Resumo

Um levantamento publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2012) revela a existência de 25 mil organizações de caráter esportivo-recreativas em todo o país (9,6% do número total de fundações privadas e associações sem fins lucrativos atuantes). Parece razoável considerar que um conjunto destes projetos tem por objetivo a promoção da inclusão social. Nesta pesquisa, nós optamos por trabalhar com a abordagem de inclusão social definida por Donnelly (1996, apud BAILEY, 2005), que divide inclusão em quatro categorias processuais: Espacial, Relacional, Funcional e Poder. Em face da ausência de evidências empíricas conclusivas sobre os efeitos do esporte e da educação física para a inclusão social, o objetivo geral da pesquisa foi investigar os efeitos para a inclusão social da participação em um projeto esportivo de caráter social (PECS) a partir da perspectiva de seus egressos à luz das categorias processuais de inclusão social. O presente trabalho se configura como uma pesquisa ex-post facto, de tipo analítico-descritiva que utiliza métodos quali-quantitativos de inquirição sob a forma de opinião. A amostra adotada é não probabilística de tipo voluntária. Através dos dados obtidos não foi possível afirmar que os alunos melhoraram economicamente devido a participação no projeto, mas no que diz respeito ao aspecto de relações inter-pessoais, concluímos que a participação no projeto social estudado ajudou a melhorar ou ampliar o nível de própria aceitação ou pertencimento a uma rede de pessoas. Bem como também foram positivos, reforçando assim, algumas pesquisas já realizadas anteriormente que a participação nesses projetos amplia os conhecimentos específicos e gerais do individuo, bem como suas habilidades, pois é um espaço voltado para o aprendizado. O último conceito para inclusão não teve a mesma perspectiva positiva em nosso projeto. Como o “Tênis para Todos” segue quase independente da comunidade local, não realizando nada em conjunto exceto pela participação dos moradores infanto-juvenil no projeto, bem como as crianças e jovens não constroem comunitariamente as atividades ou ações dentro do mesmo, a inclusão como forma de empoderamento social se perde no “Tênis para Todos”, já que os alunos somente recebem o que foi ofertado.

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