Quando se discute a Licenciatura em Educação Física, geralmente se pensa em crianças e jovens constituindo grupos por faixa etária. Diversidade biológica e cultural nem sempre estão presentes nessas discussões. O resultado disso é o improviso de toda a ordem porque os professores formados por esses cursos não vivenciaram procedimentos metodológicos adequados às demandas daqueles que estão no mundo do trabalho ou que já se aposentaram e retornam à escola com outras perspectivas de vida. Como criar sentido para esta Educação Física de Jovens e Adultos? Quem está desenvolvendo projetos com esses grupos o que tem a dizer?

Comentários

Por Olavo Ferreira
em 14 de Outubro de 2009 às 10:25.

Professora Kátia,

Eu tenho desenvolvido, faz algum tempo, atividades nas aulas e espaços da EJA aqui em BH.

Fiz uma espcialização cujo tema esteve abordando estas práticas e as percepções e relações que os alunos estabelecem entre elas e o cotidiano.

Agora, no doutorado, estou refazendo o meu projeto de entrada na FaE-UFMG, propondo a discussão da corporeidade e práticas corporais nas aulas da EJA e os seus sentidos para as mulheres educandas e educadoras desta modalidade.

Acho que iremos trocar muitas figurinhas.

Abraços

Olavo

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 14 de Outubro de 2009 às 12:07.

Olavo,

É muito interessante o envolvimento com essas demandas da Educação Física de Jovens e Adultos. Há pouco tempo orientei uma tese de Doutorado sobre Andragogia do Esporte que procurava analisar a formação do professor de Educação Física para atuar com esta modalidade de educação. Durante o CONBRACE em Salvador, assisti uma apresentação de um trabalho no GT Escola sobre um projeto desenvolvido no Rio de Janeiro muito interessante. Há muitos aspectos desafiantes no trabalho com jovens e adultos. Um grande abraço, Katia

Por Olavo Ferreira
em 14 de Outubro de 2009 às 14:53.

Kátia,

Com certeza que enfrentamos grandes desafios. E acho que é aí que mora a beleza desse espaço. A diversidade geracional, as diferenças de gênero, as diferentes experiências de vida e vivências corporais, as diferentes culturas e muitos outros pontos nos desafiam a todo o momento na EJA. O campo é fértil para nos apronfudarmos e desenvolvermos experiências, mas nunca podemos esquecer que o ponto de partida são as trajetórias de vida desses educandos e educandas, que apresentam para nós, professores de Educaçao Física, um mundo cheio de incertezas, mas, também, de constantes buscas e aproximações com os conhecimentos que eles, sujeitos de conhecimentos e aprendizagens, adquiriram na vida. Se puder mandar as referências dos trabalhos que vc conhece que tratam disso, fico feliz. Abraços, Olavo.

Por Maria Augusta da Cunha Pimentel
em 14 de Outubro de 2009 às 21:51.

Sou Pedagoga e leciono em uma turma de EJA em empresas, sinto muito a falta da prática do Educador Físico no dia-a-dia dos alunos, eles em muitos momentos vivem de casa para o trabalho, do trabalho para casa e só se exercitam quando estão desempenhando suas funções, que em muitos casos é um trabalho árduo, pesado e sem nenhuma orientação quanto a postura, respiração, etc. Creio que as práticas de um Educador Físico seria de suma importância no desenvolvimento do corpo, da mente, da expressão corporal e gostaria muito que rapidamente a atuação do Educador Físico se fizesse mais presente na realidade dessa clientela.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 15 de Outubro de 2009 às 09:22.

Historicamente, as pessoas que trabalhavam e outras com algum tipo de problema de saúde eram dispensadas da Educação Física, exatamente porque a ação educativa era centrada em atividades corporais que não respeitavam as singularidades de cada um. A mudança do foco para o sujeito já representa um grande avanço, embora ainda não se saiba muito bem como desenvolver um programa adequando às demandas biológicas, sociais e emocionais na modalidade de EJA. Daí a importância de socializar as iniciativas que já estão sendo realizadas com bastante consistência teórica e que estão alcançando resultados satisfatórios. Esperamos que saibamos argumentar com os gestores da educação sobre a importância desse trabalho. As pesquisas do Olavo poderão contribuir significativamente para a construção de novas propostas pelo Brasil afora...Um abraço, Katia

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 16 de Outubro de 2009 às 06:40.

Patrick Gonçalves criou um novo debate na Comunidade ’Educação Física Escolar’
Para responder, entre em http://cev.org.br/comunidade/ef-escolar/debate/educacao-fisica-para-jovens-adultos/

Educação Física Para Jovens e Adultos

Olá, pessoal!!

Primeiramente, gostaria de parabenizar todos educadores pelo nosso dia!!

Hoje pela manhã, recebi uma notícia que me deixou muito alegre. Acontece que fui selecionado para participar do Projeto Compartilhar, que visa promover a escolarização dos funcionários da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Creio que não existe notícia melhor do que poder começar a trabalhar, pela primeira vez, com a profissão que gosta, logo na data comemorativa da mesma.

Porém, quando fui pesquisar sobre a Educação Física no EJA, percebi que são pouquíssimas as referências confiáveis. Abro este debate com o intuito de compartilhar conhecimento e, se possível, gostaria que alguém me enviasse alguma sugestão para leitura.

As turma que trabalharei são bastante diversificadas, tanto no número de discentes quanto à idade deles. Algumas turmas chegam a ter somente dois alunos, pois os outros desistem na metade do período letivo. Por conta disso, creio que será bastante difícil pensar em dinâmicas ou até mesmo numa proposta de interdisciplinaridade. Estou pensando em começar minhas aulas com alguns jogos cooperativos até conhecer a turma. Entretanto, tenho medo quanto à aceitação das atividades, que eles possam pensar que sejam brincadeiras infantis.

Espero que me ajudem!

Desde já, agradeço a colaboração.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 11 de Novembro de 2009 às 17:00.

Prosseguimos com o desafio para a Educação Física com Jovens e Adultos. Por que a horizontalidade é tão difícil para os Educadores?

Por Marco Fraga
em 24 de Agosto de 2010 às 17:47.

Boa tarde,

Olha é algo dificultoso querer trabalhar com jovens e adultos e não ter um embasamento teórico.

Trabalho com 10 turmas de eja no Rio de Janeiro e posso observar a "sede" destes alunos não só por atividades físicas, mais também, em assuntos que tratam de seu cotidiano, sociedade, cidadania e outros. É uma fonte riquissima de conhecimento para mim, porém simto falta de literaturas e outros trabalhos voltados e essa modalidade de ensino.

Como a colega sabiamente citou acima, é um desafio, e també é muito gratificante ver o retorno que estes alunos dão, tanto nas praticas corporais, como nos debates e discussões em sala de aula.

Outro fato també interessante, para não dizer polêmico, é que ainda há um numero grande de jovens entre 16 e 18 anos que não tem uma maturidade bem formada para estar neste horário noturno, gerando com isso aquele velho incomodo daqueles alunos que só querem jogar futebol e nada mais, como não vivemos no mundo dos sonhos, tudo isto faz parte de nosso dia a dia no ambiente escolar.

Estou fazendo uma especialização em educação física escolar com o tem "A importância da EducaçãoFísica no ensino noturno, o perfil de educadores e educandos."

Quem tiver algum conteúdo que possa me ajudar ficarei muito agradecido e se possivel pode enviar para: marcao_fraga@hotmail.com

Desde já grato a todos e um grande abraço!


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