O recente pedido de dispensa das atletas Adrianinha, Tainá, Tatiane Pacheco, Gilmara, Joice, Jaqueline e Tássia, da seleção brasileira de basquete feminino revela a falta de profissionalismo dos que dirigem o basquetebol nacional. Exato no histórico ano de Olimpíadas aqui no país, divergências entre atletas, treinadores, clubes, federações e a Confederação Brasileira de Basquetebol deixa evidenciado que interesses menores se sobrepõem aos interesses do esporte nacional. A crise é o estopim de fatos e discórdias que vêm se formando já faz tempo. 

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Comentários

Por Roberto Affonso Pimentel
em 9 de Janeiro de 2016 às 08:56.

Formação de Base Esportiva

Postei no esportes21.com/ algumas impressões sobre o assunto, e reproduzo-as para incrementar o debate. Não creio que as briguinhas no topo da pirâmide sejam o problema do país, mas servem para despertar o quanto se deixa de fazer com pessoas incompetentes, mas apegadas ao cargo. E do outro lado, os que tentam se apossar desses mesmos cargos. Parece que a falta de inteligência administrativa e técnica também contribui para o que ocorre sistematicamente no Brasil. 

Eis o que foi postado...

"Um dos motivos está estampado na incompetência técnico/administrativa dos gestores esportivos. Planejar significa antecipar-se ao futuro e estabelecendo metas a serem alcançadas. A principal, refere-se à Formação de Base, representada pelo número de praticantes (em escolas) e os professores de Educação Física (formação continuada específica). Tentei levar um projeto nesse sentido à CBB por duas vezes, e simplesmente descartado peremptoriamente, a primeira pelo próprio presidente de plantão, e a segunda, (por telefone) pelo diretor de Comunicação. Fiz o mesmo com a CBV, muito embora tenha sido recebido com dignidade, ouviram-me, mas... já têm os seus projetos. Efim, parece que o maior obstáculo está no apego aos cargos. O sujeito acha que permanecer na direção da entidade é um direito por muita dedicação e experiência adquirida. Outro não fará melhor. É uma lástima"!        Quando se coloca o professor de Ed. Física atuante em escolas no centro das atenções, atribui-se também à Universidade a responsabilidade de sua Formação profissional consistente para que realize um bom trabalho. Infelizmente não é o que acontece, pois são mal formados em diversas áreas, especialmente em Metodologia e Psicologia Pedagógica. O que fazem, então, os novos professores? Simplesmente, reproduzem o que "viram" em seu período acadêmico. E convenhamos, é muito pouco para a formação de qualquer profissional, além do que não têm prática de ensino com estágios nas áreas de atuação. Este é um fato comprovado, que poucos têm a coragem de denunciar, e mujito menos tentar mudar.   Outro fato na Formação está na produção de técnicos das modalidades pelas confederações e federações. Nâo vou me estender para não cansar o leitor, mas pelo menos na CBV era encarada como "fonte de recursos", mesmo sendo uma entidade "sem fins lucrativos" e ricamente abastecida pelo Banco do Brasil e COB. Se é que não existem outras, conforme escândalo recente na diretoria de marketing.   O espanto é que toda literatura científica referente à Formação nos indica que estamos errados ao conduzir os professores menos experientes para as primeiras noções na iniciação esportiva. Repetimo-nos incessantemente, e pior, com ex-atletas que se qualificam segundo suas vitórias em clubes. Para estes, os professores escolares "não são do ramo". Isto é, não estão qualificados como eles para exercerem tamanha responsabilidade. Vários são os exemplos em qualquer modalidade, mas principalmente naquelas que estão mais presente nas mídias: futebol (professor é tio, treinador é professor), voleibol, basquete...   Enfim, senhores, por onde começar? Quem pode ser o interlocutor? Em quem acreditar? Qual o nível de esperança para que as coisas aconteçam como deve ser?    Para aqueles que ainda não me conhecem - www.procrie.com.br/ - estou tentando fazendo o que posso e "dando minha cara a tapa" para o que der e vier. Mas, confesso, estou cansado! pelo peso dos anos. E aí relembro o pensamen de Rui Barbosa no Senado, que bem nos diz sobre os tempos atuais, não só na política, como nos esportes:  

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa, v. 41, t.3, 1914, p.86)

Continuamos... (se concordarem)            

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