Ações Defensivas nos Jogos de Bobinho: Influências da Quantidade de Toques na Bola
Por Felipe Pinheiro de Araujo (Autor), Luis Henrique da Silva (Autor), Alberto Lobato Góes Júnior (Autor), João Bosco Gomes Lima Junior (Autor), Roberto Rocha Costa (Autor).
Em III Congresso Internacional de Pedagogia de Esporte - CONIPE
Resumo
Introdução: Cada jogo é irredutível, logo, conforme os jogadores se relacionam com sua lógica, diferentes ações técnico-táticas emergem, podendo se concretizar como aprendizagens (SCAGLIA; et al., 2021). Objetivo: analisar a influência da manipulação da regra nas ações técnico-táticas defensivas no jogo de Bobinho. Metodologia: Os participantes e seus responsáveis assinaram, respectivamente, o termo de assentimento e termo de consentimento livre e esclarecido. Treze alunos de futsal (15,9 + 0,6 anos), participaram de jogos de bobinho com dois defensores. No Bobinho 1 (B1), os jogadores poderiam tocar livremente sobre a bola, enquanto no Bobinho 2 (B2) havia uma regra de restrição de toques na bola, sendo permitido apenas dois toques. Foi realizado uma análise notacional, levando em consideração as seguintes variáveis: cobertura defensiva, marcação em linha, interceptação de passe pelo jogador da primeira linha, interceptação de passe pelo jogador da segunda linha, desarme, marcação dupla, 1x1, fechamento da linha de passe e erros de passe. Foi utilizado o teste Qui-quadrado e calculado o resíduo padrão, proposto por Sharpe (2015), para identificar entre quais variáveis havia diferença. Resultados: Não houve diferença quando comparamos as ações defensivas entre os jogos, porém, ao analisar cada jogo separadamente, as variáveis cobertura defensiva (B1: N=61[41%]; B2: N=69[46%]) e marcação em linha (B1: N=38[26%]; B2: N=49[32%]) apresentaram valores significativamente maiores em ambos os jogos (p<0,0001). Já as variáveis marcação dupla (B1: N=4[3%]; B2: N=1[1%]), fechamento da linha de passe (B1: N=4[3%]; B2: N=2[1%]) e erros de passe (B1: N=5[3%]; B2: N=3[2%]) apresentaram valores significativamente menores (p<0,0001). Destaca-se que, apenas no Bobinho 2, as variáveis desarme (N=5[3%]) e 1x1 (N=6[4%]) apresentaram valores significativamente menores (p<0,0001). Conclusão: Os jogadores optaram por se posicionar em cobertura defensiva ou em linha, ou seja, ambos jogos de bobinho podem ser adotados pelo treinador se o objetivo for trabalhar essas duas ações defensivas.