A ética na visão da intervenção profissional em educação física
Por Claudio Augusto Boschi (Autor).
Parte de A Ética e a Bioética na Preparação e na Intervenção do Profissional de Educação Física . páginas 46 - 51
Resumo
Ao falar ou pretender tocar na atividade do labor, na formação profissional, a partir da ética profissional, não podemos deixar de refletir, analisar, pensar, deleitar, e tornar reflexo o nosso pensamento. Ainda que possa aparentar um desperdiçar ao léu, não o é, eis que devamos lembrar a lição de Whilhelm Leibiniz, o filósofo alemão, “não façais aos outros senão aquilo que gostaríeis que fosse feito a vós mesmos”. Procuraremos discorrer sobre o tema proposto, sem aprofundamentos, que não somos credores, assim como o somos sabedores de que aqueles que nos antecederam e os que nos sucederão neste evento são mais qualificados para tal, e esses sim, credores do saber. Vamos, então, àquele que foi conclamado como “O primeiro pesquisador científico”, falamos de Aristóteles. O seu “Órganom”, que antecede aos “Analyticus”, ou como alguns autores preferem “Primeiros Analíticos” pode e deverá ser visto e entendido como uma obra inicial, não só da lavra autora, mas de um desencadear que alcançando a “Ética a Nicômaco”, estabelece um indissolúvel marco sobre o qual construir-se-á aquela que denominarão ética profissional. Períodos se passam, embates acontecem, pazes reinam, mas os ensinamentos são burilados, lapidados, melhorados, aperfeiçoados, mantidos em seu veio original, enfim, existe uma adequação temporal. A Ética e a Bioética na Preparação e na Intervenção do Profissional de Educação Física 45 As lições da “polys”, da “physis”, dentre várias, estão passo a passo conduzindo às discussões e embates, necessários e sadios, buscando estabelecer formas de relacionamento, ou seja, políticas para a sociedade, políticas públicas. Avancemos no tempo, se muito aprofundar, não tão devagar. Os tempos são outros, mas no berço central da cultura italiana surge uma instituição que se perpetuaria, tal qual os ensinamentos ali efervescentes: a universidade. Na próspera Bolonha se alicerça uma nova revolução nos costumes, e no modo de viver: a Universidade. Neste escopo surge um grupo de pessoas, capitaneadas por Bartolo, que buscam das entranhas dos textos e das palavras, de então e de muitos entoes antes, avançá-las àquela atualidade, e, ao fazer, são cognominados glosadores ou conciliadores. Estes intérpretes estão a paginar e se inscrever na história, de uma tão efetiva e eficaz que nem mesmo eles têm noção de tal. Ou seja, ao fazer silêncio, calar-se, reunir-se em grupo, atua e possibilita-se dar conselhos, talvez estejamos no nascedouro do amalgama das ordens profissionais. As evoluções do tempo apresentam-se-nos com uma evolução da discussão e conceituação do que seja moral, quando os pensadores debruçamse sobre tal, uma teoria de Bergson chama a atenção, ao pretender estabelecer uma separação entre moral aberta e moral fechada, uma mais ampla e de caráter mais abrangente, a outra mais restrita e específica a um segmento. E, assim, permeam as bases para que Scheller, Hartman e Wagner possam caminhar em prol de uma ética de valor. Haverá discussões, contestações e argumentos diversos, porém, não poderemos negar as visões límpidas de que a sociedade possa permitir um labor livre das amarras do poder central, mas contendo limitações e controles. Se a política é a atividade consciente e organizada, através de objetivos mediatos e imediatos, capaz de amparar amplos setores da sociedade, a ética profissional o é esta mesma política em escala maior, em prol de um interesse comum.