Resumo

Este estudo tem como objetivo identificar traços da imagem corporal do idoso asilado e como os profissionais que o atendem o vêem, a partir dos discursos dos mesmos. Inicialmente fizemos uma pesquisa bibliográfica visando estabelecer uma reflexão entre o processo de envelhecimento nas dimensões fisiológica, psicológica e social, partindo para a compreensão do tema imagem corporal, enfatizando a forma com que se cultua o corpo atualmente e como a imagem corporal na velhice pode ser influenciada por estar submetida a signos sociais. Em seguida abordamos a realidade das instituições para idosos e os tipos existentes no Brasil, apresentando aspectos positivos e negativos da institucionalização. Já a pesquisa de campo foi realizada com 22 e 09 idosos oriundos de dois asilos, sendo um público e outro privado e com 09 e 10 funcionários da mesma localidade. Como instrumento da investigação, utilizamos uma entrevista estruturada, contendo, além do perfil uma pergunta geradora, sendo que para os idosos foi assim grafada: Para você, como é seu corpo? E para os funcionários: Para você, como são os corpos desses idosos? A análise dos discursos foi feita através da adaptação de Simões (1998) para a Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1977). Entre os discursos dos idosos da instituição 1 e 2, observou-se que os mesmos apresentam, prioritariamente, uma percepção negativa de seus corpos, havendo uma maior prevalência, respectivamente, para as categorias corpo envelhecido (72% e 33%); limitado (41% e 22%); esperando a morte (36% e 22%); doente (32% e 33%) e excluído (18% e 11%). Da mesma forma, observamos nos discursos dos funcionários da instituição pública e privada, que a percepção que tem dos corpos idosos o qual mantêm contato, é, respectivamente em cada asilo, associado à idéia de um corpo envelhecido com características de dependente (44% e 80%); carente (77% e 30%) e fraco e frágil (44% e 50%), havendo menor prevalência para uma percepção mais positiva do corpo idoso. Assim, os resultados apontam que tanto os idosos como os funcionários, de ambas as instituições, apresentam uma visão estereotipada do corpo no processo de envelhecimento, podendo influenciar de forma negativa no desenvolvimento da imagem corporal do idoso. 

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