Cevnautas do Treinamento,

    É bom acompanhar a Federação Brasileira dos Treinadores. Confira a entrevista do presidente Vagner MAncini na Universidade do Futebol:

"   As demissões dos treinadores no Campeonato Brasileiro deste ano, mais uma vez, foram mais frequentes do que os gols do artilheiro da competição.

     Disputa para não ser rebaixado, algumas rodadas sem vitórias, muitos gols sofridos, críticas da torcida, motivação extra para o elenco, esquema tático indefinido, enfim. São vários os motivos apontados pelos dirigentes na hora de justificar o troca-troca destes profissionais em uma mesma temporada. No entanto, este cenário pode estar com os dias contados se a Federação Brasileira de Treinadores de Futebol conseguir colocar em prática todas as suas propostas para mudar o tratamento que os técnicos têm atualmente no futebol nacional.

     "Mais da metade dos treinadores no Brasil não tem contrato assinado. Isso, aos meus olhos, é uma vergonha. Queremos que os contratos de todos os treinadores sejam registrados nas federações e na CBF, como acontece com os atletas, entre outras reivindicações", afirma Vagner Mancini, principal idealizador da nova entidade da categoria, em entrevista exclusiva à Universidade do Futebol.

     As demissões em grande rotatividade, porém, são apenas uma parte das mudanças que os técnicos buscam no atual cenário do futebol brasileiro. Outros fatores, como regulamentação da categoria, legislação adequada para o setor, falta de representatividade no governo federal e até de uma qualificação especifica para o exercício da profissão, entre outros, também minam o desenvolvimento desta classe, aponta Mancini. Segundo o atual treinador do Atlético-PR, este panorama deverá mudar com o projeto de lei que será encaminhado em breve ao Senado, pelo qual a entidade pretende promover algumas mudanças que reflitam nos resultados dentro de campo.

     "Nosso país tem dimensões continentais. Com isso, temos dificuldades para unificação de ideias e regulamentos. Então, qualquer pessoa pode ser treinador no Brasil e isso não é correto. Em primeiro lugar, o treinador tem de ter noção de treinamentos, de intensidade de treinos, de táticas, etc. Mas, ele também deve ser um educador, pois está lidando com seres humanos. Além disso, a cultura do jeitinho brasileiro, no qual o treinador é escolhido sem nenhum planejamento e a mentalidade amadora também fazem com que as estruturas não melhorem", analisa.

      "A cultura do 'ter de ganhar' sem se preocupar com o trabalho em longo prazo, o discurso da mídia, que quer vender jornais e ter cada vez mais audiência, sem se preocupar em conhecer o dia a dia dos clubes e trabalhar em prol da evolução do esporte, também influenciam com este cenário ruim", completa. Nesta entrevista, Mancini ainda revela como a federação vai se diferenciar do trabalho dos sindicatos e como a entidade pretende auxiliar os interessados em iniciar a carreira como treinador de futebol. "  Confira a íntegra:

http://universidadedofutebol.com.br/Entrevista/10914/Vagner-Mancini-idealizador-da-Federacao-Brasileira-de-Treinadores

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