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«Dirigentes e treinadores não sabem o que é a psicologia desportiva»
Sidónio Serpa ganha Prémio Internacional de Psicologia do Desporto
- 2009-07-09 Por Luísa Marinho

Sidónio Serpa está orgulhoso pelo reconhecimento dos pares

Galardoado com o Prémio Internacional de Psicologia do Desporto, Sidónio Serpa tornou-se no primeiro português a ser distinguido pela «Association for Applied Sport Psychology». Professor universitário, investigador foi o único psicólogo português a integrar a equipa olímpica em Sydney e Atalanta.

Em conversa com o «Ciência Hoje», Sidónio Serpa revela gratidão pelo reconhecimento dos seus pares e mostra-se amargurado por Portugal, a nível da psicologia desportiva de alta competição, estar atrasado em relação a outros países.

A actividade de Sidónio Serpa realiza-se a vários níveis. Faz trabalho prático com atletas de alta competição e é também professor responsável pela área de psicologia do desporto tanto a nível de licenciatura, como pós-graduação e mestrado na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa.

Como investigador, trabalha sobre os diversos aspectos da psicologia de alto rendimento, como as relações entre treinador e atleta. É o primeiro português presidente da Sociedade Internacional de Psicologia do Desporto.

Sidónio Serpa congratula-se por ter sido reconhecido pelos seus colegas. “Foram entregues várias propostas ao comité que avalia as candidaturas. Do ponto de vista pessoal é muito relevante o meu trabalho ter sido reconhecido pelos meus pares, pois são elementos importantes para a validade do meu trabalho”.

«Não temos estrutura estatal nem apoio formal»

Ao contrário de outros países com ambições desportivas, Portugal não tem apostado na área da Psicologia Desportiva. “É uma característica negativa que nos distingue”, considera o professor.

Nos Jogos Olímpicos de Pequim havia psicólogos em quase todas as equipas olímpicas.

"Só os chineses tinham 25 psicólogos. Das 51 medalhas que obtiveram, 47 tiveram a intervenção destes profissionais", diz.

Mesmo países mais pequenos que Portugal, como a Islândia ou o Chipre - assinala - levaram um psicólogo”.

Este “tendência actual dos países integrarem os aspectos psicológicos não está formalizada em Portugal”, considera. “Não temos estrutura estatal nem apoio formal neste âmbito”, acrescenta, lembrando que o trabalho da unidade de Psicologia do Centro de Alto Rendimento do Jamor, da qual fazia parte, foi interrompido o ano passado.

Para o psicólogo isto deve-se ao desconhecimento que existe sobre a área. “Os dirigentes e os treinadores não sabem o que é a psicologia desportiva. Ainda existe a ideia de que é para quem tem problemas psicológicos. Mas isto não é psicologia clínica, nem eu sou psicólogo clínico. A tarefa de um psicólogo do desporto é conhecer os pontos fortes e fracos do atleta e assim orientá-lo para que este desempenhe melhor o seu papel e tenha um maior rendimento”.

Em vez dos “responsáveis se informarem acerca desta área, ignoram-na”, conclui.

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=33171&op=all

Comentários

Por Roberto Aparecido Paz
em 31 de Outubro de 2009 às 12:30.

...concordo com o senhor, afinal não há ganho se não houver um equilibrio corpo e mente , não há medelhas sem que haja uma psicomotricidade consciente agregada.


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