Resumo

Esta comunicação tem como objetivo apresentar parte das considerações de pesquisa de doutorado que investigou o curso Dança Livre em Fundação Educacional de São Carlos (FESC), no programa Universidade aberta da terceira idade (UATI), relacionando-os à questão de gênero e sociocultural. O citado curso possui perspectiva pós-colonial relacionada com vertentes da arte, do processo criativo e do jogo enquanto princípios de divertimento, de turbulência, de improviso, de estratégias, de risco e de despreocupação próprias de um espaço de imaginação e investigação. No contexto da FESC, a criatividade, a experimentação e expressão foram sendo inseridas conjuntamente com a apresentação dos temas da prática social em meio a conversas, questionamentos, reflexões e sentidos durante o desenvolvimento das atividades. A pesquisa utilizou abordagem qualitativa expressa na modalidade fenômeno situado na qual a descrição genuína das experiências do(as) participantes se deu por meio de questionário estruturado e em seguida entrevista semi-estruturada. Obteve-se a participação de 5 mulheres em sua maioria branca, escolarizada e de classe média e apenas 1 homem. Na análise metodológica do fenômeno situado chegamos a 2 categorias: A – “É isso, poder dançar. Poder extravasar! e B - “Este curso merece estar, neste movimento, de avaliar-se, reavaliar-se e introduzir coisas que favoreçam o grupo”. Nas considerações, compreendemos que o curso ofertado em instituição pública, destinado a população idosa aponta experiência em tempo-espaço situado com possibilidades de (re)encontro consigo mesma(o) e liberdade de expressão. Contudo, a participação no curso está destinada à uma maioria de mulheres, branca e católica com níveis de escolarização e acesso à bens culturais, não englobando uma larga escala da população marginalizada no contexto latino, brasileiro, paulista e da cidade de São Carlos.

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