Resumo

A Educação Física, enquanto possibilidade de conhecimento, tem sua origem na busca pela sobrevivência, considerando que, para tal, as lutas, a caça e a pesca eram indispensáveis. Já num sentido de sistematizar esse conhecimento, dando-lhe uma roupagem científica, encontramos nos movimentos ginásticos e no atletismo, praticados pelos gregos, um ponto de referência para área. No entanto, no sentido estrito de ciência, podemos afirmar que a Educação Física se institucionaliza apenas no século XVIII por meio dos Métodos Ginásticos Europeus. Como toda ciência, a produção desse conhecimento esteve e ainda está hegemonicamente atrelada ao paradigma dicotômico, especialmente no caso da Educação Física, na dualidade entre as áreas biológica e humana. Esta dissertação tem como objetivo investigar a possibilidade de, no momento atual, haver na Educação Física uma superação desse modelo, por meio de uma religação de saberes. O trabalho apresenta uma tentativa de compreensão do conceito de ciência, com base nas Teorias Sistêmica e da Complexidade, para então trazer essa discussão para a área, identificando como momento de transição as produções teóricas de José Maria Cagigal, Pierre Parlebás, Jean Le Boulch e Manuel Sérgio. Por fim, apresenta como possibilidade de religação de saberes na Educação Física os pressupostos da complexidade e da transdisciplinaridade, visando o trato do fenômeno corporeidade, considerando que o ser humano é, a um só tempo, bio-psico-cultural.

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