Resumo

Objetivou-se estimar a prevalência de adiposidade corporal elevada e sua associação com a aptidão musculoesquelética, por nível econômico, em crianças e adolescentes do sexo masculino. Estudo epidemiológico transversal realizado em 1.531 escolares (6-17 anos) da rede de ensino pública do município de Cascavel, PR, Brasil. A adiposidade corporal foi estimada pela técnica de dobras cutâneas. Foram coletadas informações referentes à idade, nível econômico e estágio maturacional, bem como ao desempenho nos testes de sentar e alcançar, abdominal em 1 minuto, impulsão horizontal e Shuttle run. As análises (teste t de student não pareado e regressão de Poisson) foram realizadas por nível econômico alto e baixo (baixo+médio), com nível de significância de 5%. A prevalência de adiposidade corporal elevada foi de 30,4%, sendo maior (p<0,05) naqueles de nível econômico alto (33,3% vs 28,3%). Após ajuste para todas as variáveis, no nível econômico baixo, a adiposidade corporal elevada se associou a baixa resistência abdominal (RP=1,44; IC95%=1,05-1,99) e potência de membros inferiores (RP=2,09; IC95%=1,46-1,98). No nível econômico alto, o desfecho foi associado à baixa resistência abdominal (RP=1,72; IC95%=1,17-2,51) e, à média (RP=2,83; IC95%=1,76-4,55) e baixa (RP=3,90; IC95%=2,38-6,38) potência de membros inferiores. Em ambos os estratos sociais, o menor desempenho muscular (resistência abdominal e potência de membros inferiores) conferiu maior probabilidade de ter adiposidade corporal elevada. Porém, a magnitude das valências musculares associadas à adiposidade corporal elevada parece diferir de acordo com o nível econômico.

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