Resumo

Os novos modos de vida da população podem ser situados, em sua maioria, no contexto urbano. Nas cidades, os espaços públicos abertos permitem a prática da cidadania, do bem-estar, da liberdade e da sociabilidade da vida coletiva. Neles podem-se desenvolver atividades voltadas para o lazer, como a prática de esportes, o contato com a natureza e para o turismo, proporcionando a integração de diferentes públicos. Dessa maneira, estes espaços devem garantir o uso e a acessibilidade a todas as pessoas, independentemente de suas habilidades ou características físicas. Para que possam ser usufruídos por todos, é necessário que os projetos e, consequentemente, seus equipamentos, considerem a acessibilidade universal. Este estudo tem por objetivo avaliar a questão da acessibilidade em praças e parques localizados no município de Caxias do Sul-RS. Define-se como recorte geográfico a área urbana central da cidade, mais precisamente o primeiro anel viário. Esses locais – Praça João Pessoa, Praça Dante Marcucci, Praça Dante Alighieri, Parque Municipal Getúlio Vargas, Parque Monteiro Lobato – caracterizam-se por espaços de lazer e podem ser considerados de relevância em relação a outros espaços abertos da cidade. Esta pesquisa caracteriza-se por um estudo exploratório de caráter qualitativo. Para tanto, realiza-se o mapeamento e o levantamento de dados nos locais, através da observação direta, de registros fotográficos e da montagem de um roteiro de inspeção baseado no modelo sugerido pelo Ministério do Turismo. A acessibilidade, a partir da definição apresentada por instrumentos legais do governo federal, pode ser considerada a condição necessária para uso de espaços, equipamentos urbanos, mobiliários e edificações, por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, de maneira segura e autônoma, sem que existam barreiras ou discriminações. Através de espaços universalmente acessíveis, permite-se o uso diverso e o lazer de todos os indivíduos ou grupos sociais, usufruindo de seus direitos e a igualdade de oportunidades. Os locais analisados podem ser classificados em dois tipos de ocupação: de lazer/recreação – pela existência de áreas esportivas e/ ou playgrounds – e de lazer/contemplação. Neles, identifica-se a acessibilidade parcial, tanto para os passeios, quanto para a sinalização e o mobiliário. Identifica-se o caso mais crítico no Parque Monteiro Lobato, onde a pavimentação, os acessos e os desníveis internos prejudicam sua ocupação por pessoas com deficiência – seja intelectual, visual, auditiva ou física/motora; ou ainda com mobilidade reduzida – a saber: idosos, gestantes, lactantes, obesos, pessoas com criança de colo. As praças Dante Alighieri, João Pessoa e Dante Marcucci caracterizam-se por uma topografia mais plana. Percebe-se na maioria dos espaços de lazer analisados a existência de pavimentação adequada, de rampas para rebaixe de calçadas, de banheiros acessíveis. Apenas na Praça Dante Alighieri encontra-se um trecho do passeio público com piso tátil, sendo este um recurso ainda insuficiente. Como considerações finais, aponta-se que ainda há um longo percurso de conscientização e adaptação para a eliminação de barreiras – tanto físicas quanto atitudinais, para que o lazer e suas atividades nesses locais possam ocorrer de forma independente, confortável e segura por todos os usuários.

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