois eles passavam  a aprender melhor e, eu, a perceber

que, efetivamente, eu também aprendia com eles a cada encontro. 

Por esses exemplos iniciais, falo em currículo intertanscultural e também

em educação intertranscultural,  ampliando o próprio alcance da

intertransculturalidade, que não se limita à educação formal, até porque, como  

vimos nos capítulos precedentes, a educação acontece em todos os

momentos, em todas a horas da nossa vida e em todos os cantos e espaços

em que vivemos e convivemos. E valorizando a cultura, a ciência, a política,

enfim, as várias manifestações do  conhecimento e do saber da humanidade,

acumulado e por vir"(Paulo Roberto Padilha - IPF) .

A minha experiência docente hoje está centrada na Pós-Graduação em Educação desenvolvendo ateliês da Pedagogia Vivencial Humanescente. Posso dizer que me sinto muito feliz ao planejar e realizar nossos encontros e que os educadores participantes também se sentem mais envolvidos com o processo de formação. Esta relação ludopoiética vai alimentando e enriquecendo o nosso trabalho de pesquisa num ambiente cada vez mais humanescente. Alguns professores de Educação Física que participam conosco dessa perspectiva têm procurado levar para as suas respectivas instituições educativas alguns desses princípios, alcançando resultados significativos.

Por Ana Lucia de Araújo
em 12 de Outubro de 2009 às 07:42.

Por que a educação física não poderia ser desenvolvida como um recreio orientado?

Na hora do recreio as crianças brincam, correm, pulam, formam grupos de brincadeiras, criam situações d efaz de conta como a brincadeira de bandido e ladrão, convivem com seus colegas, vivenciam conflitos, protagonizam conflitos e, tudo se resolve.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 12 de Outubro de 2009 às 09:30.

Ana Lúcia,

Excelente colocação!

O mundo está pródigo de ideias, especialmente quando se está sentado atrás de uma mesa (não me reporto a ninguém, é uma metáfora). Romper com o imobilismo é bastante desconfortante e precisa de certa coragem, de desapego às mordomias. Veja alguns pequenos exemplos de vida a esse respeito.

Você me lembrou a experiência vitoriosa do Colegio Salesianos de Niterói. Contribui para a construção do que denominaram "Recreio Alegre" em sua área livre, constando de 13 mini redes de voleibol, diversas cestas/tabelas de basquete etc. Os alunos jogam livremente nos recreios e horários livres, antes ou após as aulas. Organizam torneios dentro das próprias classes, sem a mais mínima participação de qualquer professor. Foi uma iniciativa vitoriosa que permanece até nossos dias. Certa feita realizei uma reportagem com a TV-Educativa a respeito (tenho o vídeo). Muitas vezes retornam ao colégio aos sábados para a concretização de seus jogos.

Por outro lado, veja como é difícil ajudar...

Visitando algums escolas públicas do Grande Rio, constatei que a violência que às vezes prolifera nos recreios e saídas da escola poderia ser atenuada com práticas esportivas. O difícil é convencer o diretor e, muito pior, os professores de Educação Física. Ofereci, inclusive o material graciosamente para a escola: "Vai-nos fazer trabalhar mais a troco de quê? Não ganho para tal". Em outra, fui à escola e providenciei a instalação de 3-4 miniredes, inclusive pagando ao serralheiro trabalho pertinente. O professor/coordenador adorou... Quando saiu da escola tratou de levar pelo menos uma das redes (hoje está secretário de esportes). E, finalmente, na terceira, explicando aos professores de Educação Física como seria o trabalho extra muro que propunha - projeto na praia próxima à escola - uma das professoras indagou:"E nós, teremos que ir até lá"?

O pior de tudo é que ainda acredito e tenho esperança que os novos professores tenham uma formação mais apurada e humana. Mas aí encontramos nova dificuldade: as universidades formadoras desses jovens. Muito embora a formação de berço fale mais alto.

Roberto Pimentel.

    

Por Irapuan Medeiros de Lucena
em 12 de Outubro de 2009 às 14:36.

Do sonho à realidade

Quando foi iniciado este debate, estávamos iniciando nosso adormecer consciente e nos  inspiravamos na Pedagogia dos Sonhos Possíveis de Paulo Freire para buscarmos o nosso reencantamento com a Educação Física na escola. Não havia limites para os nossos sonhos... Muitas eram as possibilidades para um novo amanhã para a Educação Física...

Apareceram Anjos nos sonhos e de repente isso ficou foi tornando-se real:

Sensibilizar o aluno despertando os sentidos do corpo, no pulsar do universo em  nós. Sentir o prazer do cheiro, o sabor dos alimentos, o prazer de ver a luz, cores do mundo (a cor da pele, dos cabelos, dos olhos, as cores da natureza), o toque dos objetos. Ouvir o som da natureza, o próprio som. Enfim, todo o ser em sintonia que envolva a terra. vivenciar a ludopoiese na escola. Os saberes da Educação Física na escola podem e deveriam ser vivenciados em diferentes contextos disciplinares, interdisciplinares e transdisciplinares. “Recreio Alegre” em sua área livre.  Um recreio encantador é responsabilidade da escola, dos professores de Educação Física, de Artes, de Filosofia, de Sociologia, de Religião e de todos os outros. Um playground, uma brinquedoteca, uma sala de vídeo, uma quadra esportiva, um jardim, tudo isso e muito mais deveriam ser ambientes estimulantes não só para o recreio, mas para dar mais vida a escola. Se não há espaço na própria escola, a praça do lado, o centro comunitário, um clube, uma área livre, a casa de cultura mais próxima, tudo isso pode ser incluindo como ambiente pedagógico para que vivências curriculares possam ser realizadas durante um turno escolar.

Ainda estamos sonolentos...mas já sentindo a alvorada, já conseguimos ouvir cantos dos pássaros, belo e encantador.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Outubro de 2009 às 15:11.

Irapuan,

Sonhar juntos é uma forma de realizar... Esses sonhos são possíveis. Se não pode ser em todas escolas, em algumas podemos trazer o nosso reencantamento e expandir possibilidades criativas envolvendo outros educadores, a gestão da escola e principalmente os alunos e seus familiares. Precisamos acreditar nos nossos sonhos e tornar a mudança uma realidade possível.

Por Luciane Schulz
em 12 de Outubro de 2009 às 17:44.

Já que o sonho nos é permitido e necessário, então quero contribuir com o meu sonho!

O meu sonho fala de oportunizar a todos, seja no âmbito escolar ou não, vivências ao ar livre.

Começaria por estar num local que houvesse menor interferência  urbana possível, o mais natural possível.

Lá estando, organizaria o grupo num círculo e iniciaria o que chamo de despertar o corpo para o meio.

Já me explico: pediria que todos buscassem respirar o mais profundamente possível, tentando lavar

o corpo internamente com ar puro e que tentassem visualizar/imaginar este ar penetrando por todas as partes, indo da mais

externa parte para a mais interna. Em seguida,  que se espreguiçassem, se alongassem, se sentissem no espaço.

Após este despertar, desenvolveria atividades que estimulassem os sentidos, a expressão corporal, a reconexão com a natureza e para tal

tem-se uma infinidade de atividades.

Ao observar escolas cada vez menos providas de espaços que permitam este tipo de vivência,  

com seus pátios tristes, acinzentados,  planificados, sem vegetação, quase sem vida, ou então com aspecto de shopping center,

vem a tona meu sonho: que  todos tenham  acesso a uma área para contemplar a natureza e

se sentir parte dela e que a escola promova a aprendizagem na  busca por estes momentos!

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Outubro de 2009 às 18:03.

Sobre a construção da Sociedade Brasileira de Educação Física Escolar. Informação na comunidade CEV - Educação Física Escolar

http://cev.org.br/comunidade/ef-escolar/debate/sociedade-brasileira-educacao-fisica-escolar

Por Suraya Cristina Darido
em 12-10-2009, às 15h59.

Ola a todos e a todas,

Na verdade, estamos pensando numa sociedade que agrege tantos professores de Educação Física escolar como os pesquisadores da área. Para agilizar a sociedade pensamos numa revista  que tenha artigos científicos e também trabalhos com relatos de experiências na escola. Um Congresso para o ano que vem, que aceite tanto resumos científicos como relatos de experiências na escola, com palestras e oficinas. Ou seja, uma sociedade Brasileira de EF escolar que efetivamente aproxime duas entidades que tradicionamente tem trabalhado de lados diferentes; universidade e escola.

Nesse debate gostaríamos de discutir vários temas, como por exemplo, o ENEM e as questões de EF, o programa de Livro didático, a legislação específica da EF e seus problemas (leia-se dispensas), os gestores que mal compreendem para que EF na escola, a formação, a realidade dos professores, as necessidades dos professores de EF na escola,  e muitos outros temas ligados a nossa disciplina que surjam a partir do debate.

Quem topa? Quais são as sugestões que os colegas teriam para iniciarmos uma sociedade de um jeito bacana? 

Bjs Suraya

Por Maristela de Oliveira Mosca
em 12 de Outubro de 2009 às 18:16.

A Educação Física dos nossos sonhos está na escola dos nossos sonhos...

é brincar, pular corda, poder sentar-se no chão, cantar e fazer barulho!

É divertir-se com os amigos, chegar mais cedo na escola, ficar naquele finalzinho depois das aulas, é alegrar-se com o convívio no dia a dia.

A Escola dos nossos sonhos nos conclama a viver cada dia com alegria dentro da escola, é alegrar-se pela e na profissão docente, é querer bem nossos educandos e entender suas necessidades.

A Escola dos nossos sonhos é uma escola aberta, para todos!!! Afinal, não é a escola que mais ensina conteúdos, mais faz provas ou mais reprime seus educandos... é a escola que vivencia o amor, todos os dias, em todos os atos!

Que nós, educadores, possamos construir a nossa escola dos sonhos, todos os dias com nossos educandos!

Por Roberto Affonso Pimentel
em 12 de Outubro de 2009 às 18:19.

Senhores professores, Que tal anotarmos num caderninho nossos sonhos, acordar, levantar da cama e começar a trabalhar. Favoreçam bons exemplos na prática, no dia a dia escolar, relatem seus erros e acertos nessa tentativa. O tempo urge e se não tratarmos de fazer algo, daqui a instantes estaremos aposentados e a "banda já terá passado". E o que fizemos? Continuaremos a sonhar? Quem fará o trabalho? Criatividade, intuição, disponibilidade para realizar, não me parecem elementos compatíveis com quem está a sonhar.Todos amam, confundindo a arte com a vida. Parece que sabemos todos o que fazer. O problema é colocar em prática. O tempo – afirmou Heráclito – é um jovem a brincar. Às vezes, nos seus jogos, gosta de se divertir, sobretudo com a esfera emotiva, criando poesia, música e arte. O importante é que cada homem saiba brincar com o tempo que brinca, de modo criativo, sem se esquivar aos seus dons. "O tempo passou na janela – só Carolina não viu", diz o lamento de Chico Buarque, na sua doce canção. Roberto Pimentel

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Outubro de 2009 às 18:32.

Roberto,

Aprendi muito cedo com o meu pai, que também era juiz de futebol, que a pressa é inimiga da perfeição...Assim, podemos criar outros espaços de debate aqui na EF-RN. Nós da BACOR/UFRN estamos trabalhando com os devaneios de Bachelard para estimular a nossa criatividade... É preciso continuar devaneando por aqui... A autoformação humanescente de cada educador é algo muito precioso e tem um ritmo próprio. Nem todos aqui são professores de Educação Física. Outras temáticas poderão tratar de aspectos mais objetivos dessas mudanças para a especificidade da Educação Física Escolar.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Outubro de 2009 às 21:06.

Devanear ou não devanear?

Bachelard, em A Poética do Devaneio, nos diz que "o devaneio ajuda-nos a habitar o mundo, a habitar a felicidade do mundo".

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 13 de Outubro de 2009 às 07:36.

Para sonhar os nossos sonhos...

Bachelard nos ensina muito sobre a necessidade do devaneio, da sua poética. Não basta ter um sonho...É preciso saber conviver amorosamente com ele...Para muitos, o nosso sonho é um absurdo. Mas, se tivermos envolvidos emocionalmente com ele, nada nos afastará da sua realização. Infelizmente, parece que estamos perdendo o desejo de sonhar... Contemplar as coisas simples da vida como a beleza de uma flor, um sorriso de uma criança, a sabedoria de uma pessoa centenária, parece não encontrar mais sentido na vida apressada dos centros urbanos. A cultura de consumo nos afasta da poética do lazer. Os educadores e a escola têm muita responsabilidade com a educação para um lazer criativo, verdadeiramente humanescente. Para tanto, a autoformação humana permanente do educador é fundamental. Na sua agenda autoformativa, o devaneio poético não poderá faltar.

Por Irapuan Medeiros de Lucena
em 13 de Outubro de 2009 às 11:06.

“Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais do que um espectador de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso. E assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas , invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis” (do livro “Desassossego” – Fernando Pessoa).

Já realizamos tanto, precisamos realizar mais...

Sonhar mais, amar mais...

A Educação Física precisa de pessoas felizes, sem pressa, pessoas sonhadoras, alegres, joviais, maduras, vibrantes, brincantes, emocionadas...

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 13 de Outubro de 2009 às 23:12.

Irapuan,

Vamos continuar sonhando os nossos sonhos... A Educação Física não pode continuar na periferia. A presença da Educação Física na escola é muito mais abrangente do que aulas ministradas por professores de Educação Física. Educação Física não pode ser considerada uma matéria de ensino como outras do currículo escolar. É algo muito maior e estruturante do próprio projeto político-pedagógico da escola. O cotidiano escolar deve ser vivencial, corporalizado. Assim, o professor de Educação Física assume um papel importante na gestão de um PPP que se caracteriza pela sua vivencialidade corporal. No entanto, há uma especificidade que deverá ser tratada como tal. O desafio é reconhecer o que é do geral, que deverá ser incluído nas abordagens de todos os professores da escola e o que é específico, que deverá ser tratado pelos professores de Educação Física.

 

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 15 de Outubro de 2009 às 17:05.

O que temos a comemorar no dia de hoje? Estamos conseguindo realizar os nossos sonhos?

Posso dizer que me sinto muito feliz quando penso que estamos conseguindo ousar na pós-graduação em educação. Para muitos que entram em contato conosco, até parece que estão sonhando o sonho noturno. Às vezes é difícil acreditar que estamos conseguindo avançar em tão pouco tempo. O processo é muito intenso quando há de fato envolvimento. Compreender o que se passa com cada Educador é um desafio para todos nós que fazemos a BACOR/UFRN. Agradeço sempre a oportunidade que estou tendo para contribuir com uma formação diferenciada, humanescente, do educador-pesquisador.

Por Maria Augusta da Cunha Pimentel
em 15 de Outubro de 2009 às 18:23.

Estou caminhando....e digo que a passos largos, pois, em tão pouco tempo( 2 meses), pude aprender o que durante anos na graduação, em outra proposta, com outros professores, não aprendi. Estou muito feliz em fazer parte da BACOR/UFRN, e digo que está fazendo parte desse grupo, de pessoas tão iluminadas foi uma dos maiores conquistas em 2009 para mim. Obrigada Kátia Brandão pelo aprendizado e pela beleza de suas mediações. 

Por Irapuan Medeiros de Lucena
em 15 de Outubro de 2009 às 19:52.

No dia de hoje busquei inspiração no passado, quando vi uma frase de Dom Pedro II: "Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro."  Pois ser Educador é uma tarefa difícil, mas não impossível, tarefa que pede sacrifício incrível! Tarefa que exige abnegação, tarefa que é feita com o coração! Nos dias cansados, nas noites de angústia, nas horas de fardo, de tamanha luta, chegamos até a questionar: Será, Deus, que vale a pena ensinar? Mas bem lá dentro responde uma voz,
a que nos entende e fala por nós, a voz da nossa alma, a voz do nosso eu: - Vale sim, coragem! Você ensinando, aprende também. Você ensinando, faz bem a alguém, e vai semeando nos alunos seus, um pouco de PAZ e um tanto de Deus!

Agradeço a Educação e a Educação Física existir e existir em mim...

Agradeço a você, Kátia pelos nobres ensinamentos

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 15 de Outubro de 2009 às 20:03.

Augusta,

Como o seu depoimento é significativo! Estamos vivenciando um processo humanescente que precisamos compreender na sua profundidade. Por que a mudança é tão radical? É tarefa de todos nós procurar explicitar o que ocorre nesse processo vivencial que torna a aprendizagem tão significativa para cada sujeito envolvido no desafio da humanescência.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 15 de Outubro de 2009 às 20:10.

Irapuan,

Quando estava refletindo sobre o depoimento da Augusta, nossas mensagens se cruzaram. Desejo a você que persista no propósito de ser Educador, até porque agora as condições institucionais já estão mais favoráveis ao seu trabalho e assim será possível ser mais criativo e mais humanescente.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Novembro de 2009 às 09:16.

Precisamos continuar sonhando! Por que não sonhar com um esporte maravilhoso praticado nas escolas com envolvimento de toda comunidade, familiares e amigos? O projeto de cultura esportiva humanescente é bem amplo do que o ensino de uma modalidade esportiva. Esporte na escola como conteúdo de uma disciplina chamada Educação Física é muito limitado. Por isso a importância do sonho, do devaneio, da imaginação...

Por Gracilene Maria Daniel de Souza
em 21 de Março de 2010 às 20:25.

Katia

Tenho um sonho, que é mudar a educação do país. Parece ser grande demais, mas quando lhe conheci senti que é possível. E penso que o caminho começa com você Katia. Penso que a falha maior foi a falta de uma educação da sensibilidade, uma educação do sentir, uma educação dos nossos sentimentos, pois não sabiamos o quanto afetavamos o todo. Não fomos educados dos nossos sentimentos. Você é uma pessoa que trabalha isso divinamente, maravilhosamente bem pois sou resultado disso...

Nós, professores de Educação Física nos perdemos no caminho, quando não prestamos atenção na importância que somos como profissionais de emoções, pois somos profissionais geradores de emoções. Nos perdemos por envolvermos profundamento com o jogo na sua competitividade e esquecemos do principal, a nossa real missão com a vida. Tinhamos e temos a faca e o queijo nas nossas mãos. E penso que o universo nos castigou pela falta de compromisso, não todos, mas em sua grande maioria, com locais de péssimas qualidades, como: quadras descobertas, falta de material adequado, falta de respeito dos demais profissionais da escola dentre outras coisas das quais é reclamação geral nos debates.

Na hora do jogo emana das crianças o seu verdadeiro aspecto emocional de carater, sua tendência básica, pois penso que nesse momento o ego fica totalmente desprevenido, desligado. E nesse momento, para um educador atento e com uma boa leitura corporal vai poder dar sua contribuição a vida dessa criança, sabendo como conduzir para uma mudança comportamental, despertando nele o seu maior potencial humano ilimitado.  

Uma cultura esportiva humanescente é característica sua Katia, por ser uma pessoa bastante sensivel e como trabalha bem o despertar da sensibilidade de todos que por sua mão passa. Todos os professores do estado, não só os de Educação Física, mas todos, deveriam pagar no mínimo uma disciplina com você. Aí sim teriamos condições de provocar uma ruptura no padrão comportamental dos nossos educadores e a tão sonhada mudança da educação do país, pois ressoa como uma pedra caindo em um lago criando ondas. Não pense que esqueci, pois já estou articulando isso na SEEC-RN como forma de gratidão por ter provocado em mim um grande despertar. Você é mais que especial...

Nas suas aulas tem uma magia, que todos que dela participam não esquecem jamais. É uma energia tão grande no ambiente que não dar para explicar, tão envolvente, tão forte que entramos no fluxo dessa energia, que tempo e espaço são zero. Não sentimos passar e quando chega a hora do término já dar uma imensa saudade, da qual já saimos loucos que a próxima aula já chegue o dia de acontecer. A impressão que temos é que não deveria acabar nunca e ficarmos ali, todos juntos naquele lugar ou em qualquer lugar, desde que você esteja lá. Tenho certeza que não fui a única a sentir essa sensação, pelos relatos que li. Qual a magia? Sua paixão pelo que faz, penso... mas sinto que tem alguma coisa a mais...

Existem ’pessoas chaves’ que se compararmos com as células troncos do corpo micro e pessoas no macro que tem a informação do todo na caixa preta mas só tem acesso a parte da qual vai formar o tecido daquele orgão, você é uma célula tronco no corpo do cosmo, mas totalmente desperta da informação de toda caixa preta. Isso me fascina, pois é exatamente assim que vejo... ’uma pessoa chave no corpo do cosmo’.

Portanto parabéns pelo seu aniversário e esse é o meu presente em forma de reconhecimento em público do seu maravilhoso trabalho pelo bem da humanidade.

Eu te respeito, te venero pois você existe para mim muito especial. 

Gracilene

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 24 de Março de 2010 às 13:00.

Obrigada pelo reconhecimento... O trabalho que venho desenvolvendo há alguns com a formação de profissionais e pesquisadores da área de Educação e de Educação Física tem incluído a perspectiva do sonho. Aprendemos muito com Paulo Freire e Bachelard sobre a necessidade de imaginar, sonhar, criar e realizar... Mas, antes de tudo há o desejo... É preciso desejar! Não podemos obrigar ninguém a desejar...

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