A Dança é um conteúdo da Educação Física. A Dança é arte. A Dança participa das festividades escolares. A Dança é linguagem corporal... Mas, afinal, o que faz a dança na escola? Que profissional pode e deve trabalhar com a dança na escola? Qual a função social da dança na educação e na escola?

Comentários

Por Maristela de Oliveira Mosca
em 22 de Outubro de 2009 às 20:57.

Será que a dança é conteúdo só da Educação Física?

Será que a dança é só para os dias festivos, em coreografias de passos marcados, onde o envolvimento muitas vezes não acontece?

Dança de roda, dança de rua, coco de roda, brincadeira dançante, danças do mundo...será que nos aproveitamos de tudo que a dança pode nos oferecer?

Parodiando o velho ditado: "Quem dança seus males espanta"

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 22 de Outubro de 2009 às 21:47.

Quando digo que a dança é conteúdo da Educação Física é porque é real. Isto não significa dizer que só seja da Educação Física. Se ela está nas festividades da escola organizadas pelos professores de Educação Física, também poderia estar nas aulas e eventos de história, sociologia, filosofia, artes... Também poderia terapêutica, psicanalítica...

Por João Pessoa
em 22 de Outubro de 2009 às 23:16.

Quando penso em Dança, penso em corpo. Logo quando penso em corpo, penso em Educação Física. A dança a qual refiro, não é apenas as coreografias e das festividades, do dia do folclore, das aberturas dos jogos. Essa dança, vai mais além, esta contida no cotidiano da sala de aula no rítmo do jogo, na trama das jogadas dos esportes coletivos, nos movimentos harmoniosos e sincronizados das braçadas na natação, nos Katas das artes marciais e em todos os espaços que geram um rítmo a ser vivido. Agora, quando nos deparamos com a prática da dança na escola, quanto modalidade, ela passa a ser o espaço do profissional de Educação Física sim e esta deve ser encarada como ação curricular inserida em um projeto político pedagógico com o seu papel e personagens bem definidos. E por fim, no aspecto social a dança congrega pessoas e generos na busca de alcançar a harmônia entre os seres e demais partícipes envolvidos...

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 23 de Outubro de 2009 às 08:47.

Joca,

Que bom ter a sua participação entre nós! Vamos compartilhar as nossas reflexões! Um grande abraço, Katia

Por Hunaway Albuquerque Galvão de Souza
em 23 de Outubro de 2009 às 14:54.

A dança é sim conteúdo da Educação Física na escola, devendo se trabalhada dentro de pressupostos que resgatem as danças tradicionalmente conhecidas, que possibilitem a inserção em outras realidades, que abra o espaço da criatividade, da criação e da expressão de nossos jovens e crianças.

Por Helder Cavalcante Câmara
em 24 de Outubro de 2009 às 14:14.

Dança... Dança na escola... Qual sua função social?

Antes de discutir a função social da escola utilizarei o entendimento de Coletivo de Autores (1992) sobre os conteúdos tratados na escola. Para tanto, parafrasearei suas argumentações referentes ao Esporte. Para os autores, o esporte abordado na escola deve ser o esporte da escola e não o esporte na escola. Nessa perspectiva, a dança deve ser considerada como dança da escola.

Justifico esse entendimento porque a dança, enquanto conteúdo na escola, é introduzida a partir de parâmetros, embora não formalizados, que “determinam”  e “definem” dança sobre o prisma da “perfeição”. A dança, nessa perspectiva, é para poucos. Para aqueles que dispõem de um mínimo de habilidades que o capacitem a realizar a ação de dançar, a qual é enfocada a partir de um arquétipo “imposto” pela sociedade... Pela mídia.

Nesse sentido, culturalmente é construído um entendimento sobre dança e que é reforçado na escola. É tanto que, ao analisar a dança na escola, pode-se perceber que ela está presente, mas presente para alguns. Para aqueles que participam dos grupos de dança. Que realizam apresentações na escola.

Dançam dessa forma, os que dispõem de habilidades necessárias para dançar. Sendo irônico, dançam na verdade aqueles são “pouco” habilidosos para dançar (talvez os que mais necessitem). Dançam por ter seu direito a esse conteúdo negado. Dançam porque não tem a oportunidade da vivência nesse ambiente riquíssimo que é a dança. Dessa forma, reproduz-se uma cultura que compreende a dança como algo para poucos

A dança, enquanto conteúdo pedagógico da educação física, deve ser a dança da escola. Nesta, ela é um instrumento tratado metodologicamente e com objetivos bem definidos para permitir aprendizagens aos alunos. Falo alunos, porque todos eles deverão ter acesso a esse conteúdo, independendo do seu nível de habilidade. Todos devem ter essa vivência.

Dançando eu realizo tarefas motoras, eu sinto, vivencio, emociono e me emociono, expresso aquilo que seu e penso, mas não me limito a repetir tarefas sem reflexão, pois compreendo aquilo que faço e as relações que se estabelecem em qualquer ação.,

Contudo, vocês poderiam me questionar se é possível a dança da escola. A resposta imediata seria: sim. Saliento contudo que, para trabalhar da dança da escola, alguns paradigmas devem ser quebrados e essa quebra deveria iniciar-se primeiramente nos próprios professores, bem como naqueles que compõe a escola: administração, alunos e pais de alunos. Isso seria fácil? Não diria fácil, mas as mudanças precisam se iniciadas, organizadas, estruturadas, fundamentas com argumentos plausíveis. A docência á uma área que necessita uma fundamentação teórica muito consistente e que, na maioria das vezes, não se tem. A fundamentação teórica é que argumenta nossas ações. Nossas falas.

Para finalizar esse recorte, procurar-se-á apontar de forma sintética a função social da dança, mas como dança da escola. Seguindo esse argumento,  não é possível separa a função social da dança da função social da educação física e da educação. Tentando manter essa linha de raciocínio poder-se-ia dizer que a função da dança é instrumentalizar, através da vivência da dança, os alunos para vida na sociedade, não no sentido se adaptação, mas de forma que compreenda a sociedade em seus múltiplos aspectos, estabelecendo relação entre a dança, a cultura, economia, política, os quais a nosso ver estão inexoravelmente relacionados. Dessa forma, através da dança me compreende enquanto ser “construído”, mas também como “construtor” de sua própria existência.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 23 de Outubro de 2009 às 21:50.

Dançar a vida e dançar para a vida! Como trabalhar a dança na escola com perspectivas a longo prazo?

Por João Pessoa
em 24 de Outubro de 2009 às 21:46.

Querida Kátia,

Só tive acesso a essa maravilhosa comunidade esta semana. No momento, estava fazendo uma pesquisa sobre badminton esporte que tem um nível de ludicidade e fraternidade que vai além dos desejos de humanização que espero deste manicomio global.

Quanto a Dança como conteúdo da Educação Física e numa visão a longo prazo, acredito que só será possível se os profissionais da área ampliarem os seus conhecimentos sobre a real linguagem corporal e passarmos a utilizar outra linguagens como a dança teatro, dança contemporânea, etc.

Atenciosamente,

João Pessoa

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 25 de Outubro de 2009 às 06:18.

Helder,

Sobre a dança na escola, penso que o nosso entendimento é bem mais amplo do que dança como como conteúdo da Educação Física tratada pelo Coletivo de Autores. Entendo que a Educação Física deva fazer uma dança da escola com processos participativos. Isso é uma parte da história... A dança na escola envolve muitas outras possibilidades de praticar, assistir, discutir... Dançar a vida, antes de tudo. Aí teremos, familiares, professores e todos os demais colaboradores da escola. Isto não seria somente conteúdo da Educação Física. O que diriam as Artes? E a Filosofia? Sociologia e História? A perspectiva transdisciplinar e transcultural amplia muito o nosso olhar. Reflita sobre isto. Katia

Joca,

A nossa comunidade do RN está iniciando a construção de uma história que penso será bem interessante. É difícil a mobilização no início, mas difícil ainda é manter o espírito reflexivo e solidário ao outro e às demandas do mundo. Falta um sentido ético ao trabalho. Por que escolhemos Educação para exercer o nosso trabalho na sociedade? Não é simplesmente para receber um salário ou qualquer outro tipo de remuneração. Esta concepção precisa mudar antes que os educadores adoeçam e fiquem impossibilidados de exercer a sua profissão. Também falta um sentido para a própria vida. Os individualismos de toda ordem pertubam a nossa caminhada. Vamos seguindo com alegria e esperança no coração. Um grande abraço, Katia


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