Resumo

Neste texto, propomos uma discussão da capoeira enquanto potência educativa dentro do contexto da Educação Física Escolar (EFE), usufruindo de todas suas possibilidades para educar os sujeitos, não limitada ao “saber fazer” relativo à prática corporal, mas também das formas de compreendê-la considerando o uso de linguagens plurais durante o processo de ensino-aprendizagem. Apontamos a capoeira para o centro desta discussão e nos indagamos se ela tem sido pensada nas aulas de Educação Física (EF) em sua totalidade ou apenas de forma tecnicista, no sentido do “saber-fazer”. Isso porque os estudos no campo da EFE têm conquistado avanços quando propõem um ensino que prioriza não somente o “saber-fazer”, mas considera as outras duas dimensões do conteúdo, quais sejam as dimensões conceitual e atitudinal. (DARIDO, 2012). No contraponto do que historicamente se prioriza na escola, Krebs (2008) destaca a marginalização das práticas corporais quando diz que “no contexto escolar a inteligência humana continua sendo avaliada por meio de atividades exclusivamente cognitivas. As atividades corporais, no contexto escolar, continuam associadas à prevenção e a manutenção da saúde ou às práticas de lazer” (KREBS, 2008, p. 192). Nesta linha de pensamento, corroboramos a crítica à hegemonia do uso da linguagem escrita e oral nos processos escolares, deixando à margem o uso do corpo no processo educativo (PEREIRA, 2014). Superadas tais dicotomias positivistas na educação e ampliando a compreensão para corpo-sujeito (NÓBREGA, 2008), chegamos às considerações de que as manifestações da cultura de movimento devem ser ensinadas na escola observando suas completudes.

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