Resumo

O Desenvolvimento Motor é conceituado como contínua alteração no comportamento ao longo da vida, realizado pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente (GALLAHUE E OZMUN, 2003). A partir de estudos e pesquisas amplamente difundidos na área da educação motora, percebe-se a importância de atividades que contribuam para o desenvolvimento e estímulo de movimentos visando ampliar o repertório e as vivências motoras em crianças até 12 anos. Este trabalho refere-se a uma pesquisa que se propôs a identificar e buscar uma aproximação entre a prática da ginástica artística e o desenvolvimento da coordenação motora em crianças de ambos os sexos na faixa etária de 6 a 7 anos. A amostra compôs-se de 100 crianças, 50 praticantes e 50 não praticantes de ginástica artística. O protocolo utilizado foi o teste  KTK (Körperkoordinationstest für Kinder), a partir do qual avalia-se a coordenação motora das crianças. O teste é composto por quatro tarefas: trave de equilíbrio, salto monopedal, salto lateral e transposição de plataforma, visando o domínio corporal dos indivíduos. Ao término da pesquisa, os resultados foram comparados e percebeu-se que houve uma diferença na coordenação motora das crianças praticantes e não praticantes de ginástica artística, sendo que os praticantes obtiveram 34% de perturbação e 66% de classificação normal, já os não praticantes 64% de insuficiência e 36% de perturbação na classificação da coordenação motora segundo o teste realizado. O objetivo do trabalho foi alcançado apontando uma diferença significativa entre os grupos, indicando que a ginástica pode ter uma influência no desenvolvimento da coordenação motora. Por conta disso todas as crianças deveriam ter a oportunidade de vivenciar a modalidade em sua fase escolar, uma vez que a Educação Física escolar tem a responsabilidade e o dever de estimular nas crianças um repertório de acesso às práticas da cultura motora, (GLOMB e LOPES apud SERON et al, 2007). Concordamos com Schiavon & Piccolo (2007) quando estas afirmam que, o desconhecimento do assunto por parte dos professores de Educação Física causa uma escassez de atividades da modalidade nas aulas de Educação Física na escola, uma vez que esses profissionais não conseguem ter uma visão da ginástica fora do âmbito competitivo.