Resumo

Entendendo que o curso de Licenciatura em Educação Física deve possibilitar ao aluno a construção do conhecimento sobre e para a sua atuação profissional, destacou-se neste estudo, a necessidade de se privilegiar o processo de ação-reflexão-ação, a partir da realização do estágio supervisionado, o qual favorecerá a aproximação da realidade de atuação a ser discutida em aulas na disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado. Privilegiando este movimento dialético de ação-reflexão sobre a realidade de atuação , já no curso de graduação, a fim de viabilizar a consciência crítica do aluno sobre a prática de ensino, espera-se que o aluno possa utilizá-lo no decorrer de sua atuação profissional, num processo de formação contínua. Procurou-se identificar o panorama da disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em cinco (5) Instituições de Ensino Superior diante do curso de Licenciatura em Educação Física averiguando, especificamente, se o processo de ação-reflexão-ação vem sendo privilegiado. Para tanto, foi realizado uma pesquisa de campo utilizando-se de entrevistas com os docentes da disciplina e questionário com os discentes, procedendo ainda a uma pesquisa documental onde analisou-se os programas de ensino. A análise dos dados surgiu do confronto entre conteúdo dos programas, manifestações dos docentes e dos discentes. Dentre os cinco cursos pesquisados, apenas em um, verificou-se que a disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado está mais próxima de alcançar a reflexão e conscientização do aluno sobre a prática de ensino priorizando o processo de ação-refexão. Os outros quatro, estão bem longe deste ideal de reflexão sobre a prática de ensino diante do estágio, que chega a ser defendido pelos professores mas, não acontece. Nota-se que há uma acentuada ênfase à instrumentalização do processo de ensino aprendizagem destacando o como fazer, em detrimento do porque e, em função de quem este fazer é definido. A característica de síntese dos conteúdos da disciplina não é satisfatoriamente alcançada já que não se prioriza as mediações entre os conhecimentos do curso com a realidade de atuação encontrada no estágio. Conseqüência deste panorama: a unidade teoria-prática não acontece, em função de ainda se enfatizar na disciplina uma dicotomia onde, um polo aparece em detrimento do outro, a teoria é prescritiva de uma prática e onde, muitas vezes, o realizar estágio sem reflexão da realidade encontrada nesta experiência, indica a realização de uma prática utilitarista, destituída de embasamento ou comprometimento com a teoria. Se não há reflexão sobre a prática de ensino na realidade de atuação profissional, não há como falar em unidade teoria-prática no curso de formação e consequentemente não se vê como alcançar uma transição à prática profissional que seja significativa para o aluno enquanto egresso.

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