Resumo

A capacidade de produzir força muscular é influenciada por fatores intrínsecos e extrínsecos como as características do ambiente. Dentre estes fatores extrínsecos, a música do ambiente parece ser um aspecto importante a ser investigado, já que muitas pessoas treinam força em academias ouvindo músicas que nem sempre são as que agradam seu gosto musical. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência da música e do estilo musical na capacidade de resistência de força de praticantes de musculação. Participaram do estudo 20 jovens do sexo masculino com 20 ± 1,41 anos de idade com experiência de 2 a 5 anos de prática de musculação. A resistência de força foi determinada pelo número máximo de repetições realizadas no exercício puxada frontal na polia alta, (máquina Lion Fitness). Os dados foram coletados em 4 dias, no primeiro dia, os participantes fizeram o teste de uma repetição máxima (1RM) para definir o valor de carga relativa que cada indivíduo utilizaria durante as avaliações subsequentes. A carga utilizada foi correspondente a 85% do valor obtido no teste de 1RM. Ainda no primeiro, os voluntários responderam a um questionário com perguntas relacionadas a preferência musical em diferentes contextos, inclusive no ambiente de treinamento físico. A partir destas respostas, foi definido para cada participante o estilo musical preferido (ex. rock, sertanejo, samba, etc) e o que menos gosta de ouvir durante o treinamento. No segundo dia de coleta foram realizados três testes de resistência de força, sendo uma tentativa em cada situação de estímulo musical (música preferida; música que menos gosta; sem música). A ordem do estilo musical foi aleatória. No terceiro e quarto dia de coleta foi repetido o procedimento do segundo dia, porém, com a ordem de apresentação do estímulo musical contrabalanceada. Todas as músicas, independentemente do estilo, apresentavam aproximadamente 160 batidas por minuto e foram tocadas na intensidade de 70 decibéis.. A velocidade de execução do movimento foi controlada por um metrônomo, sendo 2s para a fase excêntrica e 2s na concêntrica. O intervalo entre cada tentativa foi de 5 minutos e entre os dias de coletas foi de no mínimo 48 horas. Para as comparações foi utilizada a média em cada situação musical. Na condição de música preferida os participantes realizaram 6,28 ± 1,52 repetições, na condição música que menos gosta 4,57± 1,27 e na condição sem música 4,48± 1,13 repetições. Análises de variância apontaram que na condição de música preferida os participantes realizaram maior número de repetições em comparação com as condições música que menos gosta e sem música (p<0,05) . Com base nestes resultados, podemos concluir que ouvir o estilo musical preferido interfere positivamente na resistência de força de praticantes de musculação. Estas informações poderiam ser consideradas por profissionais e atletas no sentido de criar um ambiente que favoreça o treinamento de resistência de força muscular.

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