A transmissão de modalidades esportivas e o comportamento do consumidor brasileiro
Por João Pedro Ramos Guelpa (Autor), Cacilda Mendes dos Santos Amaral (Autor).
Resumo
: As modalidades esportivas vêm se comercializando numa proporção alta desde o início do século, se espalhando por modalidades coletivas e individuais atraindo grande atenção. Consequentemente, redes de televisão e empresas de assinatura/streaming buscam aumentar seu alcance para mercados plurais e maiores. Estas têm em sua grade canais com sinal analógico e gratuito (abertos) e canais a cabo (fechados), estes os quais são adquiridos por meio de assinatura. Atualmente, existe uma variedade de serviços prestados no âmbito da transmissão por conta do avanço tecnológico que permite maior alcance do sinal e difusão de conteúdo esportivo, seja em variedade de empresas e valores (Monteiro & Búrigo, 2023), com transmissões ao vivo encontradas em televisores, celulares, laptops e tablets. E ultimamente, partidas transmitidas no meio digital vêm ganhando força por aproximarem o torcedor a uma experiência mais informal, acessível e popular, fortalecendo a democratização do acesso ao conteúdo esportivo (Cardoso & Pinheiro, 2019; Monteiro & Búrigo 2023). Nesse cenário, empresas como Amazon, Netflix e Disney têm apelado para o mercado dos eventos esportivos, além de produzirem conteúdo midiático cinematográfico que contracenam com os eventos esportivos transmitidos por estes. Agora, clubes e emissoras travam disputas comerciais para pender o lado das negociações de partidas para seu benefício. Os clubes dependem cada vez mais da verba vinda dos direitos de transmissão das competições as quais estão participando (Santos et al., 2021), onde os campeonatos de futebol masculino têm sua veiculação bem difusa no território nacional, alcançando todas as regiões com facilidade, enquanto as demais modalidades são restritas à canais fechados como SporTV, ESPN, TNT, HBO Max e Star+. Agravando este cenário, alguns jogos de maior demanda popular estão sendo transferidos para plataformas de streamings e/ou canais pay-perview, como os jogos entre Palmeiras e Flamengo e Real Madrid e Barcelona, em Abril deste ano, os quais foram transmitidos no canal Premiere Clubes (Brasileirão) e no streaming Star+ (LaLiga). Tal cenário também ocorreu no NBB10, onde Franca, Flamengo, Vasco, Paulistano e Bauru tiveram mais partidas transmitidas devido tanto ao nível técnico das equipes e por terem torcidas maiores, logo maior público de alcance (Hirata, 2019). Além das restrições dos próprios eventos, outro desafio são as barreiras históricas. Em uma campanha da ESPNW, 300 pessoas foram convidadas a participar do experimento, onde lances de esportes foram mostrando silhuetas de atletas, uma do futebol, uma do basquete e outra do surf. Após as respostas, foi revelado que o gol pertence a Marta, a bandeja a Maya Moore e o tubo surfado a Maya Gabeira, entretanto, nenhuma resposta citou mulheres, nem mesmo das próprias mulheres (Lima & Magalhães, 2019),