A gestão e a governança nos clubes profissionais de futsal masculino do Brasil
Resumo
O futsal é desenvolvido no Brasil desde a década de 1930, sendo oficialmente sistematizado no país e com os brasileiros responsáveis pela sua proliferação global (Fonseca, 2007). A modalidade é uma das mais praticadas e consumidas no país devido à facilidade de prática, acesso e semelhanças com o futebol (Fonseca, 2007; Ministério do Esporte, 2015). O Brasil é uma referência na prática amadora e profissional do futsal, na formação de atletas e em conquistas internacionais (Fonseca, 2007; Sant'Anna et al., 2022): a seleção masculina é a maior vencedora da Copa do Mundo de Futsal FIFA (Dilascio, 2021). A Liga Nacional de Futsal (LNF), criada em 1996 e independente da Confederação Brasileira de Futsal desde 2014, profissionalizou o campeonato nacional e adotou o modelo de franquias, tornando a competição mundialmente conhecida e uma das mais relevantes (Liga Nacional de Futsal, s.d.). Em paralelo, na Gestão do Esporte (GE) se destaca a área que trata da gestão das organizações produtoras do esporte devido à aceleração do processo de mercantilização e profissionalização do esporte e da busca pela sustentabilidade (Moraes, 2020). Assim, são adotados diferentes processos e ferramentas, com ênfase no chamado processo administrativo (Chelladurai, 2009). Enfatiza-se também a governança, que trata da direção, controle, uso do poder e conciliação dos interesses dos gestores, proprietários e stakeholders das organizações (Rossetti & Andrade, 2014), inclusive das esportivas (Mezzadri et al., 2018), com a sua aplicação partindo de quatro princípios: equidade, transparência, prestação de contas e conformidade com as normas (Rossetti & Andrade, 2014). A governança no esporte é alvo de diferentes pesquisadores que propõem modelos de aplicação em organizações esportivas, com destaque para Assis (2023) Marques (2014). Apesar da relevância global e nacional do futsal, os estudos acadêmicos/científicos sobre a gestão e a governança da modalidade e dos seus clubes profissionais são limitados, conforme relatado por revisões da produção acadêmica sobre a modalidade, como por Barreira et al. (2018), Barreira et al. (2024), Caregnato et al. (2015) e Martins et al. (2008). Assim, observa-se que a vertente acadêmica da GE possui uma limitada contribuição para a gestão dos clubes de futsal, com ausência de estudos amplos que foquem na descrição e análise da gestão dessas organizações e que gerem subsídios para que as mesmas avancem e sejam sustentáveis.