Educar para o lazer? Os educadores sabem o que isto significa? Como os professores de Educação Física estão tratando esta questão na escola? O sentido do lazer não pode ser separado do sentido da vida... Lazer não é recreação. Lazer não é jogo. Lazer não é esporte. Lazer não é dança. Por que é tão difícil compreender o lazer?

Comentários

Por João Pessoa
em 26 de Dezembro de 2009 às 08:40.

Ola! Kátia,

O lazer tem uma subjetividade imensa, por ele não ser tantas ações ao mesmo tempo ele pode ser tudo. Então como trabalhar algo tão complexo no contexto escolar? Como reagir a tão imensa subjetividade? Essas questões não consigo responder de forma direta, mas, acredito poder conduzir ações e atividades que favoreçam ao estudante possibilidades de ele se encontrar com o lazer na sua própria forma de ser lazer. Portanto, não consigo compreender o lazer como algo aplicável no cotidiano da escola e sim algo percebido neste cotidiano e utilizado na própria vida.

Atenciosamente,

João Pessoa

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 12 de Janeiro de 2010 às 21:59.

Prezado João Pessoa,

É mais importante que tenhamos dúvidas a respeito do lazer do que assumirmos certezas que não valorizam as singularidades nas subjetividades que vivenciam o lazer. A grande dificuldade para os Educadores, em especial, para os profissionais de Educação Física é centrar as ações do lazer em ’’atividades recreativas". O trabalho educativo na perspectiva do lazer deveria olhar para um novo projeto de melhoria da qualidade de vida. Isto abre outras possibilidades de intervenção no ambiente escolar. Vamos refletir sobre novas configurações educacionais que considerem o lazer como uma vivência fundamental. Um grande abraço, Katia 

Por András Vörös
em 13 de Janeiro de 2010 às 09:44.

Prezada Katia e demais Cevnautas:

creio que vc deve estar falando de "tempo de ócio" !!!!!!

ou como dizem os espanhóis :um tempo para sí mesmo.

Agrande dificuldade nos tempos atuais é a ansiedade promovida pela sociedade de consumo, onde vc sempre terá que estar fazendo uso de algum aparelho ou produto, ao invés de simplesmente não fazer nada e estar a olhar as nuvens no céu, ao mesmo tempo que seu pensamento voa, ou filosofa......ou viajando nas idéias.

Abraços ociosos

András

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 13 de Janeiro de 2010 às 14:57.

Prezado András de demais participantes,

A noção de temporalidade existencial é fundamental para a ressignificação do nosso projeto de vida. O termo lazer em espanhol encontra-se identificado com o tempo do ócio. O sentido é este mesmo. Não há necessidade de ocupação desse precioso tempo com produtos culturais da sociedade de consumo.  Um educação para o lazer exige a discussão de um projeto de vida. Esta não é uma tarefa fácil para os educadores da atualidade.  As equipes criadoras em grandes empresas sabem muito bem o que isto significa. Para nós que defendemos o processo de autoformação humanescente, este não poderá ocorrer satisfatoriamente sem uma vivência autopoiética do lazer, desse tempo conquistado para a realização do "si mesmo".

Por Hunaway Albuquerque Galvão de Souza
em 17 de Janeiro de 2010 às 22:20.

Olá Katia,

A vivencia desse tempo de ocio precisa ser prazeroso, autopoiético mesmo. É o tempo pra deliciar-se com coisas boas,  energinar-se com as coisas simples, refletir sobre a grandeza que é a vida e agradecer por esse dom.  Permitir-se estar só, ouvir o silêncio, dançar, cantar e deleitar-se com a certeza de ser único e nessa unicidade nos completarmos na  grandeza do outro.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 18 de Janeiro de 2010 às 08:41.

O sentido aotopoiético do lazer é fundamental para as nossas vidas. Vivenciar a autoconstrução dos projetos ontológicos de lazer deveria integrar as preocupações de cada educador como autoformação humanescente e como tarefa educativa institucional. Estamos caminhando e construindo novos caminhos para educação a partir da corporeidade. A nossa teia precisa se fortalecida e ampliada. Dependerá dos nossos sonhos...

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