Resumo

O estudo aqui apresentado, sob o título A roda de capoeira como espaço formativo nas aulas de Educação Física, tem como fenômeno de pesquisa a Capoeira como conteúdo de Educação Física do ensino fundamental II. Compreender a relação entre Educação Física escolar, corporeidade e capoeira, implica no debate sobre como esses fenômenos estão compondo o repertório dos que lidam diretamente com os processos de ressignificação dos sujeitos, ou seja, com a formação/preparação das novas gerações. A presença da capoeira na aula de Educação Física como expressão cultural de origem popular ancorada na cultura de matriz africana pode apresentar elementos simbólicos capazes de estimular outras percepções, outras subjetividades, uma diversidade de formas outras de pensar o mundo e suas relações que diferem da lógica universalizante do projeto cartesiano para a modernidade. O objetivo é apreender a partir da percepção de professores de Educação Física (Licenciados) de Escolas Municipais do Ensino Fundamental II, no município de Jacobina - Ba (lócus da pesquisa), quais os sentidos que a Capoeira, enquanto conteúdo escolar, toma para estes sujeitos e quais suas potencialidades formativas, considerando que esta experiência é construída/elaborada subjetivamente na vivência dessa ação corporal. Optei por uma abordagem qualitativa, de inspiração fenomenológica, com base nos estudos de Merleau Ponty, sobre a fenomenologia da percepção. Entrevistei os/as cinco professores/as licenciados em Educação Física que atuam no Ensino Fundamental II na sede do município. O tratamento dos dados foi a técnica da análise de conteúdo de Bardin, em entrevista semi-estruturada. Compartilho a opinião de que os cursos de formação de professores precisam engendrar currículo(s) capaz(es) de deslocar verdades universais. O que significa partir da compreensão de que as coisas mudam quando se “oxigenam” de outros ares, de outras formas de ver e de ler o mundo, portanto de outras epistemologias. A presença da capoeira na aula de Educação Física como expressão cultural de origem popular ancorada na cultura de matriz africana apresenta elementos simbólicos capazes de estimular outras percepções, outras subjetividades. Assim, a educação pode desenhar diferentes caminhos para as sociedades contemporâneas, sobretudo no que diz respeito ao corpo, enquanto lugar no qual as experiências subjetivas são vivenciadas e expressadas.

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