Saudações amigos listeiros!

Gostaria de dividir com todos a minha angustia em relação ao que está acontecendo com as Artes Marciais.

O capitalismo conseguirá destruir os valores contidos nestas artes a mais de 5000 anos?

Alguns devem estar se perguntando, por que o capitalismo?

Porque são poucas as pessoas que estão preocupadas com os valores éticos e morais que as Artes Marciais representam, e sim, com o ganho ou lucro que podem obter com o sensacionalismo das lutas de vale tudo.

Darei um exemplo da minha modalidade, o Wushu. Alunos chegam nas escolas querendo aprender a lutar inspirados pelas lutas de vale tudo, quando o treinamento se inicia, ele diz: Não quero aprender movimentos de mãos livres, sequências técnicas e nem armas, quero apenas lutar, aí eu faço a seguinte pergunta: Como alguém pode aprender uma Arte Marcial sem aprender a essência da mesma, é possível?

Nesta SITUAÇÃO, o instrutor responsável deveria instruir o aluno sobre os valores contidos nos treinamentos, e também, a importância dos mesmos, mas o que acaba acontecendo é o contrário, o aluno bate o pé que se não aprender a lutar irá pra outra academia, e para não perder o aluno ( e o dinheiro também ), alguns acabam ensinando apenas movimentos de luta.

Quando nos deparamos com as competições, o que encontramos, uma verdadeira pancadaria, onde não somos capazes de distinguir qual estilo cada um dos atletas está aplicando...

Muitas pessoas praticam estas artes por toda a vida e não aprendem a essências da mesma, será que com apenas alguns treinos técnicos um aluno iniciante irá absorver?

Será que estamos voltando a Roma Antiga, onde escravos lutavam até a morte para a alegria do povo?

Quais os benefícios que estas competições trazem, e mais, qual a influência das mesmas em nossas crianças?

Bom, deixo estas perguntas para reflexão de todos...

Aguardo as opiniões!!!

Comentários

Por András Vörös
em 28 de Dezembro de 2011 às 19:11.

Caro Alexandre :

gostaria de te parabenizar pela postagem bem como concordar que estamos já há algum tempo voltando para os tempos do Circo Romano.

Os ditos homens hoje substituem os animais (cachorros, canários, galos, cavalos..) graças a Deus .....pois os animais são escravos dominados,

enquanto que os homens são seres ditos pensantes e em nome do dinheiro se submetem a escravidão e a barbárie !!!

Acredito que o maior problema se inicia no termo que vc mesmo usa "INSTRUTOR".....

Quando se pratica qualquer arte de luta o título de um verdadeiro professor é MESTRE... com todas as implicações éticas, morais e culturais que

isso implica.

As ditas competições de MMA e outras...são a manifestação da violência da sociedade e da impunidade ...

Vamos observar as competições de dente de leite, de crianças no judô, enfim todas as modalidades......onde os pais são os maiores incentivadores

da violência, querendo que estas coitadas crianças vençam a qualquer custo pois elas representam um lucro no futuro.....

Resumindo: esporte competitivo já era !!!!  não há respeito humano, não há ética, não há moral, não há companheirismo.

Note como as estelas que são esperanças de medalhas para o país já fizeram uso de dopping !!!!  Qual o real significado disso?

Vencer a qualquer custo, pois isso representa dinheiro, dinheiro, dinheiro.....

Por Paulo Henrique Barbosa Mateus
em 28 de Dezembro de 2011 às 21:02.

@Alexandre Bento

O capitalismo já fez isso, basta lembrar da transformação do Bujutsu para o Budô.

Os tempos do Circo Romano, do Pão e Circo, já vivemos e não é de hoje que isso acontece, qual a diferença de uma Copa do Mundo para um UFC?

Sobre a influência para as nossas crianças... é só mais uma vez lembrarmos, dá uma bola para um grupo de crianças e veja o que eles vão fazer, o complicado vai ser decidirem quem será o Neymar!! 

A esportivização quer isso mesmo, criar novos sentidos para velhas práticas com a finalidade de atender a sua lógica, a lógica capitalista.

Aí onde entram professores, mestres, senseis, sifus, que devem passar para os alunos o conhecimento histórico e filosófico das lutas/artes marciais, para que esse conhecimento não se perca no tempo.


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