Formação de treinadores… e de professores

 

Qual deveria ser o perfil de um bom professor formador de um jovem atleta? 

Foi com esse intento que mais uma vez apresentei à Confederação projeto nacional visando à solução dos problemas que nos afligem. São variados, mas coincidem com os seus em muitos aspectos, como detectado por José Curado: a) dramas e problemas da velha ordem desportiva; b) projetos de cooperação entre uma Academia verdadeiramente aberta à comunidade e à atividade desenvolvida pelos atletas e treinadores.

Como não houve qualquer manifestação dos agentes intervenientes no voleibol é inevitável que tudo permaneça como em priscas eras. Caso ninguém dê a cara à tapa, nada se constrói e mais gerações estarão prejudicadas.

Um contributo

Venho lutando desde 1974 para a implantação do Mini Voleibol nas escolas do país enfrentando as maiores dificuldades. Não obstante, a cada NÃO revalido meu empenho em continuar a luta, alimentado pela certeza de que trilho um caminho correto e ainda não explorado. Apesar de um bom relacionamento com dirigentes da Confederação – atuamos juntos em campeonatos cariocas na década de 60 – o máximo que consegui foi a implantação do Viva Vôlei – uma franquia -, sem as características com que havia sonhado. Não houve a preocupação em instruir adequadamente os professores e professoras, as figuras preponderantes em tais procedimentos. Não creio que a franquia vá prevalecer por muito tempo no cenário nacional. Falta aquele algo mais que transcende o “negócio”; falta AMOR, paixão aos seus gestores. E muita, muita Metodologia e Pedagogia, ausentes nos bancos universitários e curso de treinadores.

A proposta endereçada à CBV está em sua terceira tentativa de me fazer ouvir e convencer aos novos dirigentes, da importância de uma mudança radical no relacionamento da entidade com os treinadores e professores. E à acuidade em pesquisas relativas à Metodologia a se empregar no Brasil. Vejam a seguir o teor de minha missiva mais recente:

1º GRANDE PASSO

 Em busca da Qualidade na Educação o Autor trilha caminhos criativos e originais, e dá sua contribuição ao que denominou Contributo ao Desenvolvimento do Voleibol, um grande salto em Método de Ensino para qualquer desporto. Oferece um blogue que desvenda a Arte de Ensinar, aproxima teoria da prática, e discute o Esporte Escolar sob a ótica pedagógica e interdisciplinar.

O Grande Salto… Procrie

Desenvolvemos pesquisas e estudos ao longo desses últimos quatro anos com resultados indicativos incríveis. Elegemos uma estratégia voltada para o principal agente – o Professor de Educação Física – que se constitui no vetor dessa transformação. Uma segunda constatação, identificamos o valor inestimável de uma legião de profissionais alijadas do processo: PROFESSORAS e ALUNAS.

Contributo ao Desenvolvimento do Voleibol

Este Contributo caracterizado no Procrie, tem caráter socioeducativo, contempla crianças e adolescentes com propostas perfeitamente viáveis. Tecnicamente diferencia-se pelo oferecimento de Formação Continuada virtual (EaD) e Cursos Presenciais in loco. Estes, utilizados não só como complemento às instruções, mas principalmente na solução de problemas.

Temos metas e objetivos definidos, além de uma estratégia nunca vista no Brasil, só nos restando o apoio nos Cursos Presenciais.

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Finalizando, entrevistamo-nos com o atual vice-presidente da entidade, Neuri Barbieri, quando percebemos comunhão em nossos propósitos, o que nos animou a permanecer vigilantes para desdobramentos efetivos em futuro próximo. Enfatizamos que o Procrie é viável, ultrapassou barreiras desde 1974 atendendo milhares de indivíduos com aceite do SESI Nacional, Nuzman, Ary Graça (Viva Vôlei), Bernardinho (Rexona,  Paraná). Além de várias escolas em Niterói (RJ).

A seguir assinalamos os tópicos propostos à CBV reiteradas vezes:

Missão: Qualidade no Ensino Esportivo nas Escolas, para qualquer desporto. 

VisãoAprender a Ensinar conciliando teoria e prática; é a Meritocracia. 

O PROFESSOR e o ALUNO estão no centro do processo.

Centro de pesquisas, coorientação, estudos metodológicos e residência pedagógica.

 

Justificativa…

Projeto contempla um olhar pedagógico, pois historicamente a CBV está voltada para o esporte SELETIVO e não EDUCACIONAL. Este, recomendado nos seu Estatuto da Fivb (Leipzig/72) e na Reunião Estratégica da CBV (out./1996).

O problema do professor na escola não está nos salários, mas em sua formação moral e acadêmica. Só compor equipes competitivas não democratiza o esporte.

Sítio exclusivamente educacional – Prezi –  (+13,4 mil visitas) voltado para palestras: foco investigativo no Esporte Escolar e Lazer.

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Leia mais… Aprender a Pensar  (e técnicas do Design thinking)

 

Comentários

Por Roberto Affonso Pimentel
em 14 de Novembro de 2016 às 17:49.

Dando sequência ao tema, acompanhem esquematicamente o que vai pela mídia brasileira. Aqui trata-se da Educação como um todo. Em outra ocasião falaremos sobre as oportunidades que a Educação Física e Esporte pode contribuir no processo.

 

EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL[1]

Ensino Médio e Fundamental

O que quer que se estude, que seja em profundidade.

- Alfred North Whitehead

A Coreia do Sul universalizou o seu ensino médio, o Chile vai pelo mesmo caminho. No início do milênio, o Brasil parecia aprumado para a mesma façanha, após uma expansão veloz da matrícula.

Tudo deu errado. A matrícula recuou, em vez de crescer. Apenas 51% dos jovens se graduam. Os testes não apenas deram para trás, mas mostram que, em matemática, os alunos só aprendem cerca de 10% do esperado. Para culminar, gasta-se três vezes mais, para conseguir menos.

Por que retrocedemos quando os outros progridem?

Melhorar a formação dos professores é custoso, assim como consertar a péssima qualidade da escola que vem antes.

Mas havia um escolho que, inexplicavelmente, permanecia invencível, apesar de poder ser removido com uma canetada: a arquitetura do ensino médio.

Considere-se o excesso de disciplinas e conteúdos do currículo atual. Cada uma delas pode ser útil e importante, no entanto, somadas, elas dão indigestão curricular, pois aprender não é lembrar fatos e datas, mas incorporar o conhecimento em um repertório útil para a vida. O resultado é que, quando se tenta ensinar demais, o aluno aprende de menos.

Repetindo Alfred North Whitehead, “o que quer que se estude, que seja em profundidade”.

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Por que nada aconteceu, apesar da persistência dos indícios de fracasso?

 

Faz décadas que borbulham as propostas. A medida provisória recém-assinada rompeu a inércia. Não é perfeita, não resolve tudo, mas é um passo à frente.

Venho tratando o tema desde 1974. Construí um projeto com base na formação profissional do professor a partir do ensino fundamental. Tem início nas aulas de Educação Física e Esporte e busca integrar-se à Matemática, a Comunicação – linguagem, escrita, oralidade – Inglês e Informática. 

 

GLOSSÁRIO DA QUALIDADE[2]

Ensino e Treinamento Profundo

Práticas adotadas nas escolas mais inovadoras do mundo vão ser aplicadas no Brasil – por enquanto, em inglês mesmo.

Feedback: o professor monitora o aluno enquanto ele resolve exercícios on-line em sala de aula, prestando ajuda no instante em que surge qualquer dúvida. Certos programas detectam o estágio da criança e personalizam o grau de dificuldade das tarefas.

Flipped classroom: o aluno assiste a aulas gravadas e faz exercícios no computador em casa; na sala de aula, o tempo é usado para debates e tirar dúvidas.

Gamification: aprende-se através de jogos que estimulam o raciocínio lógico e afiam habilidades emocionais, como saber perder e manter a calma em momentos decisivos.

Maker space: é uma oficina dentro da escola, dotada de ferramentas modernas – como impressoras 3D e máquinas para cortar todo tipo de material –, onde os alunos constroem e manuseiam seus experimentos.

Project-based learning: projetos que interligam várias disciplinas, executados pelos alunos individualmente ou em grupo.

Tutor: cada estudante conta com um professor, que conhece sua família e acompanha de perto sua trajetória acadêmica, mapeando lacunas, incentivando avanços e até ajudando na opção de carreira.

 

Nota:

Ênfase a projetos: ao resolver problemas no computador, no tablet e no celular, o aluno é monitorado em tempo real pelo professor, e dele recebe ajuda imediata.

 

[1] Com base no artigo Ensino Médio: Aleluia!, de Cláudio de Moura Castro, revista Veja, 19/out./2016.

[2] Revista Veja, Bye-bye, Velha Escola, Cecília Ritto - 2/nov.2016. pág. 83

 


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