Resumo

existência de variados padrões de interdependência entre o esporte e o Estado evidencia que as leituras sobre esta relação, historicamente, baseiam-se em diferentes concepções de esporte, e por variadas abordagens relativas à idéia de Estado. São variadas também as interpretações das razões que levaram à intervenção do Estado no campo esportivo. Realizaremos nossa abordagem entendendo o esporte como direito social e, nesta perspectiva, justificando de alguma forma a atuação do Estado enquanto responsável pela implementação de políticas que assegurem este direito. Quanto a interpretação de Estado, elegemos as vertentes marxista e pluralista como base para a compreensão do Estado e seu papel frente às políticas sociais, especialmente o esporte. Neste sentido, o presente estudo irá discutir esta relação entre o Estado e o esporte sob duas óticas distintas. Utilizaremos como referencia as discussões de Martin Carnoy sobre a Teoria Política do Estado, de Ilse Gomes Silva sobre a reforma do Estado brasileiro e da prof. Meily Linhares sobre as relações entre Estado e esporte. Essencialmente, a abordagem pluralista entende que as políticas sociais, dentre elas o esporte, surgem como resultado do processo de diferenciação e modernização da sociedade, que passa a exigir do Estado ações capazes de garantir o bem-estar dos indivíduos. Já a abordagem marxista sustenta seus argumentos a partir da categoria classe social e entende que a ação do Estado em programas sociais é uma decorrência do desenvolvimento capitalista, em que o Estado de Bem-Estar tornou-se uma necessidade para garantir a acumulação do capital e a regulação dos conflitos entre as classes. Buscaremos, no decorrer do texto, aprofundar a discussão da relação entre esporte e o Estado, considerando essencial o entendimento das correntes teóricas que fundamentam ou deveriam fundamentar esta relação, afim de qualificar a produção acadêmico sobre o assunto e orientar a formulação de políticas públicas.

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