Resumo

Este estudo tem como objeto a atualidade da formação de professores de Educação Física, mais especificamente, a fragmentação da formação entre licenciatura e bacharelado orientada pelas Resoluções CNE/CES n° 01/02, n° 02/02 e n° 07/04 e parte da seguinte questão: quais as contradições que precisamos enfrentar na área da Educação Física para construir possibilidades de formação que apontem para transformação radical da sociabilidade em que vivemos? Nosso objetivo geral foi investigar na atualidade as contradições da fragmentação da formação entre licenciatura e bacharelado na formação de professores de Educação Física para indicar possíveis alternativas de superação. Para realizar essa pesquisa adotamos o referencial teórico-metodológico materialista histórico dialético, por entender que o mesmo permite avançar com maior radicalidade na compreensão da realidade. Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, dado o tipo de procedimentos e fontes analisadas, na qual realizamos: a) análise do atual contexto político em torno da formação de professores de Educação Física, b) balanço da produção científica sobre formação de professores de educação física, no período posterior a 2004 e c) análise da realidade dos cursos Licenciatura e Bacharelado de Educação Física da UFSC. Apontamos como principais resultados que: a) o confronto político permanece e se mantêm acirrado no campo da formação e nessa disputa, apesar da diferente correlação de força entre MEEF e CONFEF, o MEEF tem obtido vitórias importantes na direção de uma formação única para área, b) a produção científica referente à atualidade da formação de professores é bastante restrita, porém, a maioria dos estudos encontrados aponta críticas à atual formação e indica a necessidade de mudanças. Há também um número significativo de estudos que indicam a formação única como a possibilidade de superação dos atuais problemas em relação à formação na área da Educação Física, e c) os cursos de Educação Física da UFSC (Licenciatura e Bacharelado) apresentam grandes semelhanças na sua estrutura curricular, o que demonstra a fragilidade do argumento dos diferentes campos epistemológicos para fragmentar a formação. De outro modo, já é possível identificar nesses cursos indícios do aprofundamento da minimização da formação dos futuros trabalhadores da área, em decorrência da fragmentação. Diante desses resultados nos colocamos em defesa da revogação das atuais Diretrizes Curriculares para Graduação em Educação Física e em defesa da proposta de Licenciatura Ampliada por entendermos que, na atualidade, essa é proposta que oferece as melhores condições de formação na área da Educação Física e que mais avança na perspectiva da classe trabalhadora. 

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