A implementação do Programa Saúde na Escola em Pelotas/RS: um estudo qualitativo com profissionais de saúde e educação em cenários centrais, periféricos e rurais

A escola, instituição capilarizada, caracteriza-se como um lócus seminal para estimular o empoderamento dos sujeitos em vários campos da vida, inclusive o da saúde. Neste caminho, o Governo Federal instituiu o Programa Saúde na Escola (PSE) em 2007, unindo as escolas e unidades básicas de saúde no fomento às ações de saúde com os escolares das escolas públicas.OBJETIVO Compreender o processo de implementação do PSE no município de Pelotas-RS, com ênfase na intersetorialidade, na promoção da saúde a partir de cenários centrais, periféricos e rurais.MÉTODOS Pesquisa qualitativa de cunho exploratório. Para produção dos dados, se baseou em entrevistas semiestruturadas e diários de campos. Nesse sentido, oito profissionais participaram como colaboradores da pesquisa, sendo três enfermeiras, uma médica, três orientadoras educacionais e uma diretora da escola. Os cenários estudados eram: zona rural urbana; região periférica e central; esferas de ensino municipal e Estadual; e um caso de sucesso indicado pela 5° CRE. Para análise dos dados guiamo-nos pelos caminhos da Análise Textual Discursiva (ATD). RESULTADOSO PSE em Pelotas apresentou uma lógica setorial, de divisão de tarefas, com foco em ações assistenciais. Os diferentes cenários não apresentaram características diferenciais conforme as suas especificidades, o que de fato modificou as ações foi a vinculação com a universidade e a compreensão da importância da saúde na escola pelas responsáveis. O processo de formação dos profissionais ainda se concentra em um modelo tradicional de capacitação, que parece ser pouco efetivo. Sugere-se dessa maneira a educação permanente como processo formativo. As ações, incluindo a atividade física, fundamentam-se no modelo centrado no risco, distantes dos princípios da promoção da saúde.CONCLUSÕES O programa no município está ativo e sendo implementado, no entanto, continua distante dos ideais de promoção da saúde e intersetorialidade, embora, esporadicamente, exista essa aproximação quando as universidades estão envolvidas.

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