A jornada empreendedora do gestor: narrativas de gestores de academias de ginástica

Esta produção é um recorte da pesquisa de doutorado do primeiro autor, que contempla um trabalho etnográfico com gestores de uma rede de academias de ginástica, da cidade de Porto Alegre/RS. A proposta envolve pensar a trajetória desses gestores e os elementos que necessitam serem mobilizados nestes cargos e como eles vão construindo a gestão da academia e um repertório de lógicas as quais são transmitidas e absorvidas entre os sujeitos. Mas, quais as características valorizadas nessa função? Como a noção de empreendedorismo determina as formas de atuação do gestor? Ter graduação ou pós-graduação não tinha um caráter decisivo no acesso desses sujeitos aos cargos de gestão, entretanto conhecer os processos da empresa e ter características de um empreendedor (“olhar de dono”) era mais valorizado pelos sujeitos com cargos mais altos. Nesse sentido, visualiza-se uma certa “jornada do herói” (Casaqui, 2020) dentro da organização que valoriza suas ações engajadas, sua liderança e o compromisso com performar (metas e resultados). Assim, o debate proposto nesse texto visa contemplar a questão envolvendo a valorização desse espírito empreendedor do gestor, enquanto um sujeito do negócio, versus sua condição de empregado da empresa, tendo que se submeter as questões hierárquicas. Fazendo uma alusão de sua jornada no cargo com a jornada do herói. Objetivo: Compreender de que forma o gestor de academia vai construindo sua trajetória até o cargo, através do espírito empreendedor e como isso é valorizado pelos sujeitos de maior hierarquia na empresa. Método: Conforme já referido anteriormente, o trabalho aqui descrito é um recorte de uma pesquisa etnográfica (Marconi & Lakatos, 2022) ainda em andamento que contempla compreender como conceitos de empreendedorismo e meritocracia estão ligados ao engajamento dos gestores na empresa.