A Educação do Corpo no Espaço Escolar
Por Márcia Luiza M. Figueira (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de História do Esporte, Lazer e Educação Física CHELEF
Resumo
Ao falar sobre o lugar do corpo na escola, quero chamar a atenção para a idéia de que este está sendo constantemente produzido histórica e culturalmente, e observado como um lugar de descobertas e de revelações.No Brasil, a educação fisica escolar, ao longo de sua história, sofreu grande influência dos médicos higienistas que viam nesta disciplina curricular um espaço com grande contribuição para fortalecer o projeto de assepsia social, em voga no finaldo século XIX e início do XX. Ou seja, naquele tempo a Educação Física é observada como capaz de colaborar para a produção de corpos fortes e de uma raça saudável, disposta para o trabalho, para o engrandecimento da Nação e para projetar um futuro promissor e progressista. (Castellani, 1988; Soares,1990). Reafirmando a escola como um dos locais comprometido com as necessidades e com os interesses das crianças e dos jovens do século XXI e, por conseguinte, capaz de promover aprendizagens significativas, percebo a Educação Física como um espaço pedagógico a possibilitar a emergência destas aprendizagens. Para tanto, se faz necessário problematizar a atuação dos professore/as no sentido de questionar e discutir o planejamento de suas aulas, isto é, a forma como selecionam os conteúdos a serem ensinados, as metodologias utilizadas, os critérios de avaliação, etc. Em se tratando da atuação dos professores e professoras de Educação Física das escolas de ensino fundamental e médio, é ainda possível identificar, em certas escolas, a predominância da prática do esporte nas aulas, onde este conteúdo se apresenta como possibilidade quase única de acesso a uma prática corporal de movimento. E mais: o esporte, a partir dos códigos do alto rendimento onde, muitas vezes, a exclusão dos não "habilidosos" se torna prática recorrente, reforçando, portanto, um certo controle sobre os corpos, na medida em que privilegia os mais ágeis e aptos às práticas e técnicas corporaIS. Constitui-se como desafio problematizar as diferentes representações de corpo que circulam dentro e fora da escola, como por exemplo, "o olhar" da medicina, da biologia, das artes plásticas, da genética, da história, da religião, da mídia, e de diferentes culturas esociedades.