Resumo

Procuramos, nesse estudo, compreender como se deu a presença da ginástica feminina na formação das normalistas do Ginásio Rural Sandoval Soares de Azevedo, no período de 1955 a 1970. Temos investigado os sujeitos, as vestimentas, os tempos e espaços, os métodos de ensino utilizados, etc. Para a composição do corpus documental, visitamos periodicamente o Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (CDPHA), em Ibirité, a Hemeroteca Pública Luis de Bessa, em Belo Horizonte, e, ainda, realizamos entrevista com a professora de Educação Física Catharina Vianna1, que permaneceu no Ginásio de 1955 até 1970. Nos diários escritos pelas alunas do Curso Normal – outrora uma estratégia de ensino (ANTIPOFF, 1949) que, na atualidade, possibilita o encontro com o cotidiano e experiências dos sujeitos – identificamos menções à presença do folclore brasileiro nas práticas gímnicas ocorridas nessa Instituição. Formada na primeira turma do Curso Superior da Escola de Educação Física de Minas Gerias (EEF-MG), Catharina foi aluna de Guiomar Meireles Becker, referência importante para a ginástica em Minas Gerais nas décadas de 1950 a 1970 (GOTSCHALG, 2013). Em seu depoimento, Catharina relatou a criação de um grupo de demonstração, denominado “Grupo de Elite”, que se apresentou em diferentes localidades, dentro e fora de Minas Gerais. Nas demonstrações coreográficas, tal grupo, encantava pela originalidade e pela agregação de elementos folclóricos. Em outras fontes consultadas, também se percebe a presença do folclore nas vestimentas, nas músicas, nos instrumentos, nas danças e nas temáticas interpretadas. Havia uma “bandinha”, também composta por normalistas e dirigida por Catharina, que tocava enquanto o “Grupo de Elite” se apresentava. A pesquisa, ainda em curso, se tornou relevante para a ampliação do conhecimento sobre a história da ginástica, na cidade de Ibirité - MG, no período proposto.