Resumo

Neste estudo observamos a participação de crianças e adolescentes na prática social do teatro no Instituto Salesiano de São Carlos, como uma das estratégias de trabalho na preparação destes para participação na Conferência Municipal Lúdica e Técnica dos Direitos das Crianças e Adolescentes de São Carlos, cidade do interior do Estado de São Paulo, Brasil. A investigação tem como objetivo central compreender os processos educativos emergentes da citada prática social. Compreendemos como prática social o processo de repasse de conhecimentos, valores e posturas diante da vida, a fim de suprir as necessidades de sobrevivência, de manutenção material e simbólica de pessoas, grupos ou comunidades.Desta forma a prática social indicada teve por objetivo expandir a participação política de crianças e adolescentes, visando a garantia de direitos sociais e propondo transformações na estrutura social vigente. A estratégia de intervenção dos/as educadores/as do projeto foram esquetes teatrais envolvendo dramatização do cenário social vivenciado pelas crianças e adolescentes no período da pandemia da COVID-19 e o acesso destes aos serviços de saúde e educação, realizando na sequência, rodas de conversa sobre as situações vivenciadas e a montagem das esquetes. Além deste acompanhamento do grupo de crianças e adolescentes no período de preparação com as atividades teatrais para a Conferência, também acompanhamos estas nos dois dias da Conferência propriamente. Todas as atividades observadas foram sistematicamente registradas em diários de campo e posteriormente analisadas formando as categorias: A) Cuidando/Reparando a Saúde Mental, envolvendo processos educativos de acolhimento e escuta, desde entes familiares, passando por profissionais da educação e da saúde, bem como pelos poderes públicos municipal e estadual; B) Fortalecendo as Políticas Sociais de Saúde, Educação e Lazer, nesta categoria identificamos processos educativos emergentes relacionados a atitudes de enfrentamento e incentivo à construção da política de atendimento às crianças e adolescentes, necessidade de formação política permanente com comunicação efetiva nas famílias, usando diferentes tempos-espaços da comunidade, como o da escola.

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