A Participação das Mulheres no Automobilismo de Rua no Rio Grande do Sul (1930-1950): de Coadjuvantes a Protagonistas
Por Paula Andreatta Maduro (Autor), Janice Zarpellon Mazo (Autor), Cecília Elisa Kilpp (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 17, n 3, 2009. Da página 123 a 130
Resumo
A chegada do primeiro automóvel na cidade sinalizava as transformações dos hábitos da sociedade porto-alegrense no princípio do século XX. O ato de dirigir um automóvel pelas ruas simbolizava um modo de ser moderno, e competir ao volante era o ápice da modernidade. Nas décadas seguintes, o Rio Grande do Sul transformou-se em um pólo do automobilismo nacional. Justamente nesta fase, as mulheres que até então estavam presentes em gincanas, largadas de provas e premiações das provas automobilísticas, começam a ocupar outros espaços. Esta pesquisa tem por objetivo identificar como ocorreu o início da participação das mulheres no automobilismo de rua em Porto Alegre, nas décadas de 1930/1950. Para tanto, foram coletados depoimentos orais de mulheres pilotos e dirigentes esportivos do automobilismo de rua em Porto Alegre. Além disso, foi realizada uma pesquisa documental em revistas, jornais, arquivos do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul e da Federação Gaúcha de Automobilismo. A história do automobilismo feminino em Porto Alegre está diretamente ligada ao esforço individual de um pequeno grupo de mulheres. A notoriedade das mulheres no cenário esportivo do automobilismo iniciou, na década de 1930, através da atuação da gaúcha Nilza Ruschel, a primeira mulher a se tornar piloto de automóvel. O apoio da família como incentivadora e patrocinadora foi um fator determinante para o ingresso da mulher no automobilismo, uma vez que este é um esporte de elevado custo financeiro e de domínio masculino.