Mais 4 doutorados em educação física reconhecidos pela Capes, mas cadê o Rio de Janeiro?

A lista completa pode ser vista em http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/Resultado_122_ReuniaoCTC_APCN.pdf

Comentários

Por Edson Madeira Silva
em 11 de Novembro de 2010 às 10:50.

Caro professor, na verdade a busca pelo conhecimento deve ser estimulada desde a infância. Lembra de alguma feira de ciências da escola? Foram muitas? Talvez se estimulássemos as crianças a participarem dos projetos de ciências nas escolas, na área de educação física, hoje teríamos mais e melhores profissionais, inclusive doutorados.

Quanto a sua pergunta, cadê o Rio de Janeiro? Há outra pergunta que não quer calar. Cadê os projetos olímpicos da cidade que vai receber uma olimpíada? O caro mestre e amigo, sabe que há professores que são contra o esporte, não entendem que ele é um dos braços da educação física e não o único, mas muito importante, principalmente na mídia. Temos que sair do amadorismo, daquele que a educação física é só lazer. Esquecem que temos grande importância na saúde, na educação, na socialização e etc....

O erro está na formação dos profissionais, nas instituições de ensino, no MEC. Como que podem ter reduzido o tempo de formação, terem divido a carreira entre bacharel, pleno, sei lá o que. Só criam coisas para enfraquecer nossa profissão. E o CREF, CONFEFE, o que fazem além das festas para os FITNESS?

Sei de minhas limitações na formação básica e superior, tento suprir as deficiências com muito esforço e dedicação a minha profissão, porém percebo que alguns doutores mesmo com as informações de mídia, ainda não entenderam que o processo de reforma da qualidade de nosso ensino passa pelo básico. Do que adianta um doutor de gabinete, se a contribuição para ciência dele não chega aos colégios, nos professores que trabalham com o básico?

Me desculpe a crítica, até por que sei de seu passado e você não se enquadra neste perfil, mas cabe a reflexão a respeito dos trabalhos científicos, dos quais acredito que deveriam sair temas para a reforma de nossos métodos no ensino fundamental.

Ainda estou ministrando aula para crianças da classe média alta da zona sul do Rio, a maioria não sabe fazer estrelinha, parada de dois apoios, bananeira, cambalhota, ou seja, os exercícios básicos da ginástica escolar. Será que elas participam de brincadeiras, jogos, ginástica de solo e etc...  O relato das crianças a respeito de suas aulas continua o mesmo, o professor joga a bola para o auto e vamos falar do flamengo, Vasco e etc.. Esse é o perfil do professor da base, sem comprometimento com a formação dos alunos e da valorização da profissão.

Tenho uma amiga, diretora de escola pública, que me disse o seguinte: aproveitamos a época da Copa do Mundo, para realizar uma gincana do conhecimento, envolvendo todos os turnos, com trabalho multidisciplinar. Os trabalhos foram divididos por grupo de continentes, países e etc. Muito legal. Toda semana havia exposição de trabalhos coincidindo com os resultados dos jogos da copa. Sabe qual o único professor que não queria se envolver diretamente, se esquivando das responsabilidades, dando várias desculpas? Pois é não vou nem te falar.

Cadê o doutorado do Rio de Janeiro? Deixo para outro responder. Tenho certeza que o mestre é professor de educação física por convicção, escolha, e também sei que orienta seus alunos a serem grandes profissionais.

Grande abraço,

Edson Madeira      

 

 

Por Cayo Marcus Lames
em 27 de Novembro de 2010 às 15:36.

Caro amigo, antes de tudo devemos sempre agradecer a publicação de indagações como essa! Pois em grande parte, pensamos, reclamamos e chegamos no máximo a comentar com nosso visinho (aquele que atua ao nosso lado na escola, academia, etc), contudo esquecemos da importância de tentar promover um debate de alto nível!

 

O questionamento do nosso amigo Marco é realmente pertinente, contudo aplicarei minhas reflexões de forma parecida ao do nobre Edson.

No momento não quero questionar as oportunidades destinadas aos que estão quase no topo da profissão, quero saber como anda as oportunidades para os que estão iniciando! Até porque os doutores não terão salários dignos, caso a procura pela graduação, pós graduação e mestrado não sejam satisfatórias!

Sem essa procura o salário dos doutores fica comprometido e as vagas reduzidas. Assim, direcionando melhor o assunto, se aqueles que estão vivendo como base da pirâmide, não estiverem num nível de satisfação profissional, provavelmente não realizarão novos investimentos (mesmo que esse investimento seja somente do tempo).

Já perceberam como sumiu a oportunidade de vagas para os professores de Educação Física no Rio de Janeiro!?!? Há 8 anos eu sempre recebia propostas para passar aos profissionais e aos meus alunos (Escolas e Academias), hoje isso sumiu!!! E mais.... sabem a pouca vergonha que estão oferecendo como salário? Tem academia oferecendo R$ 3,00 por hora/aula!!!! E como se isso não bastasse, aqui no Rio, ainda fazem uma guerra digna das fábulas de guerrilha norte americanas....Patrões acusam patrões de desvalorizarem a profissão....largaram seus ternos para posarem de camiseta branca e dizerem que patrão são os outros!!!!!!

Tenho muito a lamentar da política que realizam na minha profissão aqui no rio, e isso me distancia de questionar as oportunidades de realizar um doutorado – e olha que esse é o meu caso! Não posso olha somente para o meu umbigo, sou um educador e meu olhar é para a base social!


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