A Influência das Características Clínicas Sobre a Produção de Força em Pacientes com Doença de Parkinson
Por P. H. S. Pelicioni (Autor), M. P. Pereira (Autor), M. M. L. Rodrigues (Autor), J. Lahr (Autor), L. Altarúgio-junior (Autor), Lilian Teresa Bucken Gobbi (Autor).
Resumo
A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa e progressiva. Um sintoma associado com a DP que merece destaque é a fraqueza muscular, levando a uma série de consequências funcionais nesses indivíduos. Em um estudo recente, foi observado que a produção de força (PF) em pacientes com DP mantém uma relação significativa com seus comprometimentos funcionais. Quanto aos comprometimentos clínicos da DP, os pacientes mais comprometidos apresentam uma maior relação com deficiência na PF. Entretanto, não se conhece a relação entre a PF e os sinais clínicos específicos da DP, bem como com os fenótipos motores comuns da DP, como tremor dominante (TD) e Postural Instability and Gait Disorders (PIGD). Dessa forma, os objetivos do estudo foram: comparar a PF de pacientes com DP e idosos neurologicamente sadios; avaliar a relação entre a PF e os sinais clínicos motores e fenótipos da DP. Participaram do estudo 14 idosos neurologicamente saudáveis (GC) e 26 pacientes com DP idiopática (GP). A PF foi avaliada através da análise da Contração Voluntária Máxima por meio do exercício de Leg Press, tendo sido acoplada uma célula de carga na placa onde a força foi aplicada. As variáveis consideradas nas análises foram: Pico de Força, Média de Força e Taxa de Desenvolvimento de Força. Quanto à avaliação clínica da DP, os itens da Unified Parkinson's Disease Rating Scale (UPDRS), foram considerados na análise. Foram considerados a subescala funcional (UPDRS II); subescala motora (UPDRS III); pontuação total (UPDRS Total); fenótipo TD; fenótipo PIGD; itens de tremor na subescala motora; itens de rigidez na subescala motora; itens de bradicinesia na subescala motora; a escala de estadiamento da DP; a dose diária de Levodopa; e, por fim, o tempo de diagnóstico da DP. Para a análise estatística, os dados de caracterização de amostra e a PF foram comparados entre os grupos por meio do teste t de Student. A análise de correlação entre as variáveis clínicas e de PF foi realizada através do teste de correlação de Spearman, apenas para o GP. O nível de significância adotado foi de p<0,05. Quanto à PF, o grupo GP apresentou menores valores (estatisticamente significante) para todas as variáveis de PF quando comparado ao grupo GC. Todas as variáveis de PF apresentaram correlações de leve a moderada com as variáveis clínicas da DP. A PF deficitária em pacientes com DP tem sido observada na literatura, assim como nesse estudo. Esse déficit na PF pode ser explicado pela relação que a PF apresenta com os comprometimentos clínicos da DP. Sintomas como rigidez e bradicinesia influenciam a PF e intervenções sobre esses sintomas podem levar à melhora dos componentes de PF. Futuras intervenções devem ser elaboradas considerando os diferentes subtipos motores (TD e PIGD), uma vez que o fenótipo PIGD apresentou moderada relação com todos componentes de PF.