É tarefa do professor de Educação Física realizar a escuta vivencial com os seus alunos? Os professores estão preparados para realizar uma escuta sobre o vivido na escola? Como simbolizar o vivido sem a mediação de diferentes linguagens e sem a escuta adequada? Como prevenir o bullying na escola e outros abusos sem a prática cotidiana de uma escuta das vivências do aluno na escola. O que dizer do recreio? Não interessa ao PPP? Se interessa a ludicidade do recreio, como acompanhar as vivências lúdicas das crianças?
Tenho feito várias perguntas sobre o significado da Educação Física na escola... Pensava que não iria me preocupar com este campo de atuação do profissional de Educação Física. A educação que vivi durante 11 anos na Escola Doméstica era algo sem comparação com nada existente neste planeta. Verdadeiramente uma utopia! Entretanto, ter vivido algo tão diferente de tudo que existe nas teorias educacionais, hoje me encoraja pensar numa inversão de vivências de aprendizagem a partir dos nossos estudos da corporeidade. Falo de uma experiência, particularmente, singular. Aquela vivida por mim. Minhas colegas de turma não viveram o que vivi. Uma parte diz respeito ao currículo totalmente diferenciado. Outra parte se refere às condições institucionais aliadas à integração familiar que proporcionaram vivências maravilhosas, inesquecíveis...
Estou plenamente convicta que é possível mudar radicalmente a situação atual da Educação Física na escola. A vara poderá ser curvada para o outro lado. O que sempre foi acessório poderá passar a ser fundamental. A concepção não é original... No entanto, é preciso constituir um pequeno grupo de educadores que aposte na ousadia vivencial da transversalidade para se colocar no núcleo vivencial do PPP, para daí irradiar para as demais especificidades de aprendizagem do currículo que deverão adotar a reflexividade vivencial por princípio. E o jogo continua... Do hemisfério direito para o esquerdo... Para tanto, a prática da escuta vivencial deverá ser central num processo que privilegia a festa na escola... Precisamos festejar a vida dentro da escola!
Comentários
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Maria Augusta da Cunha Pimentel
em 28 de Agosto de 2010 às 12:14.
A prática da escuta deve está presente na educação física, afinal é na Educação do Corpo que estão os momentos mais prazerosos e vivenciados com mais empenho. Cabe aos docentes desse segmento se apropiarem da importância do desenvolvimento não só corporal, mas também mental, desenvolvimento este, talvez mais importante do que qualquer outro.
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Katia Brandão Cavalcanti
em 7 de Setembro de 2010 às 18:16.
Augusta,
Pode parecer de fácil compreensão esta situação, mas não é. Não é para os professores de Educação Física, não é para os gestores da educação também. Do professor de Educação Física espera-se que ele proponha atividades e ocupe os alunos com a realização de jogos e esportes. O problema é a expressão verbal sobre o vivido. Como o professor saberá sobre as emoções e os sentimentos dos seus alunos se não permitir formas para este tipo de manifestação? Se não houver interesse pelo Ser, não haverá iniciativas do professor para oportunizar espaços para esta escuta vivencial. Penso que a escola precisa investir mais nessa escuta, inclusive no recreio.
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