Resumo

Esta pesquisa investiga a gestão das imagens espetaculares do esporte nos megaeventos. O esporte moderno de alta competição, base dos megaeventos esportivos, é fonte de um sistema complexo de produção e reprodução de imagens e símbolos sociais e é gerador de imagens “economizadas” – ou seja, com acúmulo de valores e significados –, e que constroem vínculos entre agentes desses tipos de atividades e seus públicos, o que, por fim, reverte-se em capital e imagem. Esse assunto torna-se mais relevante com a realização no País da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos Rio 2016 no Brasil. A hipótese principal desta pesquisa de doutoramento é a de que as imagens que circulam nesses megaeventos organizam-se não mais na relação com os seus referentes corporais – ou seja, atletas, locais ou competições –, mas sim com outras imagens, gerando um espetáculo imagético que se constrói a partir de um princípio econômico. Esta pesquisa, que pretende analisar os megaeventos enquanto ambientes midiáticos do esporte, permite mostrar que há uma economia, um princípio operativo entre jogo, esporte e megaeventos, a partir de imagens. A referência aqui é o conceito grego “oikonomia” e suas derivações na economia teológica, que subsidiam a ideia de uma economia da imagem, que se liga à organização e à gestão dos recursos imagéticos na relação entre o homem e seu imaginário. O objetivo é investigar a construção dos ambientes midiáticos e verificar a pertinência de se falar na existência de uma economia da imagem do esporte, responsável pela transformação de megaeventos esportivos e de seus agentes em mercadorias da sociedade de consumo. No conceito de jogo e esporte, as referências são Huizinga e Caillois. Para esporte, as referências são Bourdieu, a partir do conceito de comunicação no esporte, e Wulf e Gabauer, sobre a mimese no jogo esportivo. Serão também fundamentais os conceitos de imagem, evento e de aparelho de Flusser. E, por fim, a partir de Agamben, Mondzain e Polanyi, alicerça-se o conceito de economia das imagens, o que permite, em diálogo com a teoria do espetáculo, de Debord, e da Iconofagia, de Baitello Jr., entender a essência do consumo esportivo na sociedade contemporânea

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