Resumo

Objetivos:
Os objetivos deste estudo são relacionar a constituição do campo da Educação Física com o campo Biomédico e discutir suas possíveis implicações nas definições de ciência e de Educação Física.

Métodos e Resultados:
Com base na revisão bibliográfica, foram detectados três artigos emblemáticos dos conflitos de ordem epistemológica presentes na Educação Física. Os mesmos foram selecionados pois abordam como vem ocorrendo a avaliação dos programas de pós-graduação da área, principalmente em contexto de significativo aumento dos mesmos e o consequente avanço da produção cientifica nesse campo. Para se compreender a Educação Física em sua busca pela cientificidade foi utilizada a noção de campo proposta por Bourdieu. Detectou-se que existem duas posições distintas em relação ao tema. De um lado, Tani (2000) e Kokubun(2003) defendem que os dados quantitativos são puros e neutros e que a falta de uma identidade epistemológica atrasa o desenvolvimento científico da Educação Física. Essa visão tem uma forte vinculação com um modelo tradicional de ciência, oriundo da Biomedicina. Já Betti et al. (2004), em resposta às publicações, defendem critérios de avaliação mais condizentes com as discussões da filosofia da ciência, em que objetividade e desenvolvimento por acúmulo de conhecimento já não são mais a meta científica.

Conclusão:
Depreende-se que essas são disputas pelo monopolio da cultura legítima em relação às definições do que é a Educação Física. A inserção de abordagens das ciências humanas desconstruiu a ortodoxia no campo, proveniente da Biomedicina. Essa heterodoxia está condizente com as atuais dicussões da filosofia da ciência.