A Educação Para as Relações étnico-raciais (erer) e as Proposições Teórico-metodológicas da Educação Física Escolar: Reflexões Entre Licenciandos/as

Parte de EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: MÚLTIPLOS OLHARES . páginas 11 - 23

Resumo

Objetivo: Esta pesquisa faz parte de um projeto mais amplo, vinculado à iniciação científica e à residência pedagógica, tendo como objetivo analisar a fundamentação teórico-metodológica da educação física escolar em relação à Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER). Métodos: A pesquisa teve início a partir de uma ação afirmativa que incentiva estudantes negros/as e indígenas dos cursos de graduação em educação física a participarem de eventos científicos promovidos pelo Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE). Realizamos um levantamento bibliográfico qualitativo na plataforma Lattes do CNPq. Buscamos nos currículos de cada um/a dos/as seis proponentes da abordagem crítico-superadora os seus trabalhos autorais, em co-autoria, orientação e/ou participação em bancas ligadas à ERER. Utilizamos os descritores raça, étnico/a, negro/a, racial e negritude. Resultados: Identificamos que essa abordagem explicita como problemáticas urgentes da sociedade brasileira implicam na educação física escolar, sendo que nenhum/a de seus/as proponentes é negro/a. Contudo, a temática da ERER é problematizada explicitamente apenas na produção acadêmica de uma proponente, Celi Nelza Zülke Taffarel, que é membra da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN). Localizamos sete trabalhos da autora. Compreendemos que a educação física brasileira tem muitas influências europeias, constituindo-se a partir de referenciais teóricos que enfatizam o capital cultural da branquitude, destarte produzindo exclusões. Há autores/as negros/as na área – como Hudson Ventura Teixeira, falecido neste ano – que têm sido invisibilizados/as ao longo do processo histórico. Conclusão: Por um lado, concluímos que não há uma preocupação por parte da maioria dos/as autores/as em construir abordagens que possibilitem o protagonismo da cultura negra. Por outro lado, ressaltamos uma única autora que se propõe a dialogar com a ERER, colaborando com autores/as negros/as na construção das produções científicas.

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