Pessoal,

   A Folha não sabe o nome do CONFEF. Vamos ler essas coisas porque poderemos encontrar candidaturas para as "Pérolas do Ano", que é um tema quentche na comunidade cevcafé: http://cev.org.br/comunidade/cevcafe/debate/arquivo/tema/perolas-ano

03/10/2009 - 09h22
Formação de atletas encabeça lista de exigências para a Rio-2016
Eduardo Ohata e José Eduardo Martins
Da Folhapress
Em São Paulo
Os Jogos-2016 devem ser a fagulha a impulsionar a promoção do esporte de base, pedem desportistas, clubes formadores de atletas, confederações esportivas nacionais, federações estaduais e o Conselho Nacional de Educação Física.

"A educação física por si só não pode ser responsabilizada pela construção de uma base, mas passa por ela", argumenta Jorge Steinhilber, do Conselho Nacional de Educação Física. "Formar a base é responsabilidade de clubes e federações. Mas sem um trabalho na educação física, o jovem nem olhará nessa direção. É preciso um plano integrado entre os ministérios da Educação, Saúde e Esporte", analisa Steinhilber.

O sentimento de Steinhilber encontra eco entre dirigentes. "O ideal seria o ministério [do Esporte] fazer algo para atrair jovens [para o esporte], implantar o esporte na escola. Mas podemos procurar alternativas. De repente, a gente faz parcerias com prefeituras", argumenta o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, Roberto Gesta de Melo.

"Fazemos o possível para atingir o alto nível. Mas a base é pequena, tem de ser uma ação de governo, ter uma política nacional de esporte", reivindica José Antonio Martins, da Federação Paulista de Atletismo.

"É preciso investir forte na formação de atletas que competirão nos Jogos-2016", argumenta a ginasta Jade Barbosa.

Membros do Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos cobram o mesmo. "Tenho visto grandes planos de investimento para estrutura física, mas não vi nenhuma para preparação de atleta. Não podemos dar vexame", diz Sergio Bruno Coelho, presidente do Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos.

A ideia de fazer algo nos moldes de Londres, que receberá os Jogos de 2012, de incrementar a educação física, chegou a ser discutida no ministério do Esporte, segundo a reportagem apurou, mas não ganhou corpo. A pasta alega que as iniciativas de fomento nas escolas têm de ser tratadas diretamente pelas prefeituras e pelos estados.

"É preciso ter a conscientização. Em muitas escolas não há espaço para a prática do esporte, até por conta de quem deveria zelar por ele", diz Ricardo Leyser, secretário de alto rendimento do ministério. "Tem enchente e há muita gente desalojada? Leva para o ginásio da escola. Não tem lugar para dar aula? Leva para o ginásio. É o que frequentemente ocorre."

A Olimpíada, para o governo federal, servirá de catalisador para série de ações que beneficiarão o esporte e que poderiam levar mais tempo, ou ser menos sofisticados caso o Rio não tivesse ganhado a disputa. O ministério do Esporte aponta que o programa Segundo Tempo, que hoje beneficia cerca de 100 mil jovens em idade escolar no Rio, passará a contemplar todos os elegíveis (cerca de 1 milhão de crianças).

Um instituto gestor de centros de treinamento do país operará no Rio. A Agência Nacional Antidoping ganhará impulso. "Isso ganhará velocidade agora", afirma Leyser.

Pedidos
O projeto olímpico para 2016, em boa parte financiado pela Lei Piva, passa por uma redistribuição e eventual aumento de verbas federais, segundo dirigentes esportivos e clubes.

"É mais do que claro e visível que a verba atual é insuficiente. Com toda a certeza, precisamos de mais incentivo", argumentou o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, João Tomasini.

O governo destina, por meio da Lei Piva, 2% da arrecadação das loterias para os comitês olímpico e paraolímpico, que dividem o montante em 85% e 15% respectivamente. A verba é distribuída entre as confederações de acordo com seus resultados, variando entre R$ 800 mil e R$ 2,5 milhões por ano. Desta forma, a Canoagem, por exemplo, recebe R$ 1,6 milhão por ano.

"Faltam modalidades que possam conseguir resultados. É preciso ter um planejamento objetivo", disse Sergio Zech Coelho, presidente do Conselho dos Clubes Formadores de Atletas Olímpicos, que luta para receber quinhão da verba da Lei.

Comentários

Por João Batista Freire
em 5 de Outubro de 2009 às 10:39.

Vamos nessa. Começamos hoje. As aulas de Educação Física têm papel específico, e não é papel delas formar atletas ou descobrir talentos. E disso não abriremos mão, não adiantam os discursos de ministro ou presidente do COB. Estou feliz com a escolha do Rio, mas, vamos devagar com o andor. Façam os cálculos. Um atleta, para ter êxito em uma competição difícil como as Olimpíadas, precisa estar maduro. Maduro é algo diferente para cada modalidade, mas, de modo geral, os atletas campeões olímpicos têm mais de 18 anos. Em alguns casos, são campeões aos 25, 30, 35 anos. O Bolt, da Jamaica, foi campeão, se não me engano, com 21 anos. Ora, as Olimpíadas serão realizadas no Brasil em 2016, portanto, daqui a pouco mais de 6 anos. O CoB só pode contar com jovens que, hoje, são adolescentes. Crianças, nem pensar, não daria tempo. Um jovem que tenha hoje 15 anos, pode chegar às Olimpíadas com 21 anos, talvez, com algumas boas chances. Os de 17, 18 anos, hoje, terão mais chances. Durante décadas, vivemos das promessas dos dirigentes. A cada final de olimpíada o presidente de plantão no COB fazia promessas e mais promessas, que nunca saíam do papel. Os governos nunca tiveram uma política de educação esportiva. Agora não dá mais tempo. Teremos um papel razoável nas Olimpíadas de 2016, provavelmente, melhor que nas edições anteriores das Olimpíadas, porém, nada de excepcional. Assim como não teve a China. Dividam o número de medalhas chinesas pela população; não foi melhor que o Brasil. A China não tem um grande acervo de campeões, tem muitos chineses à mão. E lá pode-se fazer qualquer coisa sem fiscalização, inclusive, judiar das crianças. Aqui a coisa é diferente, pois nós estaremos fiscalizando qualquer desmando.


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